sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Mensagem de Ano Novo

O Teleponto deseja um bom ano para os vossos pais e avós, para os outros blogues e também para nós.
Que 2011 traga muita saúde a Portugal, se não houver muito dinheiro estamos habituados, não faz mal.
Só gostávamos de ter alegria, viver com classe e com bom look e, acima de tudo, que não nos faltem os vídeos do Carlos no Facebook.

Aproveitem com felicidade cada momento do ano novo, sejam adeptos do Porto, do Sporting ou do clube do povo.
Que 2011 seja um ano de mudança, uns podem mudar-se para Espanha, outros para França.
É hora de acabar com o pessimismo, com a descrença e com a crise; é hora de ouvir o James Blunt e também a Alicia Keys.
É hora de agradecer todos os dias a classe política que nos governa, lembrar-nos que era muito pior viver sem uma perna.

Ao longo de 2011 o Teleponto não te abandonará; quando te sentires em baixo, paga a net e vem até cá. Estamos aqui para todos, das aldeias e das cidades, sejam licenciados ou alunos das novas oportunidades.
Desfruta de todos os programas de televisão desde a Casa dos Segredos ao Portugal no Coração. Vive cada segundo com quem gosta de ti e partilha tudo com o FMI.

Agora a sério, que 2011 seja um 2010 mas em bom.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Em quarto lugar na "luta" do humor



Aconteceu ontem a Final do Festival de Stand Up Comedy de Queluz/ Qlub71. Terminei em 4º lugar. Considerando que eram 12 os concorrentes, posso assumir que sou o três quartos da comédia.
Na verdade, foi uma honra ter ficado entre os finalistas, todos eles com muita qualidade e talento e o quarto lugar não deixa de ser lisonjeiro.
Ficam destas três últimas semanas a alegria e o prazer de escrever textos, preparar as actuações e conviver com pessoas muito empenhadas e amantes do humor. É o grande prémio que eu levo deste festival.
Desejo sinceramente que haja mais edições destas. Estarei disponível para colaborar no que for preciso.
Deixo ainda os parabéns a todos os envolvidos, o Luís Oliveira, da organização, a Bang Produções, o Bar Qlub71, o pessoal da H2A.tv, os 12 comediantes em concurso, os elementos de todos os júris e também ao público que nos acompanhou nestas três noites, por gostarem e saberem gostar de comédia.
Agradeço também a forma como fui tratado e agradeço o apoio de toda a gente que esteve comigo, amigos e conhecidos. Um forte abraço para todos!
Prometo continuar a trabalhar. Ou, como gosto de dizer (mas só o digo a brincar), é melhor não prometer nada. Não prometi nada.


sábado, 18 de dezembro de 2010

News


  • A DITIRAMBUS - Associação Cultural de Pesquisa Teatral realizou este ano o 1º FEST' FÓRUM - Festival de Teatro Fórum, dirigido a outras associações culturais e associações de estudantes. No site já estão imagens do evento.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Sábado, 18 de Dezembro


Neste sábado, em Queluz, actuo no Festival de Stand Up. É a final deste belo festival. Às 23 horas no bar Qlub71. É só aparecer.


A música é um excerto de uma canção de Samuel Úria, do álbum "Nem lhe Tocava". Fica a referência depois do (ab) uso.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Stand up Comedy em Queluz


No próximo sábado, 18 de Dezembro, a partir das 22h30, acontece a final do 1º Festival de Stand up Comedy, promovido pela Bang Produções, no Bar Qlub71 em Queluz. Concorro nessa final com mais cinco pessoas, depois de dois fins-de-semana de eliminatórias.
É provável que em breve surjam imagens da minha primeira actuação mas por agora estou concentrado em preparar a "prova" do próximo sábado, aquela que vai definir os vencedores do Festival.
Parto com o objectivo de sair vitorioso das apreciações do júri do concurso mas mais importante tem sido a experiência de preparar textos de comédia, ensaiar e actuar para dezenas de pessoas. Também fica como positivo o convívio com os colegas do concurso. Este Festival acaba por oferecer a nós e ao público noites de fim-de-semana divertidas, com muito humor e uma oportunidade para desenvolver bons momentos de stand up.
A expectativa para a final é grande. Tenho trabalhado para oferecer uns bons minutos de divertimento e, se não for pedir demais, algumas gargalhadas. Vamos esperar para ver.
Se quiser saber mais informações sobre a noite do próximo sábado, nomeadamente a localização do evento e como chegar lá ou quaisquer outras questões, pergunte aqui através da caixa de comentários ou contacte-me no meu Facebook: facebook.com/carloalves.

Stand up e anda!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Assim é que está bem!

O Papa exprimiu numa entrevista, que agora saiu em livro, aquela que é a posição da Igreja sobre o preservativo há já muitos anos. Os jornais, as televisões, os que não podem com a palavra Vaticano e até a ministra da Saúde de Portugal (veja-se!) não cabem em si de excitação. Porque pensam que a Igreja mudou de opinião.
Ora, antes eram ignorantes porque não conheciam realmente a opinião da Igreja, não se coibindo mesmo assim de a atacar (e daqui tiro a sra. ministra, que nunca vi a atacar nada a não ser o vírus H1N1). Agora, continuam a ser ignorantes porque julgam que essa opinião mudou, quando na verdade é igual só que explicada... lá está, para ignorantes.

O que Bento XVI diz, no tal livro, é um resumo fiel do que a Igreja sempre defendeu em relação ao preservativo. Não é mais nem menos, não é melhor nem pior, é igual. Pelo que certas manchetes de jornais só têm uma explicação: precipitação acompanhada de mau aprofundamento dos temas.
Já a explicação para que os que antes criticavam e agora aplaudem é que faziam tanto barulho a criticar que não eram capazes de ouvir. Muito menos sentar-se frente a um computador e ler na Internet os textos da Igreja sobre o preservativo. Dizer o que nos vem à cabeça dá muito menos trabalho e faz-nos parecer mais intelectuais. Até ao dia em que passamos a demonstrar publicamente que o nosso pensamento flutua ao sabor das primeiras páginas, por exemplo, do Jornal de Notícias.

domingo, 7 de novembro de 2010

Anúncio Teleponto para Rádios Locais

Inauguro hoje o novo spot publicitário deste estabelecimento, desta vez em versão para rádios locais. Aqui está ele:

Listen!

sábado, 16 de outubro de 2010

Filmagens da curta-metragem "WeWa - Projecto Interactivo"













Televisão Gourmet

A RTP estreia hoje a série A Noite do Fim do Mundo. É mais um dos projectos produzidos no âmbito das comemorações do Centenário da República. Teremos de esperar por logo à noite para apreciar a qualidade do trabalho mas a expectativa é boa, depois da exibição de O Segredo de Miguel Zuzarte, uma das boas coisas que a televisão pública apresentou este ano.

Ainda assim continuo a achar que é pena que as televisões e sobretudo a RTP façam deste tipo de produções uma excepção, quase como se fosse televisão gourmet. Mas na verdade era por aqui que o serviço público devia caminhar. Fazer televisão de qualidade independentemente de celebrações históricas ou datas especiais. Não estou a sugerir que a RTP produza séries destas todos os dias, mas seria óptimo se equiparasse toda a programação a este nível de exigência. Não peço isto às privadas, mas à RTP, para que a existência de um serviço público de televisão continue a fazer sentido, acho que não isto não é pedir de mais.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Curso de TV - Cenjor 2009



Trabalho final de apresentação de telejornal, no Curso de Televisão do Cenjor.

Carlos Alves
2009

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Informação

O Teatro Ibérico está a promover um Workshop de Voz.
É uma oportunidade para aprender técnicas que favorecem uma melhor utilização deste instrumento e um curso muito útil para profissionais que dependem do seu trabalho de voz, desde actores a professores, empresários, cantores e outros.
Este workshop também pode ser bastante importante para resolver certos problemas de fala, como sejam a dificuldade na emissão de consoantes.

O workshop decorrerá no Teatro Ibérico, de 20 de Outubro a 6 de Novembro, com duração de 18 horas.

Mais informações, aqui.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Orçamento Participativo de Lisboa. Eu votei no Teatro Ibérico.

