terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Ronda das Artes

Muitas vezes nos deparamos com a dificuldade em divulgar espetáculos, livros ou outros eventos culturais; outras tantas ouvimos e pensamos que há poucos programas sobre cultura nas rádios e nas televisões. Foi a pensar nisso que decidi criar um podcast semanal exclusivamente dedicado à divulgação e à reflexão sobre o que, em cada semana, se vai fazendo no país no que toca a Teatro, Cinema, Música, Literatura, Exposições e todas e quaisquer formas de expressão artística e cultural. Todos os dias me chega muita informação, farei por obter mais e conto com as vossas propostas. Enviem-me as coisas que andam a produzir e que querem divulgar, elas terão lugar na Ronda das Artes! Façam-no através do mail já existente para esse efeito rondadasartes@gmail.com

Nos próximos dias será criada a página deste projeto, a plataforma privilegiada para aceder aos podcasts e também para partilhar espetáculos, eventos e lançamentos. Também será um espaço de comunicação para todos sobre Artes e Cultura.

A Ronda das Artes em podcast arranca logo no início de janeiro e, daí em diante, poderão ouvir um programa novo em cada segunda-feira.


quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Gosto do Prémio Nobel da Literatura

Gosto do Prémio Nobel da Literatura. Gosto das escolhas para Prémio Nobel da Literatura. Gosto que o Prémio Nobel da Literatura não seja do agrado de todos. Gosto quando todos os discutem. Gosto mesmo quando o discutem sem o mínimo de bases para tal (para falar não é preciso saber, basta deitar palavradura sem medo das alarvidades que se digam). Gosto que se discuta Literatura. Gosto que se discutam prémios. Gosto que se discutam Prémios da Literatura. Gosto de saber que jamais ganharia um prémio desses com um texto em que todas as frases começam por gosto. Gosto da hipótese de nunca ganhar um prémio. Gosto de ter sido surpreendido porque Bob Dylan ganhou o Prémio. Gosto de constatar que por mim nunca o ganharia. Gosto de concluir que afinal não percebo nada disto.


Se gostam de alguma coisa, gostem e façam por gostar mais; se não gostam, não fiquem tristes, gostar não é obrigatório.


Não gosto deste texto mas agrada-me que o tenham lido até aqui.

sábado, 1 de outubro de 2016

DIAS EM CRÓNICA no ar há três anos

Neste dia, há 3 anos, a RDS Rádio iniciava uma rubrica nova em antena e eu tinha a oportunidade de voltar a fazer um poucochinho de rádio.
1 de outubro de 2013 arrancámos com o Dias em Crónica na rádio. A proposta era simples: vamos avançar com um programa de humor para as manhãs da rádio e vamos "falar de tudo o que vocês nem sequer querem pensar".
Em 3 anos aconteceu muita coisa. São três anos e o programa já é uma marca distintiva. Disso já não me livro. Não me livrarei também de continuar. O próximo é já na terça-feira!


Aqui ficam alguns momentos destes três anos.






quarta-feira, 27 de julho de 2016

domingo, 24 de julho de 2016

A Peça Que Só Termina Cinco Meses Depois de Ter Estreado

Começou nos Açores e vem acabar a Lisboa. Era assim que estava planeado e assim será. Por agora é assim, está prometido.
A MINHA MULHER COMPORTA-SE COMO UM HOMEM, a criação de Carlos Alves e Ana Campaniço, que antecedeu e vai suceder a «Piano de Baile» e «A Refém», o nosso leque de produções em 2016. Ainda haverá outra - para novembro -, mas essa vamos mantê-la em sigilo reconfortante e absoluto.
Em São Miguel, apresentámos, em abril, a primeira parte. E a primeira parte parecia suficiente. Tinha início, tinha enredo e tinha fim. Era um espetáculo fechado, só que não. Estava quase tudo por contar. Nunca o escondemos de ninguém e já sabíamos que o resto estava guardado para o Teatro Turim. Vai ser.


