Escrevo depois de uma grande noite no Teatro Ibérico. Uma plateia repleta assistiu à estreia de A RELÍQUIA. Foram absolutamente indescritíveis as reacções do público ao trabalho que estávamos a fazer, a energia que chegava da plateia até ao palco, os aplausos ainda antes do espectáculo terminar, a felicidade dos meus colegas e de toda a equipa quando regressámos aos bastidores, os elogios e as apreciações sinceras, o clima de festa que pairou naquele teatro com tanta gente ali reunida e o sabor da tranquilidade e satisfação por termos conseguido. Trabalhámos muito, porque queríamos oferecer ao público algo que valesse a pena. Com os meios que existem, dobrando as dificuldades que surgem quando se faz Cultura, com muito empenho e amor ao Teatro criámos um espectáculo que a todos nos orgulha e que, ao longo das próximas semanas, vamos mostrar ao nosso público. Trabalhámos muito e ainda bem. Não lamento um único segundo desse esforço. Valeu a pena.
Temos connosco a genialidade de um escritor como Eça de Queirós e a brilhante adaptação de Filomena Oliveira. Estamos a dar vida a uma história mirabolante e a um grupo de personangens delirantes nos seus defeitos humanos e culturais. Estamos a levar as pessoas a rir, mais do que de uma comédia, de toda uma sociedade.
A Companhia do Teatro Ibérico é feita de pessoas que vestem a camisola, orgulham-se dela e não fazem menos do que deviam, fazem mais do que podem. Assim, perseguem sonhos e não descansam até os materializar e assumem essa luta por sua conta e risco. Não vejo outra razão para o fazerem, é porque acreditam que podem criar coisas que façam sentido para quem as recebe, os espectadores. A RELÍQUIA é o filho mais novo dessa crença e dessa perseverança. Por tudo isto, pelo esforço investido, pela exigência mantida, pelos sonhos feitos vida, o Teatro Ibérico, em cada um dos seus obreiros, está de parabéns.
Pela minha parte, agradeço a todos os que acreditaram em mim e serei feliz sempre que corresponder em pleno a essa confiança, a eles que não merecem que eu seja menos.
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