Durante este mês de Outubro decorrem as votações para o Orçamento Participativo da Câmara Municipal de Lisboa. Trata-se de uma verba a ser destinada a projectos escolhidos pelos munícipes. Estão vários projectos a concurso. Eu já votei e não tive dúvidas sobre qual escolher.
Dediquei o meu voto ao projecto de recuperação do Teatro Ibérico, na esperança firme de que consiga a votação suficiente para receber a quantia que o Orçamento Participativo lhe destinar. Isso seria muito importante para a manutenção em funcionamento daquele espaço e seria muito mau que Lisboa perdesse um teatro com tantos espectáculos e tantos prémios ganhos.
Actualmente a IGAC (Inspecção Geral das Actividades Culturais) de acordo com as actuais leis que regem os espaços cénicos e, por razões de segurança, exige modificações estruturais no Teatro Ibérico, entre elas estão:
- a substituição de toda a madeira que reveste a plateia por material anti-fogo;
- alteração e substituição do tecto da plateia;
- alteração e substituição de todo equipamento e material eléctrico do palco e régie;
- reconstrução da teia do palco com guarda-corpos;
- reforma do bar.
Sem essas obras a IGAC fechará as portas do Teatro Ibérico.

Desde o ano 2000 que o Ministério da Cultura deixou de contemplar o Teatro Ibérico no que toca à atribuição de apoios. Não obstante, a Companhia do Teatro Ibérico tem prosseguido com uma programação regular de produções teatrais, sobrevivendo apenas com as receitas das bilheteiras.
Mas, para realizar estas obras extremamente necessárias, essas receitas não chegam. Por isso, o Ibérico se candidatou ao Orçamento Participativo.
No ano passado, dos 12 projectos mais votados e contemplados, o Teatro Ibérico ficou colocado em 13º lugar com uma diferença de apenas 4 votos, portanto, com mais um pouco de força será possível evitar o encerramento do Teatro Ibérico, que é um dos espaços teatrais mais belos de Portugal.

É fácil votar e não custa nada.
Pode fazer-se online, no site do orçamento participativo. Basta registar-se no site, é muito simples. O projecto do Teatro Ibérico é nº 548.
Seguindo estes passos é muito fácil e rápido chegar lá:
1) no campo "Palavra-Chave" escreva Teatro Ibérico
2) no campo "Áreas" escolha Cultura
3) no campo "Freguesia" escolha Beato
4) mais abaixo basta clicar em "VOTAR PROJECTO"

E já está. A votação começa hoje e irá até 31 de Outubro.

Para que possamos acompanhar a votação, seria interessante que as pessoas que votarem, enviem uma confirmação do voto a dizer "VOTEI" para o seguinte e-mail: teatroiberico@sapo.pt.

Se estão interessados em apoiar uma casa que tem trabalho feito e que necessita realmente de algum dinheiro para poder continuar a trabalhar, a bem da Cultura em Lisboa, vote na recuperação do Teatro Ibérico. Eu já o fiz.

domingo, 12 de setembro de 2010

Setembro

Tenho uma paixão pelo mês de Setembro. É rigorosamente uma paixão, porque os sintomas são exactamente os mesmos que se sentem quando estamos apaixonados, por alguém, não por um mês. Mas eu também me apaixono por meses. E Setembro tem, para mim, uma magia especial; e eu trocava o mês de Fevereiro, que é coxo, inútil e ainda por cima tem o Carnaval, por mais um como Setembro. Mas aos calcanhares de Setembro só talvez Dezembro seja capaz de chegar, ainda assim de uma forma muito diferente. Eu não estou nem nunca estive apaixonado por Dezembro. Tenho quando muito uma amizade colorida, talvez potenciada pelas luzinhas de Natal.

Mas Setembro é diferente. Sentimo-nos esvaziar, a nós e aos outros, da pitoresca e estupidificante euforia do mês de Agosto, que, aliás, começa a provocar tonturas logo a partir de Julho (dois meses pelos quais nunca me apaixonaria). Setembro devolve doses de sensatez à alegria do Verão. Por outro lado, é o mês das coisas novas. Em Setembro começa sempre um novo ciclo. É verdade que é a passagem de ano que celebramos com pompa e circunstância, convictos do "ano novo, vida nova" que sabemos que não é assim. Janeiro chega e não traz mudança nenhuma. Quando muito, em Janeiro, aumentam os preços e os impostos. Mas nós, com um governo socialista, podemos ter aumento de impostos a qualquer altura, pelo que já nem essa tradição se mantém. Em última análise, dir-se-ia que até Janeiro é uma vítima de governos socialistas. Porque, de facto, ficou sem nada para mostrar. Apanha meio mundo (ou mais) alcoolizado, instala-se e quando damos por ele voltamos à nossa vida normal, aos nossos projectos que já vêm do ano passado e, afinal, não se iniciou nenhum ciclo, só tivemos que comprar um calendário e uma agenda novos.

Com Setembro é outra coisa. Porque a nossa sociedade gere o ano em função do Verão. Não vale a pena fingir. Festeja a chegada do novo ano mas é no Verão que está sempre a pensar. Portanto, é depois do Verão que tudo começa ou recomeça. Então, o ciclo abre-se em Setembro. A conclusão é esta. É ao nono mês do ano que o ano começa para nós. É em Setembro que pensamos quando em Janeiro falamos de vida nova.

Está assim explicada a minha predilecção por este mês. Mas não é só. Setembro está impregnado de nostalgia. É normal. Porque muitos momentos importantes da nossa vida aconteceram ou começaram a acontecer em Setembro. Não pensamos nisso. Mas sentimo-lo... quando Setembro vem.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O Rodrigo estava a pedi-las

Como espectador, não percebo o interesse da entrevista de ontem a Luís Filipe Vieira na SIC. E entendo ainda menos o destaque e a análise pormenorizada que as outras televisões, nomeadamente a RTP, lhe estão a dar. Não me chocaria se hoje ninguém falasse daquela entrevista, uma vez que ela de relevante nada teve. Choca-me, sim, que hoje ainda se perca um minuto que seja de noticiário com ela.
O facto de as televisões pegarem naquele assunto só comprova que estão a funcionar como um rebanho. Para onde uma vai, vão todas. Se a SIC entrevista Luís Filipe Vieira, por mais inconsequente que seja a entrevista, todas vão atrás e conseguem, por estranho que pareça, preencher dois minutos de telejornal com uma súmula da dita. É preciso imaginação!
Se a RTP ainda conservasse os "Contemporâneos" na sua grelha seria compreensível que Vieira ocupasse não dois mas pelo menos dez minutos. Mas o acto - absolutamente terceiro mundista e ridículo para o presidente de um clube que aspira a voltar a ter dimensão europeia - de levar camisolas para oferecer a um jornalista é só uma consequência de más escolhas editoriais.
Talk shows à parte, aquele era um programa de informação, e se é lamentável que se ocupe espaço de um telejornal com falta de actualidade e de assunto, ainda é mais deplorável que no dia seguinte se perca tempo a tentar gerar notícia. Objectivamente, não houve.
O embaraço que Rodrigo Guedes de Carvalho sentiu ao ver ser-lhe entregue uma camisola do Benfica em pleno Jornal da Noite é merecido. Ao convidar aquela personalidade não podia estar à espera de uma entrevista séria e oportuna. Assunto não havia, relevância também não, só podia sobrar folclore.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Tenho uma pronúncia tão boa que até sei estragar a dos outros

Um dos passatempos preferidos de muitas pessoas de Lisboa é imitar aquilo que dizem ser a pronúncia transmontana. Limitam-se a carregar (demais) nas sibilantes e a entoar os ditongos «ao» e «oes» com mau sotaque do Porto (porque para elas é tudo a mesma coisa). O resultado é confrangedor. Não sei onde é que elas ouviram isso mas não se fala assim nem em Trás-os-Montes nem na Alemanha nem em lado nenhum. Porque é que insistem? Não sei. Mas se soubessem a figura ridícula e a aproximação ao mongloidismo que atingem, desistiam. Se virem alguém nesses propósitos, avisem-no.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Corte e Cultura

Excelente crónica de Vítor Belanciano no P2 de hoje sobre a Cultura em tempo de crise. Ele explica de forma breve porque é que a actividade cultural não é só para os períodos de prosperidade. Os políticos, de resto, também o sabem. José Sócrates apontou o fraco apoio dado à Cultura como a principal falha do seu último mandato, Cavaco Silva ainda há poucos dias exaltava a importância (mesmo económica) das indústrias culturais e até Passos Coelho recentemente lembrava que estas indústrias são as que mais contribuem para o PIB, tanto em Portugal como no resto da Europa. No entanto, ainda deixamos que a Cultura seja vista como a parte inútil do nosso "desenvolvimento" económico, o lado fútil da nossa sociedade. É um erro. Ricos nunca vamos ser, evitemos ao menos ser estúpidos!

sábado, 26 de junho de 2010

"Vamos ou não vamos ou vamos esperar"

Continua em cena no Ibérico a peça ASSIM QUE PASSEM CINCO ANOS, um dos textos do surrealismo de Federico Garcia Lorca. Pouquíssimas vezes representado em Portugal, é uma oportunidade para conhecer esta história e uma peça de grande beleza.
Aqui ficam algumas imagens, só para ver o ambiente:

segunda-feira, 14 de junho de 2010

ASSIM QUE PASSEM CINCO ANOS

O Teatro Ibérico estreia esta semana (quinta-feira) uma nova peça, um texto de Federico Garcia Lorca, ASSIM QUE PASSEM CINCO ANOS.

