Foi hoje para o ar o segundo programa de Miguel Sousa Tavares na SIC. Dando-se o respectivo benefício da dúvida à estreia na semana passada, agora já se podem tecer alguns comentários. Sousa Tavares apareceu hoje com mais bonomia na apresentação do programa, depois de no primeiro ter mostrado uma certa agressividade e rosto fechado, que, podendo combinar com um espaço de comentários num telejornal, não funciona quando se é pivot de uma emissão. Melhor, portanto, a primeira parte. Já a entrevista foi muito pior do que a da semana passada (com José Sócrates). O convidado, Gonçalo Amaral, mal teve tempo para falar e nem sei mesmo se chegou a terminar algum raciocínio. Da enrevista só me lembro das perguntas, das "teses", "crenças" e "opiniões" do entrevistador. Gonçalo Amaral, entre a limitação imposta pela providência cautelar a que está sujeito e as investidas de Sousa Tavares, limitou-se a contradizer o interlocutor mas dizer, não disse nada.
No final, já com o plano geral do estúdio mas antes do genérico entrar, ainda se ouviu Miguel Sousa Tavares lamentar que "25 minutos é curto". Até pode ser curto de tempo mas o papel do entrevistado é geri-lo e falar mais do que o entrevistado não ajuda.
O estilo do programa é interessante, directo, incisivo mas, exactamente por isso, exige um certo controlo para que não aconteça o que aconteceu esta noite e apareça mais ruído do que substância e esclarecimento.
A moeda tem duas faces : uma , com a delinquência investigatória ; noutra , a Anestesia Social com a consequente Obesidade Mental !!!
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