quarta-feira, 31 de março de 2010

Pinto da Costa vence Luis Filipe Vieira na audimetria

No duelo televisivo de ontem à noite ganhou o FC Porto. A entrevista com Pinto da Costa teve 12,8% de audiência média, representando cerca de 32% do auditório televisivo àquela hora. Já Luis Filipe Vieira frente ao portista Miguel Sousa Tavares ficou-se pelos 19,8% de share, para uma audiência média de 7,9%. As duas entrevistas começaram à mesma hora e tiveram a mesma duração. Mas a de Judite de Sousa ao presidente dos dragões foi claramente mais animada, empolgada, clima ao qual não foi alheia a personalidade controversa, directa e cáustica de Pinto da Costa. O presidente do Benfica, por seu lado, tem uma presença televisiva muito mais apagada e um discurso menos fluido. Além disso, o embate com Sousa Tavares decorreu num tom bastante morno. Os telespectadores preferiram ouvir o líder portista, a contas com uma época menos conseguida, em alta rivalidade com o Benfica e Filipe Vieira, protagonista de processos recentes como o Apito Dourado, em detrimento do presidente do clube com mais apoiantes em Portugal, que está prestes a ser campeão e joga amanhã nos quartos-de-final da Liga Europa.

sábado, 27 de março de 2010

Viver o Dia do Teatro

De que serve o Dia do Teatro se nele não vivermos o Teatro? Podemos até organizar muitos eventos, debates e reflexões sobre o Teatro mas a magia desta arte só se sente verdadeiramente quando estamos num a plateia á frente do palco. Ou então em cima do palco. A minha celebração de hoje será nesta última modalidade. Estarei em cena a partir das 21h30 na peça A RELÍQUIA, no Teatro Ibérico (Lisboa). E convido todos a estarem presentes, desfrutarem desta história, sentirem o ambiente do teatro, o abrir do pano, o surgimento de umas e depois outras personagens, o embrenhar-se na história e a magia de ter assistido a algo que por momentos foi verdade e agora já só o é na nossa memória e na nossa mente. Isto, sim, será aproveitar o facto de haver um Dia Mundial do Teatro.

E, no Teatro Ibérico, a noite continua depois de A RELÍQUIA com um espectáculo no bar do teatro, o PANCAKES SHOW. Uma proposta mais descontraída também para comemorar esta arte.



Bom teatro para todos!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Uma estreia muito feliz. Parabéns Teatro Ibérico!

Escrevo depois de uma grande noite no Teatro Ibérico. Uma plateia repleta assistiu à estreia de A RELÍQUIA. Foram absolutamente indescritíveis as reacções do público ao trabalho que estávamos a fazer, a energia que chegava da plateia até ao palco, os aplausos ainda antes do espectáculo terminar, a felicidade dos meus colegas e de toda a equipa quando regressámos aos bastidores, os elogios e as apreciações sinceras, o clima de festa que pairou naquele teatro com tanta gente ali reunida e o sabor da tranquilidade e satisfação por termos conseguido. Trabalhámos muito, porque queríamos oferecer ao público algo que valesse a pena. Com os meios que existem, dobrando as dificuldades que surgem quando se faz Cultura, com muito empenho e amor ao Teatro criámos um espectáculo que a todos nos orgulha e que, ao longo das próximas semanas, vamos mostrar ao nosso público. Trabalhámos muito e ainda bem. Não lamento um único segundo desse esforço. Valeu a pena.
Temos connosco a genialidade de um escritor como Eça de Queirós e a brilhante adaptação de Filomena Oliveira. Estamos a dar vida a uma história mirabolante e a um grupo de personangens delirantes nos seus defeitos humanos e culturais. Estamos a levar as pessoas a rir, mais do que de uma comédia, de toda uma sociedade.
A Companhia do Teatro Ibérico é feita de pessoas que vestem a camisola, orgulham-se dela e não fazem menos do que deviam, fazem mais do que podem. Assim, perseguem sonhos e não descansam até os materializar e assumem essa luta por sua conta e risco. Não vejo outra razão para o fazerem, é porque acreditam que podem criar coisas que façam sentido para quem as recebe, os espectadores. A RELÍQUIA é o filho mais novo dessa crença e dessa perseverança. Por tudo isto, pelo esforço investido, pela exigência mantida, pelos sonhos feitos vida, o Teatro Ibérico, em cada um dos seus obreiros, está de parabéns.
Pela minha parte, agradeço a todos os que acreditaram em mim e serei feliz sempre que corresponder em pleno a essa confiança, a eles que não merecem que eu seja menos.