Sobre A MINHA MULHER COMPORTA-SE COMO UM HOMEM digo o seguinte:

"Oh não! Mais uma comédia sobre casais!
Não é verdade. Temos um casal, sim, isso é verdade. Temos um pedido de casamento, temos discussões e incompatibilidades e tudo começa com um sonho. É a vida de todos os casais. Começam num sonho e algumas vezes parecem caminhar para um pesadelo.
Então afinal é só mais uma comédia sobre casais!
Não. Porque este casal é extremamente normal mas dessa normalidade nasce todo o género de irrealidades. Vamos entrar na casa deles, na vida deles por um instante e desde que esse instante começa até que acaba vai acontecer este mundo e o outro.
Não é uma comédia sobre casais. É a comédia em que este casal está transformado, sem o saber e sem fazer por isso. A normalidade pode ser muito mais engraçada do que o exagero inventado. Vale uma aposta?"



Estreia a 15 de setembro no Teatro Turim.

Ficha técnica:
Texto: Carlos Alves
Elenco e Encenação: Ana Campaniço e Carlos Alves
Cenografia: Ana Campaniço
Iluminação e Operação de Som: Henrique Moreira
Produção: AC.CA
Apoio: RDS Rádio

sexta-feira, 8 de abril de 2016

"Piano de Baile" estreia dia 21

"Piano de Baile" é amizade, "Piano de Baile" é abuso; "Paino de Baile" é frustração, "Piano de Baile" é persistência; "Piano de Baile" são duas mulheres numa mesma casa, convivendo com as suas diferenças mais evidentes e com as menos esperadas. Um trabalho original, uma comédia dramática ao tom do piano. O retomar de uma convivência e, depois, o descalabro. É assim a vida, é assim no teatro.
Estreia na próxima semana no Teatro Turim (Benfica). Dos criadores de "Caídas em Desgraça", "Romeu e Julieta - A Revolta" e "A Minha Mulher Comporta-se Como um Homem".
Os bilhetes já podem ser comprados antecipadamente online ou então reservados.

Sara é uma pianista bem sucedida, Matilde é uma atriz fracassada. Sara acolhe Matilde em sua casa numa ocasião de grandes dificuldades financeiras da jovem atriz. Em casa da pianista, Matilde acaba por encontrar o conforto de que precisa para prosseguir a luta pelos seus sonhos mas acabará por descobrir também algo que nem uma nem outra estavam à espera .«Piano de Baile» é uma comédia dramática ou um drama cómico. A designação não é importante para descrever uma história de amizade pautada pelo som do piano e da interajuda.

Autoria e Encenação: Carlos Alves
Elenco: Ana Campaniço, Rita Rovisco e Carlos Alves
Direção Musical: Rita Rovisco

Teatro Turim, de 21 a 30 de abril


domingo, 27 de março de 2016

Mensagem do Dia Mundial do Teatro 2016

Por Anatoli Vassiliev

Será que precisamos de teatro?

Esta é a questão que milhares de profissionais dececionados com o teatro, e que milhões de outras pessoas que estão cansados dele, perguntam a si próprios.

Para que é que precisamos dele?

Nos anos em que a cena é tão insignificante quando comparada com os bairros das cidades e capitais do mundo, onde estão em cena as autênticas tragédias da vida real.

O que é para nós?

Galerias e balcões dourados em salas de espectáculo, braços de cadeiras aveludadas, bastidores sujos, vozes de actores bem polidas, ou vice-versa, algo que pode ser aparentemente diferente: caixas negras, manchadas com lama e sangue, com um amontoado de corpos nus dentro.

O que é capaz de nos dizer?

Tudo!

O Teatro pode dizer-nos tudo.

Como os deuses habitam nos céus, e como os prisioneiros definham em caves subterrâneas esquecidas, e como as paixões nos podem elevar, e como o amor nos pode abater, e como ninguém precisa de uma boa pessoa neste mundo, e como a mentira reina, e como as pessoas vivem em apartamentos, enquanto crianças murcham em campos de refugiados, e como todos eles terão que voltar ao deserto, e como, dia após dia, somos forçados a nos separar dos nossos entes queridos, - o teatro pode dizer-nos tudo. O teatro tem sido, e manter-se-à eterno.

E agora, nestes últimos cinquenta ou setenta anos, é particularmente necessário. Porque se observamos como está a arte popular, vemos imediatamente aquilo que apenas o teatro nos está a dar - uma palavra de boca a boca, um olhar de olho a olho, um gesto de mão a mão, e de corpo a corpo. Não precisa de intermediários para trabalhar junto dos seres humanos, -constitui a parte mais transparente da luz, não pertence ao sul, ao norte, este ou oeste, - oh não, é a própria essência da luz, a brilhar nos quatro cantos do mundo, imediatamente reconhecido por qualquer pessoa, quer seja hostil ou amigável para com ele.