Um jovem espera cinco anos pela noiva. Passado esse tempo é rejeitado por ela. Agora, ele tem na sua dactilógrafa, a mulher que sempre o amou e que ele rejeitou, a última oportunidade de chegar ao noivado e satisfazer o desejo da paternidade.
ASSIM QUE PASSEM CINCO ANOS é uma reflexão sobre a passagem do tempo e os efeitos que provoca.
Nesta peça temos uma história de amor e de rejeição, para afinal o amor ser sempre um amor adiado. Talvez tudo vá acontecer assim que passem cinco anos; talvez os cinco anos não cheguem a passar. A inevitabilidade do tempo que avança é igual à vontade de que ele recue. Nos avanços e recuos acaba sempre por faltar tempo ou adiar-se tudo por tempo demais. O amor é adiado; e a morte, também pode ser? E o adiamento do amor não será, para este jovem, uma morte da sua juventude, um caminho irreversível para as rugas no rosto?
Estará em cena a partir de quinta-feira, dia 17, até 4 de Julho, de quinta a domingo, sempre às 21h30.

Encenação: Onivaldo Dutra e Marco Mascarenhas
Elenco: Marco Mascarenhas, Miguel Ferraria, Sérgio Coragem, Rita d’Almeida, Joana Lourenço, Joana Purificação, Carlos Alves, Ana Paula Mota, Carolina Duarte, João d’Almeida, Carlos Catarino, Tânia Alves, Helena Miranda, Isabel Trole, Eurides Lopes e Fernando Alves.

Teatro Ibérico - Rua de Xabregas, 54
Telefone: 218 682 531

segunda-feira, 7 de junho de 2010

"Amor de D.Perlimplim com Belisa em seu Jardim" de Federico Garcia Lorca

O Teatro Ibérico, com a companhia de teatro Candileias del Desierto, da Universidad Autónoma de Ciudad de Juarez México, estão a apresentar o espectáculo "Amor de D. Perlimplim e Belisa em seu Jardim". De quinta a sábado, às 21h30. Termina a 12 de Junho.


"Aleluia erótica em quatro quadros, cuja acção decorre no Séc. XVIII. Esta obra é um dos principais textos dramáticos de Garcia Lorca, devido às suas caracteristicas poéticas e à dimensão humana dos seus personagens.É uma canção de amor impossivel que oscila entre a paixão e a morte, onde D.Perlimplim, um homem inocente envolto pela tristeza da velhice, descobre tardiamente o amor e a paixão na figura da jovem Belisa.E diante da sua incapacidade e impotência de nunca poder corresponder à chama viva da paixão dela, o destino condu-lo por caminhos escabrosos de desespero que o levam à criação de um amante imaginário, que a faz apaixonar-se e a seduz através da paixão. O que leva as personagens ao desencontro, à loucura e à morte".


Encenação de Xosé Manuel Blanco Gil

Interpretação:
José Blanco Gil (México-Portugal)
Virginia Ordoñez (México)
Maria de la Luz Aida Peréz (México)
Manuela Gomes (Portugal)
Sérgio Coragem (Portugal)
Carlos Catarino (Portugal)
Miguel Ferraria (Portugal)
Carlos Alves (Portugal)
João Almeida (Portugal)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

A fé que pára tudo num Estado laico

O feriado do Corpo de Deus é a prova mais evidente de que Portugal é um Estado laico (e ainda bem) mas não é um país de laicos. Ainda bem também - porque para territórios sem tradição, cultura, valores e sentimento colectivo já existem os desertos e as florestas virgens.
O dia do Corpo de Deus celebra aquilo que há de mais sagrado na religião cristã e ao qual só se pode chegar pela fé. Não há outra forma de entender a comunhão do Corpo de Cristo. Um país que reserva feriado para o dia em que esta manifestação de fé é solenizada não sofre com certeza por excesso de laicismo.
No caso, por exemplo, do Natal e da Páscoa, festas igualmente religiosas, não se coloca esta questão da fé. Quem a não tenha pode sempre dizer que está a celebrar duas datas históricas e fica perfeitamente justificado (embora o mais comum é celebrarem porque toda a gente celebra, sem necessidade de justificações). Já a festa do Corpo de Deus não é uma data histórica, é uma festa puramente religiosa, unicamente cristã, nada tem de temporal nem de terreno, só cabe no campo da fé. E, no entanto, é feriado em Portugal.
E faz sentido isto? Para mim faz, mas eu também não acho que em Portugal tenhamos de ser todos laicos só porque o Estado o é.


Passadeira de flores, criada para a procissão do Corpo de Deus, em Vila Verde, concelho de Alijó (Trás-os-Montes)

quinta-feira, 29 de abril de 2010

A RELÍQUIA - Últimos dias, últimas oportunidades

Esta é a última semana de cartaz da peça A RELÍQUIA. Estamos em cena desde 25 de Março. Ao longo de mais de um mês, o espectáculo foi visto por muita gente e agora só restam quatro dias, quatro derradeiras oportunidades para ver no palco esta grande história da nossa literatura.
Ainda é possível reservar bilhetes para qualquer um destes quatro dias (5ª, 6ª, sábado e domingo). Aqui, no site do Teatro Ibérico, estão os contactos para reservas, bem como outras informações.

São mesmo os últimos dias! Não perca tempo!


Bom teatro!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Porque ficou a CIDADE DESPIDA de audiências?

O primeiro episódio da série policial CIDADE DESPIDA da RTP1, em termos de audiências, foi um rotundo fracasso. Falo só em audiências porque não tive oportunidade de assistir ao episódio. Não vi nada ainda.

Mas, para uma estreia em horário nobre, 7.6% de audiência média é muito pouco, ainda para mais quando vem lançada por uma audiência de quase 11% do Telejornal.

A série teve uma grande campanha de promoção, que passou pelas redes sociais, nomeadamente o Facebook onde a protagonista tinha um perfil criado, até às ruas.

Só a concorrência não pode ser explicação para este fracasso. Porque CIDADE DESPIDA é um produto diferente da ficção nacional que a TVI apresenta à mesma hora. A justificação poderá então residir na série em si mesma, no enredo, nas interpretações, na produção. Mas sobre isso não posso ter opinião já que, como disse, não vi um único segundo. Espero em breve colmatar essa lacuna, até porque tenho curiosidade em perceber porque está a falhar CIDADE DESPIDA.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

NAS MONTANHAS DA IDADE E DA SOLIDÃO

“Se não viesse o Centro, eu já estava a fazer tijolo”, responde Sebastião Pinto, residente na aldeia de Balsa, quando lhe perguntamos sobre a importância que a ajuda domiciliária do Centro de Vila Verde lhe presta. O senhor Sebastião não estava em casa quando chegou a carrinha com os almoços. Estava numa casa vizinha. “Para não gastar a minha lenha, assim gasto a dos outros”, explicou em tom de brincadeira.
Este é apenas um dos 35 idosos que, em toda a freguesia de Vila Verde, são apoiados pelo seu Centro Social, uma instituição particular de solidariedade social nascida em 1984. O presidente, António Duarte, explica-nos que no início do seu mandato eram 28 os beneficiários. A sua direcção apostou na divulgação deste serviço porque acreditava que havia muitos mais a necessitar do apoio. Angariaram novos utentes mas António Duarte acredita que há ainda mais gente a precisar mas que recusa “ou por vergonha ou por parecer que ficam mais velhos ou então é a dependência que talvez crie alguma objecção”. A verdade é que há, na freguesia de Vila Verde, pessoas com mais de 80 anos a viver sozinhas.