sábado, 20 de março de 2010

É Eça mesmo

Sim, sou um aficcionado da obra de Eça de Queirós. Sim, considero Os Maias um dos grandes livros da minha vida - embora Os Maias seja a resposta pronta de quem não lê muito quando interrogado sobre livros, no meu caso não tenho medo de dar essa resposta. Sim, o meu exame final de Português do 12º ano foi sobre Os Maias. E, sim, sou capaz de reler com prazer todos os livros do Eça de Queirós. Desde a super história de Carlos da Maia e Maria Eduarda até à Cidade e as Serras, este menos corrosivo mas com um humor de grande nível e subtileza. E, claro, A Relíquia. Uma história notável, arrasadora da hipocrisia social e dos brandos costumes, que são afinal mais fundamentalistas do que brandos. Com A Relíquia, Eça não cria uma grande história, como faz nos Maias. Apresenta, pelo contrário, uma caminhada patética como patéticos são os seus intervenientes. E são os defeitos dessas pesonagens que as guiam para uma grande aventura. É uma viagem de fanatismo, mentira, hipocrisia, reveladora de instintos primários sufocados por uma capa social e religiosa, tão frágil quanto superficial. Olhamos para eles e rimo-nos, mas não teremos algures nas nossas vidas comportamentos e atitudes assim? É esta a força do humor queirosiano. As alegrias e as tragédias das personagens são provocadas por elas próprias, por aquilo que elas têm de condenável. São tipos sociais, dão a cara pelo ridículo de toda uma sociedade, de todo um país.

É esta obra que agora é levada à cena pelo Teatro Ibérico, numa adaptação de Filomena Oliveira e encenação de Onivaldo Dutra. A Relíquia transportada para o palco resulta numa comédia divertidíssima e numa sucessão de acontecimentos absolutamente delirante. São as vicissitudes de quem finge um papel que não é o seu e sobre quem a verdade pode desabar a qualquer momento como um estrondo e destruir todos os planos e ambições. E está lá tudo retratado, a fé de uma irracionalidade desmedida, o aproveitamento dessa fé para todos e quaisquer proveitos, a hipocrisia de não ser o que se parece e querer parecer o que não se é. A mentira, a traição, a ignorância e o desfile dos anseios mais primários estão todos lá e só estão porque Eça os decalcou da sociedade. E a sociedade, mudou muito desde o século XIX? Vale a pena pensar nisso ao assistir a este espectáculo. E o chico-espertismo não é uma moda do Portugal moderno? Se é, podemos bem olhar-nos ao espelho ao ver A Relíquia.

Os responsáveis por este espectáculo quiseram ser fiéis não só ao espírito da obra como também ao da época, com as dificuldades que isso traz, ainda para mais a uma produção independente. Quando não é possível ter a ambiência do século XIX ali toda em cima do palco, criou-se um simbolismo que a define.

Já agora, e porque esta reflexão foi feita em nome pessoal e independentemente das tentativas de promover o espectáculo - nas quais me empenharei nos próximos tempos, por considerar que o público que gosta de teatro, o que gosta de Eça de Queirós, o que gosta de cultura, merecem conhecer esta peça e devem vê-la - menciono aqui cada um dos elementos da equipa da Relíquia, com os quais tenho a alegria de poder trabalhar neste projecto que muito acarinho: Onivaldo Dutra - encenador; Marco Mascarenhas - director artístico do Teatro Ibérico; os colegas actores - Manuela Gomes, Naná Rebelo, Miguel Ferraria, Pedro Conde, Tânia Alves, João Almeida, Carlos Catarino e Sérgio Coragem; os técnicos de luz e som - Rita Almeida, Mário Inácio e Céu Neves; e o figurinista Paulo Miranda. E também todos os que de uma forma ou de outra deram e dão o seu apoio na realização desta aventura. Um forte abraço para todos! Vamos trabalhar! O público aguarda-nos.


quinta-feira, 18 de março de 2010

Um escândalo na família

Esta foi uma história que eu encontrei e que foi contada pelo Manuel Halpern numa das suas participações no Indigente da Antena 3. Não resisti a partilhá-la, gravando-a com a minha voz.