E nós precisamos de teatro que permanece sempre diferente, nós precisamos de teatro de diferentes géneros. Mesmo assim, penso que de todas as possíveis formas e contornos do teatro, são as suas formas mas arcaicas que terão atualmente uma maior procura. O teatro de formas rituais não se deve opor artificialmente ao das nações ditas “civilizadas”. A cultura secular está cada vez mais emasculada, a chamada “cultura informativa” gradualmente substitui e faz desaparecer entidades simples, bem como a nossa esperança de as encontrar um dia. Mas eu agora vejo-o claramente: o teatro está a escancarar as suas portas. Admissão livre para todos.

Para o inferno com os aparelhos e computadores – vão simplesmente ao teatro, ocupem filas inteiras nas plateias e nas galerias, ouçam o mundo e vejam as imagens vivas! – é o teatro na vossa frente, não o negligenciem e não percam uma oportunidade de participarem nele – talvez seja a oportunidade mais preciosa que partilhamos nas nossas vidas apressadas e egocêntricas.

Precisamos de todos os géneros de teatro. Existe apenas um teatro que seguramente não é necessário para ninguém – refiro-me ao teatro do jogo político, o teatro das “armadilhas” políticas, o teatro dos políticos, o fútil teatro da política. O que nós seguramente não precisamos é do teatro do terror diário – quer seja individual ou colectivo, o que nós não precisamos é do teatro dos corpos e do sangue nas ruas e praças, nas capitais e nas províncias, o teatro falso das batalhas entre religiões e grupos étnicos…

Tradução do Russo para Inglês: Natalia Isaeva Tradução para Português: Bruno Daniel Gomes, com revisão de Fernando Rodrigues (FPTA - Federação Portuguesa de Teatro)

sábado, 26 de março de 2016

RePublicações - Confio muito nessas pessoas!

Há sempre trabalhos mais difíceis do que outros no Teatro. Pode ser pela complexidade de determinado processo, pode ser pela responsabilidade que certos projetos nos impõem, pode ser mesmo por circunstâncias da vida do próprio ator/ atriz. São dificuldades que fariam muita gente falhar, numa profissão que é de toda a maneira difícil. Mas são também dificuldades que demonstram a força e o talento de quem é capaz de sofrer para as ultrapassar. A força e o talento de quem destrói as dificuldades para que, no final, aquilo tudo pareça fácil. Confio muito nessas pessoas! Espero sempre ser digno também dessa força e desse talento.

26 de março de 2014

quinta-feira, 17 de março de 2016

Açores e Lisboa na rota de duas novas criações

Abril vai ser um mês de estreias. Particularmente estimulantes porque fazem parte de um percurso de criação e de resposta a um público que fomos conquistando e que espera mais de nós.

Começamos nos Açores.
Pela segunda vez consecutiva, fomos convidados a apresentar-nos na Noite do Sketch, no Teatro Ribeiragrandense, em Ribeira Grande - São Miguel. Respondemos a esse convite com tal entusiasmo que decidimos conceber um espetáculo especialmente pensado para levar lá.

"Juntam-se os atores que, no ano passado, brilharam com "Romeu e Julieta - A Revolta", Carlos Alves e Ana Campaniço. Desta feita, a dupla que vem de Lisboa traz um espetáculo original e que vai estrear no teatro da cidade norte" (Jornal Atlântico Expresso, de 14/03/2016)


Assim, vamos estrear A MINHA MULHER COMPORTA-SE COMO UM HOMEM, o sucessor de «Romeu e Julieta - A Revolta» por terras açorianas.




Em Lisboa,  a estreia é no Teatro Turim - lá está, o percurso. Voltamos ao Turim, onde várias das nossas criações têm tido palco. Aqui, desta vez, com PIANO DE BAILE.

Nesta história, Sara é uma pianista bem sucedida, Matilde é uma atriz fracassada. Sara acolhe Matilde em sua casa numa ocasião de grandes dificuldades financeiras da jovem atriz. Em casa da pianista, Matilde acaba por encontrar o conforto de que precisa para prosseguir a luta pelos seus sonhos mas acabará por descobrir também algo que nem uma nem outra estavam à espera .«Piano de Baile» é uma comédia dramática ou um drama cómico. A designação não é importante para descrever uma história de amizade pautada pelo som do piano e da interajuda.


