O Natal é também uma forma de celebrar a Humanidade e a Civilização, já que foi pela primeira que o nascimento de Cristo se deu e esse momento influenciou para sempre a segunda. Há dias, o Cardeal-Patriarca, D. José Policarpo, afirmava que a Humanidade tem urgentemente de pensar que Civilização quer. De acordo com o Cardeal, preocupamo-nos com questões sectoriais, o Ambiente, a Economia, a Paz e não percebemos que o ponto essencial para resolver essas questões é a Civilização. Que Civilização temos e que Civilização queremos. De facto, a crise que as nossas sociedades vivem não é só económica. Há uma crise muito mais profunda, talvez mais difícil de resolver, talvez a causa de tantas outras crises. É uma crise civilizacional e de valores. As sociedades mudaram, encontraram novos desafios e problemas. Pelo meio, muitas coisas se perderam e outras se transformaram. A ética, o respeito pela vida e dignidade humanas, a privacidade são conceitos que se vêm a alterar; o acreditar que tudo é relativo e tudo é descartável é uma marca das últimas décadas. Há uma Civilização que está em crise e está assim porque é percorrida por muitos anseios e evoluções tantas vezes em sentido contrário que a fizeram perder o norte. É para voltar a esse norte que ela terá de se repensar. Só nesta última década, passámos, no mundo, por um ataque planeado contra dois edifícios em Nova Iorque que matou milhares de pessoas, foram iniciadas novas guerras no Iraque e no Afeganistão, ambas já mataram muitos milhares também (são só dois exemplos). Será esta a Civilização que queremos? Uma Humanidade que se odeia e se destrói porque perdeu a orientação de uma qualquer estrela de Belém dos nossos tempos. Que estrela é essa? A Humanidade vai ter de descobrir, se não for a bem vai ser a mal.
(Texto publicado na edição de Dezembro no JORNAL VILA VERDE, publicação do Centro Social e Recreativo Cultural de Vila Verde - Alijó)
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