Vila Verde é a freguesia mais vasta do concelho de Alijó, sendo constituída por oito aldeias. Fica situada na parte norte do concelho, numa zona de montanha, alta e fria. Alberga 998 habitantes, uma população bastante envelhecida. Fica a 20 quilómetros da sede concelhia, a vila de Alijó. A direcção do Centro Social sonha agora construir um lar para receber a população idosa, um espaço de acolhimento para as gentes da freguesia que já deixaram uma longa vida para trás e que agora se vêem sem acompanhamento e muitas vezes sem todas as condições para uma vida confortável. Muitos dos que estão ao cuidado daquela instituição são, na opinião de Carina Carvalho, uma das técnicas ao serviço do Centro, “pessoas que já trabalharam muito e estão numa idade em que precisam de descansar, acima de tudo”.

Comida, higiene e sobretudo afecto
A acção social do Centro de Vila Verde junto da população idosa consiste na entrega de refeições ao domicílio, lavagem de roupa, limpeza das casas e higiene pessoal. Os beneficiários são essencialmente pessoas que vivem sozinhas e sem condições para tratar de si sem ajuda.
António Guedes, de 62 anos, é o responsável por distribuir os farnéis com os almoços. Por volta do meio-dia, todos os dias, entra na carrinha e percorre as aldeias da freguesia parando e entrando nas casas dos utentes que aguardam a refeição. “É um trabalho de grande responsabilidade”, confessa. Mas diz com orgulho: “Sinto-me uma pessoa de bem nesta tarefa”. Os idosos que diariamente esperam o senhor António têm com ele uma boa relação. Vêem-no chegar com a alegria de quem recebe uma visita e uns minutos de companhia. “Todos se dão comigo. A minha idade também me dá um calo e uma experiência para viver com eles. Faço-lhes tudo o que posso. Às vezes até levá-los à casa-de-banho. Mas estou preparado para isso tudo”, conta.
Os próprios utentes também tiveram de se adaptar ao serviço que lhes passou a ser prestado. Ao início, lembra António Guedes, era complicado. As pessoas não cuidavam da comida nem dos recipientes, muitas vezes deixavam os cães comer. Também aí houve trabalho a fazer. “Agora já é de outra maneira porque a gente vai-os preparando”.

Também Carina Carvalho lida diariamente com os utentes. Também ela assume uma boa convivência e reconhece a importância que a sua presença pode ter para combater certas situações de solidão. “Eles contam-nos tudo, as chatices que tiveram, fazem-nos as queixinhas todas. Também precisam de atenção, de miminho, de um abraço”. O mais difícil, desabafa Carina, talvez seja mesmo “ouvir situações pelas quais eles passam com os filhos, muito injustas”. Embora não haja abandono total, “há muita negligência por parte dos filhos e muita solidão”. “Mais do que da limpeza, eles precisam de muito afecto, muita atenção”, conclui.

A luta por um lar de idosos
É também essa a razão que leva Vila Verde, pela mão do seu Centro Social, a ambicionar ter um lar de idosos. “Nós temos a necessidade de ter aqui na freguesia um lar de idosos, para mim isso é um dado adquirido”, salienta António Duarte. O presidente da direcção do Centro tem aproveitado a véspera de Natal para acompanhar a carrinha de distribuição de refeições e estar de perto com esta realidade. “Reparei que há muitos idosos a viver em condições em que ninguém imagina que ainda seja possível viver”. Por essa razão, assume que “um lar de idosos deve ser um objectivo que presida a quem quer que esteja na direcção do Centro Social de Vila Verde”. De resto, foi já entregue uma candidatura que está por decidir, embora tenha havido já uma aproximação da negativa. Mas António Duarte promete não baixar os braços. Se esta candidatura for chumbada, o Centro voltará a candidatar-se aos novos concursos que vão existir, ao abrigo do QREN.
Vila Verde já apresentou as razões que justificariam os subsídios e a aprovação deste projecto. Mas há a consciência de que nem sempre as decisões se baseiam nos critérios fundamentais e que muitas vezes a política se sobrepõe ao social no momento de aprovar ou reprovar um projecto. A verdade é que Vila Verde é uma freguesia pobre, com carências e poucas infra-estruturas, em contraste com outras freguesias vizinhas do mesmo concelho.

A grande parte dos idosos vivem à custa de uma reforma muito baixa. É o caso de Ana da Conceição Carvalho, de 83 anos, que lamenta a “reforma pequenina” que recebe. “Deviam dar mais um bocadinho mas o de Lisboa não a quer dar”, protesta, referindo-se a José Sócrates. Não gosta do primeiro-ministro? “Eu gosto de todos mas tanto dão uns como os outros”, afirma. Conceição Carvalho vive com o marido, António Carvas, 73 anos. Não estava em casa durante a nossa conversa. Haveríamos de o encontrar mais tarde, à saída da aldeia, atrás de um rebanho de ovelhas e cabras. Comunicamos-lhe que já tinha o almoço em casa. Por esta altura já Ana Conceição devia ter começado a comer. “Estamos contentes com a comida do Centro. Se não, não comíamos nada”.
Almerinda Macedo tem 70 anos e é invisual. Vive sozinha. Conta-nos da prenda que o presidente do Centro lhe levou no Natal. Fala com gratidão sobre a equipa do Centro Social que a apoia no dia-a-dia, ela que perdeu a visão aos 20 anos. “Fazer as coisas em casa custa-me muito”.

António Guedes conhece bem as condições em que vivem estas pessoas e não tem dúvidas: “estavam melhor num lar, eram mais bem acompanhadas, tinham apoio todo o dia e toda a noite”. Enquanto tal não é possível, o serviço domiciliário vai prosseguir, mas na certeza de que muito mais pode ser feito. Na certeza de quem quer dar aos seus as estruturas e condições que as populações vizinhas também receberam.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A RELÍQUIA vai ficar em cena por mais tempo

As primeiras semanas de cartaz de A RELÍQUIA foram um agradável sucesso. Razão que justifica a decisão do Teatro Ibérico prolongar o espectáculo por mais tempo. Caso contrário, a última representação aconteceria já no próximo dia 11. Achou-se por bem, em nome do público que ainda não teve a oportunidade de assistir e que desta forma já não o poderia fazer, prolongar-se a temporada por todo o mês de Abril, até 2 de Maio.
É com muita felicidade que vemos esta continuação do espectáculo em cena e esperamos que um maior número de pessoas consiga disfrutar desta grande história da nossa literatura levada ao teatro.
É, por isso, importante fazer as devidas reservas e garantir lugar na plateia do Ibérico nas próximas semanas, de quinta a domingo, sempre às 21h30. Aqui ficam os contactos do Teatro: 218682531 / 913202005.

