segunda-feira, 29 de setembro de 2014

GRÂNDOLA VILA MORENA ECOA NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COM OS BOÉMIA (Vídeo)

Foi no final da atuação, ontem, na Sala do Senado da Assembleia da República, no encerramento das Jornadas Europeias do Património 2014, após pedidos de "mais uma" por parte da audiência, que os Boémia cantaram uma sua versão do "Grândola, Vila Morena". Aos primeiros acordes de piano, o público sentado na Sala foi-se levantando e acompanhando a banda em coro.




Sob o tema "Património, sempre uma descoberta", as Jornadas Europeias do Património encerraram este domingo, ao som dos Boémia e dos temas do seu último disco, "Os Peregrinos do Mar". O álbum narra as aventuras e desventuras do povo Português no tempo dos descobrimentos, em paralelismo com os dias de hoje, quando tantos Portugueses deixam o país para tentar melhor sorte. Esta é a verdadeira matriz subjacente às líricas deste trabalho que prestam uma homenagem intemporal à força de vontade de um povo e à sonoridade incorporada na Moderna Música Popular Portuguesa.

Foi depois de cantar "A Canção para um Infante" que, acedendo ao pedido de "encore" do público, a banda entoou o "Grândola, Vila Morena", acabando acompanhada por toda a plateia, em pé.

O estilo dos Boémia surge como evolução natural da música popular portuguesa e como reflexo de um conjunto de influências tais como Fausto Bordalo Dias, Zeca Afonso, Amélia Muge, José Mário Branco, Trovante, Jorge Palma, Sérgio Godinho, Tom Jobim, Chico Buarque, entre outros.
Como o próprio Fausto teve a oportunidade de dizer, “(...) os Boémia pertencem já a uma nova geração, que parte na senda da música popular portuguesa e que nesta altura já se pode chamar Moderna Música Popular Portuguesa.


terça-feira, 23 de setembro de 2014

Dias em Crónica - 1 Ano

Há precisamente um ano reuniram-se esforços para que a RDS Rádio começasse a ter um programa de humor com a minha assinatura. Por essa altura, eu produzia já regularmente algumas crónicas gravadas em audio que difundia via internet e que tinham o seu espaço numa página batizada de Dias em Crónica. Achámos por bem transportar o nome para a rubrica da Rádio e a mesma página foi reformulada e aproveitada para dar suporte ao então novo formato.

A primeira edição do "Dias em Crónica" ia assim para o ar a 1 de outubro de 2013. Estamos agora a completar um ano de edições. Ao longo deste ano, pude escrever e dizer o que quis, ficando entregue ao meu próprio bom senso e à conceção que tenho daquilo que quero fazer. Não sei adjetivar o meu trabalho, quando muito tenho adjetivos para aquilo que desejo que ele seja. É por isso que, um ano volvido, apenas posso manifestar satisfação com o que fui realizando. À RDS quero louvar a aposta neste formato e a independência que sempre me deram na sua concretização. Desde cedo, sentimos a atenção dos ouvintes à rubrica e acredito agora que ela é já uma marca importante e distintiva na programação da estação.

Parabéns a todos!


Carlos Alves

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Dias em Crónica - 1 ano de edições na RDS Rádio

Estamos a comemorar o 1º aniversário da rubrica Dias em Crónica na RDS Rádio.
As crónicas do humorista Carlos Alves ganharam vida radiofónica no dia 1 de outubro de 2013. A próxima semana marcará o concretizar de um ano de edições.

Ao longo destes 12 meses, muitos foram os temas abordados, num espaço de humor acutilante, desconcertante e, tantas vezes, controverso. "Dias em Crónica" conquistou desde cedo a atenção dos ouvintes. Há um ano, surgiu como uma novidade e uma grande aposta na programação da RDS. Um ano depois, já é uma marca importante e distintiva nesta estação.


Parabéns!


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Como é que se conta uma história assim?

Pegar em "No Céu Não Há Limões" do Sandro William Junqueira consuma a verdadeira definição do prazer de ler. A narrativa é uma sucessão de frases com sabor - como é que se conta uma história assim?

O livro prende-nos aos personagens, ao ambiente, ao conflito, mas agarra-nos, sobretudo, às palavras e ao ritmo com que elas surgem no papel. Uma "realidade" tão terrena exposta de uma forma tão sublime!


Uma obra magnífica!




terça-feira, 16 de setembro de 2014

Uma História de Halloween

As tardes em sítios calmos e retirados podem ser aborrecidas. Mas ela sentia esse aborrecimento com prazer, era um aborrecimento que a fazia sentir-se bem. O desapego de não ter deixado nada por fazer por nada ter planeado e a consciência de que o que fez não tem o valor suficiente para ser considerado alguma coisa. Uns quantos programas de televisão consumidos de seguida sem sentido crítico, apenas absorção, enquanto lá fora o vento se mostrava menos complacente com as árvores que rodeavam tanto o jardim da casa que agora habitava provisoriamente como o da casa da frente. Não conhecia o vizinho da frente, tinham-lhe dito até que ele não existia, que ninguém morava naquela casa. O certo é que as árvores permaneciam lá.

Não choveu nessa tarde, por muito que a ameaça fosse constante. Se a chuva tivesse caído, teria encharcado o livro que ela deixara no banco, lá fora no jardim. Abandonara o livro nessa manhã. E abandonara-o mesmo, para nunca mais o abrir. Dizia Mitchell que um livro lido até metade é como um caso de amor interrompido. Pois ela já interrompera muitos namoros literários. Os autores nem sempre são os culpados mas há leituras que não conseguimos levar adiante com gosto, que nos cansam, que nos dizem pouco, que a nossa sensibilidade teima em não deixar seguir leve, empenhada e fluentemente. Virginia Woolf, Isabel Allende, Salman Rushdie contam-se entre os divórcios improváveis que podem acontecer. E acontecem. E há muitos mais. Que foram premiados e elogiados, que foram perseguidos, que se suicidaram. E, por fim, as suas palavras podem ser abandonadas.

A tarde chegava ao fim e era noite de Halloween. As crianças viriam, certamente, fazer a ronda em busca de doces, armadas com lanternas.  Por agora, a rua continuava vazia.

Depois do jantar, os meninos apareceram. Já se ouviam quando ainda vinham longe. Num ermo de tanto silêncio, qualquer ruído é facilmente identificado. Ela saiu para o jardim, preparando-se para as receber. Em frente, uma luz avermelhada saía de junto da porta da casa da frente. A casa onde não morava ninguém, de quem não conhecia o último dono, que nunca ninguém referia, tinha uma abóbora iluminada do dia das bruxas.

As bruxinhas e os vampiros chegaram, cantaram, falaram, riram, brincaram e levaram a recompensa devida. Ficaram por ali alguns minutos até agradecer e partir. Ela cruzou os braços, deitou um último olhar à rua e voltou para dentro. Estava bem mais quente e a aparelhagem continuava a tocar num volume baixo. As crianças não foram à casa da frente.


Carlos Alves

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Carlos Alves (Cinema)

De alguns dos meus trabalhos em Cinema saiu esta sequência rápida de imagens. Ver mais em http://carloalve3.wix.com/carlos-alves e diariamente na minha página oficial.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Nessa Luta

Na frieza de um poema a ferro e fogo
Na presença que se quer quando se foge
Nessa luta em que enfraqueces para vencer

Hei-de espancar-te com beijos

Carlos Alves
09.09.2014