Singapura_Casamentos Conjuntos



Esta peça foi produzida no Curso de Televisão do Cenjor.
Autor: Carlos Alves
2009

quinta-feira, 11 de março de 2010

terça-feira, 9 de março de 2010

Mais sobre o PANCAKES

O PANCAKES SHOW já estreou a um mês e meio mas ainda temos outro tanto pela frente. Continuamos assiduamente no Teatro Ibérico todas as sextas e sábados, às 23h30. Não é um horário comum para se ver teatro, dir-me-ão. Pois não, e só por isso vale a pena arriscar. Porque não é comum. E ao fim-de-semana podem fazer-se coisas menos comuns. Temos vindo a produzir vídeos sobre o espectáculo, mas não podemos revelar muita coisa, porque só tem piada se for visto no bar do teatro. Vejam o vídeo e se ganharem curiosidade e vontade, vão ao teatro no próximo fim-de-semana. Contactos para reservas de bilhetes ou quaisquer informações, encontram-nos facilmente clicando aqui.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Óscares na TVI

A TVI tansmitiu mais uma vez a cerimónia de entrega dos Óscares, comentada por Vítor Moura e José Vieira Mendes. Optaram por dar primazia aos sons da festa, sem interrupções nem tradução. Pareceu-me uma boa opção. Não creio que fosse importante repetir em português as palavras dos intervenientes, ainda que por vezes se pudesse ter aproveitado certas pausas ou os aplausos para uma curta explicação do que se tinha dito e não ficar pelo comentário "foi um agradecimento original" ou outras referências assim, várias vezes repetidas, de forma algo inócua. O papel dos dois comentadores restringiu-se a preencher os pequenos intervalos ao longo da gala. E aí, pecaram por quase nunca acrescentarem mais valia à transmissão. Os comentários foram bastante redundantes e inconsequentes. Valeu a terceira intervenção, de Maria João Rosa, a partir de Los Angeles, que essa sim marcou a sua participação com informações e curiosidades apropriadas e relevantes para quem estava a acompanhar aquela noite. Foi uma boa aposta a integração deste terceiro elemento, que, sem dúvida, acrescentou valor à emissão portuguesa.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Sinais de Fogo

Foi hoje para o ar o segundo programa de Miguel Sousa Tavares na SIC. Dando-se o respectivo benefício da dúvida à estreia na semana passada, agora já se podem tecer alguns comentários. Sousa Tavares apareceu hoje com mais bonomia na apresentação do programa, depois de no primeiro ter mostrado uma certa agressividade e rosto fechado, que, podendo combinar com um espaço de comentários num telejornal, não funciona quando se é pivot de uma emissão. Melhor, portanto, a primeira parte. Já a entrevista foi muito pior do que a da semana passada (com José Sócrates). O convidado, Gonçalo Amaral, mal teve tempo para falar e nem sei mesmo se chegou a terminar algum raciocínio. Da enrevista só me lembro das perguntas, das "teses", "crenças" e "opiniões" do entrevistador. Gonçalo Amaral, entre a limitação imposta pela providência cautelar a que está sujeito e as investidas de Sousa Tavares, limitou-se a contradizer o interlocutor mas dizer, não disse nada.
No final, já com o plano geral do estúdio mas antes do genérico entrar, ainda se ouviu Miguel Sousa Tavares lamentar que "25 minutos é curto". Até pode ser curto de tempo mas o papel do entrevistado é geri-lo e falar mais do que o entrevistado não ajuda.
O estilo do programa é interessante, directo, incisivo mas, exactamente por isso, exige um certo controlo para que não aconteça o que aconteceu esta noite e apareça mais ruído do que substância e esclarecimento.