Saudações!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Notícias em 2º Horário

O programa "Notícias em 2ª Mão" da SIC, apresentado pela dupla Marco Horácio/ Eduardo Madeira mudou de horário. A partir de ontem, passa a ser transmitido depois das duas novelas, a fechar o horário nobre. Uma mudança drástica, já que antes estava no pico do prime-time. O 24 Horas lançou a polémica e mereceu a atenção dos apresentadores na emissão de ontem, que preencheram boa parte do programa a "malhar" naquele jornal. Mas dedicaram também algumas indirectas para a direcção da SIC. "Talvez haja programa amanhã", disseram na despedida.
Mais uma vez, a SIC lança uma aposta para o horário nobre, mais uma vez a aposta falha. Desta vez até tinha o capital de sucesso que Marco Horácio trazia do "Salve-se Quem Puder", um inegável sucesso dos últimos tempos de Carnaxide. Mas o formato agora era outra coisa. Já não entusiasmava as classes etárias mais jovens como o outro e isso era um problema para a telenovela que se lhe seguia na programação e que, para competir, precisa desse público não adulto, que a TVI granjeia com os Morangos com Açúcar e que duvido que a SIC consiga com a transmissão ao fim-de-semana da série de vampiros Lua Vermelha.
Mas qualquer programa precisa de ser bem tratado para ter sucesso. O "Notícias em 2ª Mão" não é um formato fácil para ser suportado por uma televisão comercial. Ainda para mais àquela hora. A TVI não o faz. Por aí, o novo horário é mais apropriado. Por outro lado, aquele não é programa para início de late night. Todos os formatos deste género (sketches, comédia de costumes e sátira de actualidade) experimentados naquela faixa da programação - e muitos pela SIC - falharam. Não vai ser diferente. Até porque a concorrência não deixa.
A promoção ao programa, antes da estreia, foi boa e intensa. Não faltou publicidade na imprensa e nas ruas nem autopromoções no canal. Mas logo na semana de estreia, houve dias sem emissão, por outras necessidades de programação. Para um programa novo pode ser fatal esta descontinuidade, que dificulta a habituação e a rotina das audiências. Algum tempo depois apareceu o "Sinais do Tempo" de Miguel Sousa Tavares que retirou Marco Horácio e Eduardo Madeira mais um dia da programação. O novo programa começou a servir para as novas vagas e também isso não é bom para um produto novo.
Se o objectivo era ganhar o pós-telejornal e transportar audiência para a novela, o ponta-de-lança devia ter sido tratado com outras pinças. Com a certeza de que não é fácil, como disse, alimentar um formato nestes num clima concorrencial tão forte. A SIC sempre vai fazendo apostas alternativas. Não é mau, mas por serem alternativas tendem a falhar. Porque programar cada vez menos se liga com criatividade, está quase tudo inventado. E a TVI sabe.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Sexta-Feira Santa

O Cristianismo não se impôs pela força nem pelo Poder; manifestou-se através do sofrimento e da humilhação.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Os dias centrais na história da Humanidade

Com a chamada Quinta-feira Santa, hoje, começa o período das festividades pascais que se estende até ao próximo domingo. Estes quatro dias, para além de permitirem a muita gente ir de férias, representam os momentos decisivos na formação de uma religião, o Cristianismo, e de uma instituição com mais de dois milénios de existência, a Igreja Católica. Não há muitas instituições no mundo com mais de mil anos de vida - nem o Benfica. A Igreja de Roma tem mais de dois mil. Porque é que digo que estes dias, convidativos a uma fuga para as praias ou a uns retiros no campo, são centrais na história desses dois mil anos?
Jesus de Nazaré aparece no seu tempo como um salvador do povo judeu. Muitos o viram como um messias político, capaz de os libertar do colonialismo romano, das garras do império. Cedo perceberam que o discurso de Jesus não se coadunava com a batalha que era preciso travar. O povo ansiava um líder para enfrentar um imperador e Jesus falava de perdão, amor, de dar a outra face, de "dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". Deixou de fazer sentido para eles, não era o que queriam. Porém, pese embora a rejeição, a mensagem de Cristo instalou-se, os apóstolos que escolhera deram-lhe seguimento e o Cristianismo chegou até aqui. Foi com a célebre distribuição do pão e do vinho na Última Ceia que se instituiu a Eucaristia, momento central na vida cristã, sacramento da presença de Cristo entre os seus seguidores. É essa última refeição antes da morte, perpetuada para sempre, que os católicos celebram hoje.
Depois, Jesus foi condenado e crucificado, com mais ou menos sangue que no filme de Mel Gibson, e foi sepultado, como qualquer homem, qualquer judeu castigado com a morte. Até aqui, pareceria uma vida decepcionante. O homem que vinha libertar a Judeia, ficou-se por uns discursos bonitos e profundos, umas acções espantosas e depois morreu de forma humilhante. Tudo isto é História, nada tem a ver com fé. Mas há um fenómeno que vem depois e que, esse sim, só pode ser aceite à luz da fé, como só à luz da fé faz sentido a celebração da Páscoa. A quem falte essa fé resta aproveitar as mini-férias o melhor que possa. Esse fenómeno é a Ressureição. É possível prová-la? O corpo de Jesus desapareceu mesmo do sepulcro? Como? Após a morte de Cristo, os seus homens mais próximos desapareceram todos e mantiveram-se longe durante muitos dias. Não foi só o medo de também serem perseguidos, foi também o desânimo que sentiram com a morte daquele em quem confiavam e de quem não esperavam aquele fim tão pouco heróico. No entanto, algo deve ter acontecido para, mais tarde, todos eles regressarem e voltarem a assumir a missão de falar por Jesus e de instituir a sua Igreja. Também eles acabaram por ser perseguidos, presos e mortos. Mas a Igreja que ergueram nunca mais cairia.
E muitos foram os problemas que a assolaram. Muitas foram as pessoas que no seu interior, ao longo dos séculos, estiveram longe da mensagem e das regras cristãs. As pessoas passaram, a mensagem e a instituição ficaram. Se a Igreja Católica foi fundada pelo Filho de Deus, agora ela é governada e constituída por homens. Assim, ela é imperfeita. As críticas e ataques que se fazem à Igreja são sempre provocados pelas acções dos homens que a formam, sejam eles clérigos ou leigos, e nunca pelos valores que a mensagem de Cristo inspira. Há uma certa falácia em atacar uma instituição pelas atitudes de pessoas que a integram, assumindo que essas pessoas deviam estar imunes ao erro e à fraqueza humanas. Hoje, a Igreja volta a viver momentos difíceis. Os casos de pedofilia envergonham-na, nada têm a ver com Jesus Cristo e, no entanto, são a pólvora perfeita para incendiar os ódios primários e a crítica fácil do todo pela parte. Já muito se disse sobre estas misérias dos nossos tempos, não me interessa emitir opinião para juntar às colecções. Mas há coisas que são dos homens, os homens devem resolvê-las. E, na Igreja, há coisas que são de Cristo e, das duas uma, ou os homens as assumem como tal ou então retiram-se. Poluir uma mensagem, que é afinal uma apologia do Amor e uma nova visão sobre o transcendente, com aberrações humanas é bem pior do que vomitar críticas sobre uma Igreja de que não sabemos nada ou uma Bíblia que nunca lemos. Tristemente, tanto uma como outra têm obreiros por todo o lado.

Hoje é dia da mentira e os outros são todos da verdade?

1 de Abril - dia da mentira. É engraçada a importância que damos à mentira, ao ponto de lhe dedicarmos um dia. E utilizamos esse dia para dizer pequenas mentiras e pregar algumas partidas. É uma forma "legal" de fazer aquilo que na verdade sabemos não dever fazer. Mas a importância da mentira nas nossas vidas é tão grande que não só lhe dedicamos um dia como não conseguimos viver sem ela. Não vivemos sem mentir nem havemos de chegar ao fim dos nossos dias sem os ouvidos abarrotados de grandes aldrabices. Agora até vamos ter uma comissão de inquérito para apurar da mentira ou da verdade. Mentiu o primeiro-ministro ao Parlamento? Mentiu ele aos portugueses? Mentiu. E mais do que uma vez. Mas tantos outros primeiro-ministros de tantos outros países também o fizeram. George Bush até conseguiu mais. Mentindo aos seus governados, mentiu ao mundo inteiro e essa mentira teve realmente importância. Os iraquianos que o digam, e os afegãos também, e Durão Barroso, que também caiu na peta.

Publicidade. Mentira! Resposta simplista, mas a publicidade não pode ser verdadeira, não faria sentido gastar milhares de euros para transmitir uma verdade. Seria, contudo, arriscado gastá-los para dizer uma enorme mentira. Não, as marcas gastam dinheiro para exagerar uma verdade, disfarçar outra e omitir algumas coisas. Ora, o resultado não é uma mentira pegada mas também não é uma verdade verdadinha. De facto, não é fácil viver só da verdade.

No jornalismo. Sim, jornalismo e verdade. Tem de ser. O jornalismo, para mim que sou jornalista, quer-se a profissão da Verdade, a luta em nome da Verdade. Ainda acredito que assim seja. Mas não duvido que não seja só assim. Não é possível pegar num jornal e acreditar que está ali verdade. É essencial para a verdade mas o jornalismo não vive só com a verdade. Se mentir não é só apresentar argumentos falsos, mas é também enquadrar, omitir, subjectivar factos, então o jornalismo também não vive sem mentira.

