domingo, 27 de julho de 2014

A Dica da Fernanda Montenegro

Dicas não tenho coragem de dar. Aceito todas se vierem de quem eu reconheça capacidade e estatuto para isso. Mas olho muitas vezes à minha volta e gosto do "Desista!". Se é para isso, desista!


quinta-feira, 24 de julho de 2014

Do Desperdício


Insistes em não pegar na tesoura
Para cortar o que te gastou energia

Mas podes
O sinal do outro lado já está desligado

Carlos Alves
24.07.2014 

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Da oportunidade

Se a oportunidade perdida não lamentas
A desoportunidade futura faz-te sorrir para ela

Para voltar a falhar  

Carlos Alves
14.07.2014

sábado, 12 de julho de 2014

Saberei encontrar-te



Saberei encontrar-te depois do dia
Depois das sombras que o tempo te pintou
Saberei voltar da viagem que não fiz

Enquanto amadurecia o que me ficou cravado na pele


Carlos Alves
12.07.2014

Talvez quando acordares...



Talvez quando acordares tragas a metade que deixaste adormecer em ti
Talvez a outra metade estivesse à espera que acordasses
Da noite para o som resultarão fugas desfeitas


Carlos Alves
28.05.2014 

Deste Lugar em Fuga



Podes estar sempre lá
Sempre perto, sorrir perto, falar baixo
no tom que escolhes para agradar e não deixar
que tu magoes
No tom que fizeste com que quisessem magoar.
Estás sempre lá
Na mesma fuga
No mesmo espaço, outro lugar
Não é a chuva que te vai amolecer
Não é o fogo que te vai queimar
Não é por mim que vais deixar de ser
Não é em mim que vais ver o teu lugar.

Carlos Alves
25.01.2013

Por Não Querer Voltar



Por fingir que se dá, por fingir que se é
Por pensar poder dar e não conseguir ser
Há gente que tenta, gente que cai
Há gente que entra e gente que sai.
E é duro sair para onde se estava
E não se quer estar. É não querer ficar.
É medo que sufoca, é a ansiedade a subir
O anonimato recompõe-te mas impede-te de sorrir.
A luz incomoda, não te deixa dormir
A verdade turva o cérebro que te pede para mentir.
Olha para ti quando estás só
Procura por ti num lugar só
Vais-te encontrar mas não te vais ver
Vais ser tu contra ti, numa noite para doer.
Vais ser tu só contigo
Mas podes não te conhecer.

Carlos Alves
19.01.2013

quarta-feira, 9 de julho de 2014

A proximidade destrói o fascínio da distância


A revista onde esta página pertence foi um adereço de uma das peças que fiz este ano. Há muito tempo que admiro o trabalho do Bruno Nogueira, acabei por ler a entrevista toda mas fixei-me nesta frase destacada.
Ela reflete muito sobre o fã nas nossas vidas. O fã tido para mim como aquela pessoa que nos admira pelo nosso trabalho, pelo nosso posicionamento social, pelo nosso modo público de estar. O fã que acompanha o que fazemos profissionalmente, que nos segue nas redes sociais, que muitas vezes nos surpreende pelo carinho e atenção que demonstra.
Essas são pessoas que nos seguem de perto mas que nunca nos conhecem bem. Porque só conhecem a imagem que lhes transmitimos, a imagem que construímos para passar aos outros. Não é de todo uma imagem falsa mas não deixa de ser construída. E é desse outro "eu" que as pessoas gostam.

Não significa isto que o que somos verdadeiramente seja pior do que a imagem pública que passamos mas é esta que é apelativa, porque distante. A proximidade, o conhecimento de outra pessoa destrói o fascínio da distância. É fácil sobrevalorizar o que vemos de longe, a quem nos é próximo vemos de igual para igual. Ninguém é tão fascinante como julgam aqueles que o admiram. Mas são estes que exageram, a culpa é deles.