domingo, 27 de outubro de 2019

A Cabeça do Fascista

Porque isto agora já chega
Isto assim não dá com nada
Ela veste-se como uma puta
Isto é uma palhaçada
Usamos termos brejeiros
Porque é assim que nós falamos
45 já lá vai
Mas nós ainda cá andamos
Não queremos cá imigrantes
Isto dantes é que era bom
Na escola à reguada
Que até fazia lindo som
Queremos do velho berçário
Essa contida alegria
O filho até pode ser Mário
A filha tem de ser Maria
Não queremos cá muçulmanos
Não queremos cá paneleiros
- Dissemos e reiteramos
que usamos termos brejeiros -
Porque temos a convicta
ideia de ser civilizado
Quando batemos num preto
Até ele ficar esticado
Parámos no século passado
Mas não é isso que nos define
Pois tirando o Mein Kampf
Não há leitura que nos anime
Somos da dura craveira
Somos rijos como o aço
Às vezes temos coceira
E então levantamos o braço
Para arejar o sovaco
Que é sempre zona de germes
E não somos como as gajas
Que se besuntam com cremes
"Queremes" o que não "temes"
Caluda e pouca folia
Sem abébias para os "ciganes"
Mas espaço para a islamofobia
Este pedaço é todo nosso
O que vêm para cá cheirar?
Roubar o trabalho à gente
A nós que queremos tanto trabalhar
A vontade é tanta, tanta
Que até nos dá comichão
E lá levantamos o braço
Virados para Santa Comba Dão
Tomba a verdade, Que importa?
Sujamos com falsas notícias
Cabecinhas menos boas
Que vão atrás de fascistas
Assoma a verdade saloia
Deseja bastões e polícia
E é só nisso que se apoia
A cabeça do fascista

sexta-feira, 3 de maio de 2019

SURIYA - Vídeo Promocional

Estreia nacional 23, 24 e 25 de Maio
quinta e sexta, 21h30; sábado, 19 horas
Auditório da Biblioteca de Marvila

Actrizes intervenientes no promocional (pela ordem em que aparecem): Manuela Gomes, Joana Lourenço, Isadora Lima
Montagem e edição: Carlos Catarino



Mais sobre SURIYA

sábado, 20 de abril de 2019

Nova criação traz violência da Síria a Lisboa



SURIYA é inspirado em factos ocorridos durante o conflito na Síria. Este é um espectáculo sobre violência ou da violência tornada espectáculo. Um espectáculo de instintos, num lugar de incompreensão, medo e intolerância. Nesse lugar, os instintos são um perigo, colocam o Ser Humano à beira do descontrolo total. Os instintos são uma arma.
Uma guerra, destroços e desejos de reconstruir. No meio da guerra, a festa, a alucinação, a loucura. A festa descontrolada, de instintos irracionais. São momentos em que a descompressão estimula o apetite sexual e o desejo de ferir. Há mulheres que são utilizadas como instrumento de diversão, de exercício de poder e um inimigo de guerra; mulheres que satisfazem os anseios de dominação, vingança, satisfação sexual e demonstração de força.
SURIYA é sobre objectificação, sexualização, instrumentalização, violência física e psicológica sobre mulheres. Não só sobre as que estão presentes mas também sobre outras, que se encontram num outro lado do mundo. As outras que, estando ausentes, são lembradas e referidas pelas possibilidades sexuais com que são tidas em conta; essas que, na ausência, são violentadas pelos termos de comparação a que são sujeitas.
Aqui, a guerra exponencia a violência. Por outro lado, esta subsiste para além da guerra e existe antes dela. Esta guerra é, afinal, um espelho do mundo.
E do outro lado do mundo, assiste-se, pelos ecrãs, a imagens que perturbam, que se querem evitar mas não travar. Há uma ponte entre esse lugar chamado “Suriya” e o outro lado, que assiste, que acolhe e que recusa. No entanto, os dois lados estão sempre a olhar um para o outro como quem se vê ao espelho.

 “MARYAM

(...)
Afinal
Foi assim
Uma guerra
Como outra qualquer
Uma guerra
E na guerra é assim mesmo
Acontece tudo
Perdemos tudo
ROSANA
Até mesmo a honra
Sobretudo a honra”
(excerto do texto do espectáculo)

FICHA TÉCNICA:

Autoria e Encenação: Carlos Alves
Elenco: Carlos Alves, Carlos Catarino, Isadora Lima, Joana Lourenço, Manuela Gomes
Assistência à criação e Figuração: Andreia Pinto e Soraia Fernandes
Cenografia: Carlos Alves e Joana Lourenço
Desenho de Luz: Carlos Alves
Sonoplastia: Carlos Alves
Figurinos: Carlos Alves, Carlos Catarino, Isadora Lima, Joana Lourenço, Manuela Gomes
Operação de Iluminação: Rúben Silva
Grafismo e Edição Vídeo: Carlos Catarino
Fotografias de Ensaio e de Cena: Ana Ferreira
Produção Executiva: Carlos Alves e Joana Lourenço
Produção: Ditirambus
Apoio: Rede de Bibliotecas da Câmara Municipal de Lisboa
Apoio de Media: RTP


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23 a 25 de Maio

quinta e sexta, 21h30
sábado, 19h
Auditório da Biblioteca de Marvila

quarta-feira, 27 de março de 2019

Mensagem para o Dia Mundial do Teatro 2019

A mensagem de Carlos Celdrán para hoje, Dia Mundial do Teatro, fala do efémero desta "tradição apaixonada e única de viver o presente sem outra expectativa que a de alcançar a transparência de um momento irrepetível".

A mensagem completa pode ser lida aqui.

Carlos Alves em entrevista ao jornal Mundo Universitário


Mundo Universitário, Março 2019

domingo, 6 de janeiro de 2019

"A Última Peça de Simon Smith" no Teatro Carnide



O confronto do artista com a arte e o abandono da criação, num espectáculo que vive entre a verdade e a ilusão, a mentira e a ficção.

O confronto do artista com a arte e as próprias criações revela-se na forma, por vezes, extremada como as discute. Noutras, o abandono da criação surge como uma fuga às respostas que não se querem dar. Simon e Ema estão em confronto um com o outro, debatem ideias, testam-se, enfrentam-se e desafiam-se. Propõe-se a criar, desistem de tentar, recomeçam...

Depois de tudo isso, há um regresso ao passado, que é antes um desenterrar de um passado em jeito de autobiografia. Pode mentir-se numa autobiografia? Faz sentido autoficcionar a nossa história

Simon e Ema discutem, ao longo de uma noite, aquilo que poderá ser a sua próxima criação artística. Essa discussão fá-los embarcar numa viagem intensa por momentos marcantes na vida de ambos. E esse é um caminho que os dois percorrem entre a verdade e a ilusão, a mentira e a ficção.

----- FICHA TÉCNICA
Criação e Interpretação: Bárbara Água e Carlos Alves
Apoio à criação: Diogo Bento, Armando Nascimento Rosa, Maria Repas e Luca Aprea
Imagem de cartaz: Diogo Andrade
Apoio à divulgação: RDS e KFM Rádio
Apoios: Junta de Freguesia de Carnide, Teatro de Carnide

----- Reservas: 910789764 producao.tcarnide@gmail.com

----- Teatro Carnide
Azinhaga das Freiras,
1600, Carnide - Lisboa

----- 18 e 19 de Janeiro, 21h30
20 de Janeiro, 17 horas