No dia 1 de Abril preparo sempre uma aldrabice, só uma mas em larga escala, com um alvo abrangente. Nesta altura em que escrevo, a fantasia deste ano já está em marcha. Por isso não posso falar já disso. Aproveito então para me divertir com uma mentira que não vai ter consequências, espero. Amanhã se verá. Se fizesse aquilo que estou a fazer hoje ou o que fiz no ano passado num outro dia qualquer, perderia toda a credibilidade a partir daí. Como o faço a 1 de Abril, conto não a perder. Até porque o meu problema com a mentira é mesmo o medo de deixar de ser credível. Gosto que acreditem em mim quando digo alguma coisa. Mesmo que seja no primeiro dia de Abril.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Pinto da Costa vence Luis Filipe Vieira na audimetria

No duelo televisivo de ontem à noite ganhou o FC Porto. A entrevista com Pinto da Costa teve 12,8% de audiência média, representando cerca de 32% do auditório televisivo àquela hora. Já Luis Filipe Vieira frente ao portista Miguel Sousa Tavares ficou-se pelos 19,8% de share, para uma audiência média de 7,9%. As duas entrevistas começaram à mesma hora e tiveram a mesma duração. Mas a de Judite de Sousa ao presidente dos dragões foi claramente mais animada, empolgada, clima ao qual não foi alheia a personalidade controversa, directa e cáustica de Pinto da Costa. O presidente do Benfica, por seu lado, tem uma presença televisiva muito mais apagada e um discurso menos fluido. Além disso, o embate com Sousa Tavares decorreu num tom bastante morno. Os telespectadores preferiram ouvir o líder portista, a contas com uma época menos conseguida, em alta rivalidade com o Benfica e Filipe Vieira, protagonista de processos recentes como o Apito Dourado, em detrimento do presidente do clube com mais apoiantes em Portugal, que está prestes a ser campeão e joga amanhã nos quartos-de-final da Liga Europa.

sábado, 27 de março de 2010

Viver o Dia do Teatro

De que serve o Dia do Teatro se nele não vivermos o Teatro? Podemos até organizar muitos eventos, debates e reflexões sobre o Teatro mas a magia desta arte só se sente verdadeiramente quando estamos num a plateia á frente do palco. Ou então em cima do palco. A minha celebração de hoje será nesta última modalidade. Estarei em cena a partir das 21h30 na peça A RELÍQUIA, no Teatro Ibérico (Lisboa). E convido todos a estarem presentes, desfrutarem desta história, sentirem o ambiente do teatro, o abrir do pano, o surgimento de umas e depois outras personagens, o embrenhar-se na história e a magia de ter assistido a algo que por momentos foi verdade e agora já só o é na nossa memória e na nossa mente. Isto, sim, será aproveitar o facto de haver um Dia Mundial do Teatro.

E, no Teatro Ibérico, a noite continua depois de A RELÍQUIA com um espectáculo no bar do teatro, o PANCAKES SHOW. Uma proposta mais descontraída também para comemorar esta arte.



Bom teatro para todos!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Uma estreia muito feliz. Parabéns Teatro Ibérico!

Escrevo depois de uma grande noite no Teatro Ibérico. Uma plateia repleta assistiu à estreia de A RELÍQUIA. Foram absolutamente indescritíveis as reacções do público ao trabalho que estávamos a fazer, a energia que chegava da plateia até ao palco, os aplausos ainda antes do espectáculo terminar, a felicidade dos meus colegas e de toda a equipa quando regressámos aos bastidores, os elogios e as apreciações sinceras, o clima de festa que pairou naquele teatro com tanta gente ali reunida e o sabor da tranquilidade e satisfação por termos conseguido. Trabalhámos muito, porque queríamos oferecer ao público algo que valesse a pena. Com os meios que existem, dobrando as dificuldades que surgem quando se faz Cultura, com muito empenho e amor ao Teatro criámos um espectáculo que a todos nos orgulha e que, ao longo das próximas semanas, vamos mostrar ao nosso público. Trabalhámos muito e ainda bem. Não lamento um único segundo desse esforço. Valeu a pena.
Temos connosco a genialidade de um escritor como Eça de Queirós e a brilhante adaptação de Filomena Oliveira. Estamos a dar vida a uma história mirabolante e a um grupo de personangens delirantes nos seus defeitos humanos e culturais. Estamos a levar as pessoas a rir, mais do que de uma comédia, de toda uma sociedade.
A Companhia do Teatro Ibérico é feita de pessoas que vestem a camisola, orgulham-se dela e não fazem menos do que deviam, fazem mais do que podem. Assim, perseguem sonhos e não descansam até os materializar e assumem essa luta por sua conta e risco. Não vejo outra razão para o fazerem, é porque acreditam que podem criar coisas que façam sentido para quem as recebe, os espectadores. A RELÍQUIA é o filho mais novo dessa crença e dessa perseverança. Por tudo isto, pelo esforço investido, pela exigência mantida, pelos sonhos feitos vida, o Teatro Ibérico, em cada um dos seus obreiros, está de parabéns.
Pela minha parte, agradeço a todos os que acreditaram em mim e serei feliz sempre que corresponder em pleno a essa confiança, a eles que não merecem que eu seja menos.

sábado, 20 de março de 2010

É Eça mesmo

Sim, sou um aficcionado da obra de Eça de Queirós. Sim, considero Os Maias um dos grandes livros da minha vida - embora Os Maias seja a resposta pronta de quem não lê muito quando interrogado sobre livros, no meu caso não tenho medo de dar essa resposta. Sim, o meu exame final de Português do 12º ano foi sobre Os Maias. E, sim, sou capaz de reler com prazer todos os livros do Eça de Queirós. Desde a super história de Carlos da Maia e Maria Eduarda até à Cidade e as Serras, este menos corrosivo mas com um humor de grande nível e subtileza. E, claro, A Relíquia. Uma história notável, arrasadora da hipocrisia social e dos brandos costumes, que são afinal mais fundamentalistas do que brandos. Com A Relíquia, Eça não cria uma grande história, como faz nos Maias. Apresenta, pelo contrário, uma caminhada patética como patéticos são os seus intervenientes. E são os defeitos dessas pesonagens que as guiam para uma grande aventura. É uma viagem de fanatismo, mentira, hipocrisia, reveladora de instintos primários sufocados por uma capa social e religiosa, tão frágil quanto superficial. Olhamos para eles e rimo-nos, mas não teremos algures nas nossas vidas comportamentos e atitudes assim? É esta a força do humor queirosiano. As alegrias e as tragédias das personagens são provocadas por elas próprias, por aquilo que elas têm de condenável. São tipos sociais, dão a cara pelo ridículo de toda uma sociedade, de todo um país.

É esta obra que agora é levada à cena pelo Teatro Ibérico, numa adaptação de Filomena Oliveira e encenação de Onivaldo Dutra. A Relíquia transportada para o palco resulta numa comédia divertidíssima e numa sucessão de acontecimentos absolutamente delirante. São as vicissitudes de quem finge um papel que não é o seu e sobre quem a verdade pode desabar a qualquer momento como um estrondo e destruir todos os planos e ambições. E está lá tudo retratado, a fé de uma irracionalidade desmedida, o aproveitamento dessa fé para todos e quaisquer proveitos, a hipocrisia de não ser o que se parece e querer parecer o que não se é. A mentira, a traição, a ignorância e o desfile dos anseios mais primários estão todos lá e só estão porque Eça os decalcou da sociedade. E a sociedade, mudou muito desde o século XIX? Vale a pena pensar nisso ao assistir a este espectáculo. E o chico-espertismo não é uma moda do Portugal moderno? Se é, podemos bem olhar-nos ao espelho ao ver A Relíquia.

Os responsáveis por este espectáculo quiseram ser fiéis não só ao espírito da obra como também ao da época, com as dificuldades que isso traz, ainda para mais a uma produção independente. Quando não é possível ter a ambiência do século XIX ali toda em cima do palco, criou-se um simbolismo que a define.