Autoria e Encenação: Carlos Alves
Elenco: Ana Campaniço, Rita Rovisco e Carlos Alves
Direção Musical: Rita Rovisco

Teatro Turim, de 21 a 30 de abril

Conto em breve vir aqui partilhar convosco novos anúncios. Porque, meus caros, isto é só abril...!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Dia Mundial da Rádio - 13 de fevereiro

Hoje é o Dia Mundial da Rádio. Ela já é importante para mim há muitos anos, desde que andava com um pequeno walkman na mão a ouvir rádio. Entusiasmavam-me as vozes, os anúncios, os jingles, a música entre as palavras. Que sorte!, pensava eu, que sorte têm as pessoas que estão a fazer isto, que falam aqui todos os dias. Um dia também vou fazer!, deve ter soado no meu interior de catraio. Era porventura um desejo muito íntimo, não o partilharia com ninguém. Terei vivido todos os dias com ele até que o satisfiz. E satisfaço, sempre com renovada paixão. É assim com as coisas que queremos muito. Conseguimo-las e amamo-las. Primeiro na Rádio Capital, agora na RDS. Dois registos opostos, duas formas de comunicar, um meio único - a Rádio. Numa, informação; na outra, subversão. Na Rádio já muito me foi possível!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Dobre-se a língua antes de falar em dobragens

A dobragem de todos os filmes estrangeiros em Espanha, por exemplo, resulta de uma diretiva franquista que pretendia a uniformização linguística do país, visava impor o castelhano como língua única. No entanto, a língua não se defende assim. Contento-me muito por ser normal em Portugal poder ver filmes e séries na língua original. A língua não estaria mais defendida se fosse o contrário. Defender a língua é estimular a arte e a cultura produzidas e faladas em português. Cada novo filme, nova série, novo livro, novo álbum de música portuguesa fazem mais do que dez dobragens de longas do Spielberg. Os colegas que fazem as dobragens vão ficar chateados? Não faz mal, eles também são poucos.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

RePublicações - Ataque ao Charlie Ebdo

"O humor e a liberdade de expressão perdem sempre que se lhe impõem barreiras de qualquer tipo e ganham sempre que os seus executores se borrifam para as barreiras. Por muito que diariamente tenhamos pessoas a dizer-nos que sim, não há temas sagrados. Quando nos querem atirar com piadas proibidas, pessoas com quem não se brinca e outras que não aceitam uma brincadeira, valemo-nos da nossa sensibilidade e dos nossos valores e guiamo-nos só por eles. Não é justo tirar trabalho a humoristas por esta ou aquela piada, é injusto atacar humoristas que se recusam a ir além do trocadilho barato e da sempre engraçada diferença entre os homens e as mulheres, é mais injusto ainda matar humoristas porque quiseram olhar para a realidade (feia realidade!) do avesso, invertê-la, de tão feia fazer com que sejamos capazes de rir dela. Não vou publicar frases de homenagem e solidariedade, quero, sim, ter talento para descobrir riso nessa mísera falta de humanidade daqueles que persistentemente têm feito chorar milhões de pessoas. E hoje decidiram ir fazer chorar a França. Podem ser capazes de criar tragédias bem reais, nós vamos conseguir encontrar comédias de ir às lágrimas nas vossas ações, que só não são rídículas porque matam. Fodam-se!"

7 de janeiro de 2015

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

"Terapia" para gente exigente

"Terapia", a nova série da RTP não é de consumo imediato, não se entranha à primeira, só se estranha de tão incomum, está bem escrita e tem uma realização que dá gosto ver. É boa televisão! Conta histórias sem as escarrapachar na cara dos espectadores, conta histórias como elas devem ser contadas, aos poucos, na descoberta, só com palavras e actores. Texto e personagem. Não seria jamais uma série para qualquer "ator de televisão" fazer, exige muito do ator, não é um trabalho para qualquer pessoa. Nos primeiros dois episódios já vimos Virgílio Castelo, Soraia Chaves e Nuno Lopes a fazê-lo de forma sublime.
A RTP arrasa neste início de ano com este projeto, cuidado, elegante e soberbo. Televisão para gente exigente, que afinal devíamos ser todos.