quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O Nosso Espaço para Gente Nova

Desde o início do ano, no Qlub 71, temos estado a receber estreantes na comédia e alguns convidados nas noites de stand up comedy. O espetáculo de hoje contará também com algumas caras novas. Se continuar a haver interessados em participar, continuaremos a dar-lhes espaço. Por mim, é com alegria que trabalho com pessoas novas. Proponham-se a vir!

Têm a minha página e o meu mail - carloalves@hotmail.com - disponíveis para eventuais questões. Ou usem a caixa de comentários abaixo para deixar as vossas mensagens. As respostas serão sempre breves.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O Homem Que Mordeu o Cão


Era ainda muito jovem quando ouvia o Homem Que Mordeu o Cão. Agora sou apenas jovem (jovem adulto para efeitos fiscais) e continuo a ouvir o Homem Que Mordeu o Cão com o mesmo entusiasmo de há mais de 10 anos. Foi por essa altura que comecei a desenvolver um gosto especial pela rádio; foi por essa altura que transformei um trabalho de grupo na escola numa emissão de rádio; foi por essa altura que decidi que queria estudar Comunicação Social. O Homem Que Mordeu o Cão acompanhou-me nesse período, todas as manhãs, duas vezes por manhã.

Por tudo isso continua a ser muito especial agora ouvir O Homem todas as manhãs e sentir que o espírito da rubrica continua o mesmo e o humor também. Por tudo isto, o regresso de O Homem Que Mordeu o Cão é o acontecimento radiofónico do ano (ainda só estamos em fevereiro mas eu arrisco dizê-lo).

Não tenho nada a ver com isso mas assim é merecido ser-se líder.


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Podemos Cantar Todos?

A tentativa de Miguel Relvas cantar o "Grândola, Vila Morena" foi o maior e mais estrondoso falhanço deste Governo até hoje e "podemos cantar todos" a frase menos gratificante alguma vez dita por um político. Teve consequências arrasadoras. Não, Miguel, há coisas que não podemos fazer todos.

Mas eu gosto do arranjo novo que aqui foi feito. Dá uma nova roupagem à canção, onde encaixa bem a gargalhada a puxar o estilo Quim Barreiros.

Miguel Relvas não sabe a letra do "Grândola, Vila Morena", isso pareceu-me evidente. Mas também não sabe cantar, isso soou-me claro. Os manifestantes talvez soubessem a letra, não percebi, a dicção era péssima, mas cantar também não sabiam.

Não saber a letra do "Grândola" é normal, ninguém tem de saber o reportório da música portuguesa todo de cor. Mesmo que seja um tema com a relevância histórica deste. Relevância que, com a palhaçada a que tem sido sujeita nos últimos dias, está definitivamente abandalhada.

De manhã, as notícias diziam "Miguel Relvas também cantou". A isto é que se chama ter boa imprensa.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Bento XVI renunciou



Esta foi a vez que estive mais próximo de Bento XVI. O Papa renunciou. Largar o Poder é das coisas mais difíceis para um Ser Humano. Perceber que não se tem condições para continuar nele é o maior sinal de clarividência e bom senso.

Os quase oito anos do pontificado de Bento XVI não foram fáceis, com escândalos de pedofilia dentro da Igreja, contas mal explicadas no Estado do Vaticano, fugas de informação e uma camisola do Benfica dada por Rui Costa.

Porém, Bento XVI contrariou algumas impressões e confirmou outras. Continuou a entusiasmar os jovens católicos e a ter os banhos de multidão do antecessor (Jornadas Mundiais da Juventude, em Madrid, por exemplo). Mas também se mostrou um académico e um racionalista (a polémica com o Islão na sequência de uma conferência numa Universidade mostrou o perfil académico a dominar o diplomático). Enquanto Papa, deixou alguns textos belíssimos (a primeira encíclica, Deus Caritas Est - "Deus é Amor" é um texto de uma grande beleza espiritual e humana).

Uma instituição como a Igreja Católica precisa de quem saiba assumir a sua liderança mas também de quem perceba que já não a pode assumir mais. A carga da Igreja é forte demais para ser fácil.



DISCURSO DA RESIGNAÇÃO:

“Caríssimos Irmãos,
Convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino.
Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida 
da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de 
tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado.
Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20h00, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.
Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos.
Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os 
Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. 
Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo 
o coração, com uma vida consagrada 
à oração, a Santa Igreja de Deus.

Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.
BENEDICTUS PP. XVI”

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

No final será sempre o Teletexto


Num mundo que é feito de mudança, o teletexto é a árvore que ficou depois da devastação. É igual desde o primeiro dia, não sei se alguém o usa mas ele está lá. Não permite fazer nada que não se possa fazer em qualquer outro lugar, mas resiste teimosamente.
É como se alguém o tivesse largado aqui e fugido.

Hoje tive saudades do teletexto e liguei-o para sentir que há cores, letras e números que persistem como se fossem importantes. Sem questionar.

Porém, se questionamos o mundo, temos de questionar também o teletexto.