Já agora, e porque esta reflexão foi feita em nome pessoal e independentemente das tentativas de promover o espectáculo - nas quais me empenharei nos próximos tempos, por considerar que o público que gosta de teatro, o que gosta de Eça de Queirós, o que gosta de cultura, merecem conhecer esta peça e devem vê-la - menciono aqui cada um dos elementos da equipa da Relíquia, com os quais tenho a alegria de poder trabalhar neste projecto que muito acarinho: Onivaldo Dutra - encenador; Marco Mascarenhas - director artístico do Teatro Ibérico; os colegas actores - Manuela Gomes, Naná Rebelo, Miguel Ferraria, Pedro Conde, Tânia Alves, João Almeida, Carlos Catarino e Sérgio Coragem; os técnicos de luz e som - Rita Almeida, Mário Inácio e Céu Neves; e o figurinista Paulo Miranda. E também todos os que de uma forma ou de outra deram e dão o seu apoio na realização desta aventura. Um forte abraço para todos! Vamos trabalhar! O público aguarda-nos.


quinta-feira, 18 de março de 2010

Um escândalo na família

Esta foi uma história que eu encontrei e que foi contada pelo Manuel Halpern numa das suas participações no Indigente da Antena 3. Não resisti a partilhá-la, gravando-a com a minha voz.

Singapura_Casamentos Conjuntos



Esta peça foi produzida no Curso de Televisão do Cenjor.
Autor: Carlos Alves
2009

quinta-feira, 11 de março de 2010

terça-feira, 9 de março de 2010

Mais sobre o PANCAKES

O PANCAKES SHOW já estreou a um mês e meio mas ainda temos outro tanto pela frente. Continuamos assiduamente no Teatro Ibérico todas as sextas e sábados, às 23h30. Não é um horário comum para se ver teatro, dir-me-ão. Pois não, e só por isso vale a pena arriscar. Porque não é comum. E ao fim-de-semana podem fazer-se coisas menos comuns. Temos vindo a produzir vídeos sobre o espectáculo, mas não podemos revelar muita coisa, porque só tem piada se for visto no bar do teatro. Vejam o vídeo e se ganharem curiosidade e vontade, vão ao teatro no próximo fim-de-semana. Contactos para reservas de bilhetes ou quaisquer informações, encontram-nos facilmente clicando aqui.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Óscares na TVI

A TVI tansmitiu mais uma vez a cerimónia de entrega dos Óscares, comentada por Vítor Moura e José Vieira Mendes. Optaram por dar primazia aos sons da festa, sem interrupções nem tradução. Pareceu-me uma boa opção. Não creio que fosse importante repetir em português as palavras dos intervenientes, ainda que por vezes se pudesse ter aproveitado certas pausas ou os aplausos para uma curta explicação do que se tinha dito e não ficar pelo comentário "foi um agradecimento original" ou outras referências assim, várias vezes repetidas, de forma algo inócua. O papel dos dois comentadores restringiu-se a preencher os pequenos intervalos ao longo da gala. E aí, pecaram por quase nunca acrescentarem mais valia à transmissão. Os comentários foram bastante redundantes e inconsequentes. Valeu a terceira intervenção, de Maria João Rosa, a partir de Los Angeles, que essa sim marcou a sua participação com informações e curiosidades apropriadas e relevantes para quem estava a acompanhar aquela noite. Foi uma boa aposta a integração deste terceiro elemento, que, sem dúvida, acrescentou valor à emissão portuguesa.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Sinais de Fogo

Foi hoje para o ar o segundo programa de Miguel Sousa Tavares na SIC. Dando-se o respectivo benefício da dúvida à estreia na semana passada, agora já se podem tecer alguns comentários. Sousa Tavares apareceu hoje com mais bonomia na apresentação do programa, depois de no primeiro ter mostrado uma certa agressividade e rosto fechado, que, podendo combinar com um espaço de comentários num telejornal, não funciona quando se é pivot de uma emissão. Melhor, portanto, a primeira parte. Já a entrevista foi muito pior do que a da semana passada (com José Sócrates). O convidado, Gonçalo Amaral, mal teve tempo para falar e nem sei mesmo se chegou a terminar algum raciocínio. Da enrevista só me lembro das perguntas, das "teses", "crenças" e "opiniões" do entrevistador. Gonçalo Amaral, entre a limitação imposta pela providência cautelar a que está sujeito e as investidas de Sousa Tavares, limitou-se a contradizer o interlocutor mas dizer, não disse nada.
No final, já com o plano geral do estúdio mas antes do genérico entrar, ainda se ouviu Miguel Sousa Tavares lamentar que "25 minutos é curto". Até pode ser curto de tempo mas o papel do entrevistado é geri-lo e falar mais do que o entrevistado não ajuda.
O estilo do programa é interessante, directo, incisivo mas, exactamente por isso, exige um certo controlo para que não aconteça o que aconteceu esta noite e apareça mais ruído do que substância e esclarecimento.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

O Símbolo do tempo Perdido

O último livro de Dan Brown editado em Portugal, O Símbolo Perdido, é um romance fraquíssimo. Conhecendo o estilo, as temáticas e o volume de vendas de Brown, não haveria problema nenhum em esperar mais. Quando, há uns anos, li O Código da Vinci considerei-o um bom romance. Depois não li os que se seguiram e agora peguei no Símbolo Perdido. Devo dizer que fui até ao fim. Já que tinha começado, aceitei o sofrimento e quis saber como acabava. Mas foi sofrível. A narrativa é aborecidíssima e inconsequente. Apresenta um ou outro facto curioso mas que não compensam todas aquelas páginas de absoluta miséria dramática.
O nosso José Rodrigues dos Santos é muitas vezes referido como o Dan Brown português. A julgar por este romance, bem que Dan Brown podia ler os livros dele e ser ele o Rodrigues dos Santos americano. Fúria Divina, O Sétimo Selo, A Fórmula de Deus, qualquer um deles, Dan Brown, mete o Símbolo Perdido num saco...!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Uma Outra Educação

Este filme é um dos candidatos ao Óscar. Jenny é uma jovem à beira de completar 17 anos. Uma excelente aluna, cujas dificuldades em Latim são o único obstáculo na sua caminhada para chegar a Oxford. O latim é, ainda para mais, uma língua que daqui a 50 anos já nem os latinos vão falar, diz uma das personagens a dada altura. Jenny quer ir estudar literatura para Oxford mas os pais querem-no ainda mais do que ela. Numa tarde de chuva, Jenny encontra David, um homem mais velho, charmoso e carismático,amante de arte e dos meios culturais. Acaba por se apaixonar, pelo homem e pela vida que ele representa, a arte, a cultura, os concertos. Até os pais da rapariga ganham empatia e confiança em David, em prejuízo de um jovem pretendente e colega de Jenny. Mas o atencioso e cordial amante tem coisas a esconder e a jovem vem a descobri-lo quando já tinha abandonado tudo, nomeadamente o plano de ir para Oxford.
A força desta história está no facto de a protgonista se preparar para uma opção que não a satisfaz completamente (Oxford), encontrar uma alternativa que a faz feliz para depois perceber que essa felicidade está ameaçada e assente num vazio. Uma história de vida extraordinariamente bem contada, com uma simplicidade absolutamente refrescante e verdadeira. O drama da dinamarquesa Lone Scherfig escapa a todos os clichés deste género e serve-nos um realismo romântico sem qualquer queda nem desvario. Os actores são brilhantes na defesa dos personagens que interpretam e na verdade que lhes conferem. Carey Mulligan, a protagonista, de 24 anos, actriz de Orgulho e Preconceito, está nomeada para o Óscar de Melhor Actriz.

Aqui fica o trailer:

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Isto de uma pessoa se preocupar é uma merda

Acho que esgotei o meu stock de palavrões neste texto. Pelo menos até ao fim da década tenho o assunto arrumado.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Hoje há PANCAKES e assim...

O site da Ditirambus, com informações sobre o PANCAKES SHOW, tem tido muitas visitas nos últimos dias. É bom porque hoje há espectáculo. Vamos ver se a procura de informação se converte em muita gente no Teatro Ibérico, logo às 23h30, para fazermos uma grande "festa".

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Olhar para a programação do Teatro Ibérico, até Junho

O Teatro Ibérico está com dois bons espectáculos, a descobrir. Bem diferentes um do outro mas se foram escolhidos para estar lá são bons de certeza. SALOMÉ, uma peça de Oscar Wilde sobre o amor, o ódio e a vingança da sobrinha de Herodes por João Baptista. Um espectáculo de grande intensidade lírica e dramática. Termina dia 21. O outro, PANCAKES SHOW, já tem sido sobejamente falado neste blogue. É um espectáculo de teatro-bar, descontraído e com uma crítica clara ao mundo dos castings para televisão e aos seus intervenientes, no qual qualquer semelhança com a realidade ou algumas realidades não é mera coincidência.


E ainda um espectáculo infantil ao sábado, CHUVA DE CORES.



E vai ter Garcia Lorca, em Junho. Um semestre em grande estilo! Até porque antes, estreará A RELÍQUIA. Eça de Queirós, em Março. Saibam de tudo aqui.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Pinturas de paredes na Quinta do Lavrado

Entretanto, os actores da Ditirambus animaram uma manhã de pinturas na Quinta do Lavrado, Olaias, Lisboa.



Aqui fica um excerto da intervenção:



A Quinta do Lavrado é um bairro social integrado na freguesia lisboeta de São João. A Gebalis e as várias associações e instituições ali sedeadas têm levado a cabo um conjunto articulado e programado de iniciativas com vista a um melhoramento da qualidade de vida e do sentimento dos moradores em relação ao bairro. Pretende-se sempre incluir os habitantes nas actividades lançadas para promover as relações de vizinhança, por um lado, e o respeito pelas infraestruturas e pelo espaço público, por outro. A acção do passado sábado vem no seguimento deste programa e recaiu desta vez sobre a aparência exterior dos lotes de habitação. O objectivo foi convocar as pessoas para colaborar na pintura das paredes exteriores dos prédios. À Associação Teatral DITIRAMBUS coube o papel de chamar a atenção para a acção e os seus actores actuaram na rua, chamaram os moradores e alegraram a manhã, não deixando também de deitar a mão ao pincel. O trabalho ficou feito, a manhã foi divertida e o bairro ganhou um dia e uma cor diferentes.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

É já depois de amanhã

Faltam dois dias para o início do PANCAKES SHOW. Sexta-feira, vamos estar todos no Teatro Ibérico à vossa espera. É só entrar e ficar à vontade. Do resto tratamos nós. Entretanto, já dá para mostrar algumas fotos. E, por agora, só estas.







domingo, 31 de janeiro de 2010

Está na altura de vos falar do PANCAKES SHOW


Pois é. Vamos lá conversar. Estamos a poucos dias da esperada estreia do PANCAKES SHOW. É um novo espectáculo e é já a primeira novidade deste início de ano do Teatro Ibérico. Propomos desta vez uma forma diferente de ver teatro. Para quê nós irmos para um palco e vocês para uma plateia? Simplificamos isto. Vocês sentam-se no bar, tomam uma bebida, comem uma panqueca (esta nos oferecemos) e assistem a um espectáculo ali mesmo. E assim, podem vir com os vossos amigos, familiares e patrões ou sozinhos e divertirem-se um bocadinho numa noite de fim-de-semana. Eu diria que isto é serviço público.

Então, vamos lá às coisas práticas: PANCAKES SHOW estreia sexta-feira, 5 de Fevereiro, às 23h30. E vamos ficar em cena todas as sextas e sábados, sempre à mesma hora. A partir de agora, a melhor forma de começar os serões de fim-de-semana vai ser mesmo no Teatro Ibérico e aí não há volta a dar. Aceitem esta proposta e estejam atentos porque este blog não vai parar de dar informações, curiosidades e revelações sobre o PANCAKES SHOW ao longo desta semana.

Se quiserem ir já sabendo mais alguma coisa, cliquem aqui.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

VILA VERDE REUNIU A REGIÃO NA FEIRA DOS REIS


No passado dia 6 de Janeiro realizou-se mais uma vez a Feira Anual de Reis, em Vila Verde, Alijó. O evento atraiu muitos visitantes e contou com a participação das autoridades locais e regionais.
Ainda o chão da aldeia se assemelhava a uma pista de gelo, consequência das baixas temperaturas que se fizeram sentir durante a madrugada, já os feirantes instalavam as tendas e bancadas no largo destinado à realização da feira. A chuva dos dias anteriores deu tréguas e foi com o sol que todos em Vila Verde se depararam em mais um dia de tradição.
A feira do dia seis tem já um longo passado nesta aldeia transmontana. Tempos houve em que era realizada todos os meses. Depois passou a fazer-se só no dia de Reis e, nas últimas décadas, a sua organização foi assumida pelo Centro Social e Recreativo Cultural da freguesia.
Um dos momentos importantes nesta festa é o concurso de animais. Mais uma vez, foram avaliadas e premiadas diversas categorias de gado bovino proveniente de muitos pontos da região de Trás-os-Montes, entre os quais Vila Real, Ribeira de Pena e, obviamente, também do concelho de Alijó. A atribuição dos prémios foi supervisionada por um veterinário delegado e os troféus foram entregues pelo Presidente da Câmara de Alijó, Artur Cascarejo, pelos vereadores Adérito Figueira, Maria Eduarda Sampaio e Goreti Dinis, pelo Presidente da Junta de Freguesia local, Domingos Henriques, pelo Presidente da direcção do Centro Social de Vila Verde, António Duarte, pelo pároco, Pe. Amílcar Sequeira e pelo comandante dos Bombeiros Voluntários de Alijó. A vizinha autarquia de Murça também esteve representada.
Seguiu-se um almoço no salão grande do Centro Social aberto a toda a população. Entre os convivas estavam muitos dos idosos que todos os dias recebem apoio domiciliário desta instituição, uma acção social relembrada no discurso de António Duarte, seu presidente. “Nós temos pessoas que carecem de ajuda e é por isso que nós existimos”, afirmou, recordando que, apesar da fartura nas mesas daquele almoço, continua a haver muita gente a precisar de auxílio. De facto, foi um almoço farto que o Centro ofereceu à população e aos convidados. A carne de dois porcos permitiu dar uma grande e festiva refeição a todos os presentes.
No final, o Presidente da Câmara de Alijó realçou o empenho de todas as direcções que passaram pelo Centro Social, que têm tido “a coragem, a força, a determinação e a vontade de manter viva esta tradição, não obstante a crise e as dificuldades”.

(Reportagem publicada no semanário A Voz de Trás-os-Montes, edição de 14 de Janeiro)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

NO NATAL DE 2009 A HUMANIDADE ANDA EM CONTRA-MÃO

O Natal é também uma forma de celebrar a Humanidade e a Civilização, já que foi pela primeira que o nascimento de Cristo se deu e esse momento influenciou para sempre a segunda. Há dias, o Cardeal-Patriarca, D. José Policarpo, afirmava que a Humanidade tem urgentemente de pensar que Civilização quer. De acordo com o Cardeal, preocupamo-nos com questões sectoriais, o Ambiente, a Economia, a Paz e não percebemos que o ponto essencial para resolver essas questões é a Civilização. Que Civilização temos e que Civilização queremos. De facto, a crise que as nossas sociedades vivem não é só económica. Há uma crise muito mais profunda, talvez mais difícil de resolver, talvez a causa de tantas outras crises. É uma crise civilizacional e de valores. As sociedades mudaram, encontraram novos desafios e problemas. Pelo meio, muitas coisas se perderam e outras se transformaram. A ética, o respeito pela vida e dignidade humanas, a privacidade são conceitos que se vêm a alterar; o acreditar que tudo é relativo e tudo é descartável é uma marca das últimas décadas. Há uma Civilização que está em crise e está assim porque é percorrida por muitos anseios e evoluções tantas vezes em sentido contrário que a fizeram perder o norte. É para voltar a esse norte que ela terá de se repensar. Só nesta última década, passámos, no mundo, por um ataque planeado contra dois edifícios em Nova Iorque que matou milhares de pessoas, foram iniciadas novas guerras no Iraque e no Afeganistão, ambas já mataram muitos milhares também (são só dois exemplos). Será esta a Civilização que queremos? Uma Humanidade que se odeia e se destrói porque perdeu a orientação de uma qualquer estrela de Belém dos nossos tempos. Que estrela é essa? A Humanidade vai ter de descobrir, se não for a bem vai ser a mal.

(Texto publicado na edição de Dezembro no JORNAL VILA VERDE, publicação do Centro Social e Recreativo Cultural de Vila Verde - Alijó)