A imagem que ilustra este artigo
foi o melhor cartaz de campanha que já vi a propósito das próximas eleições
legislativas. O melhor porque o que transmite a mensagem mais verdadeira. “O
Risco”. É exactamente isso que os Portugueses vão fazer no dia 4 de outubro.
Correr um grande risco. É abundantemente arriscado dar mais quatro anos para
Passos Coelho e Paulo Portas brincarem aos contabilistas com uma sociedade que
não vive só dos números do INE nem se aguenta só a exportar. Há-de haver quem
gostasse também de consumir alguma coisa cá dentro. Um antigo lema do Turismo
de Portugal dizia “Vá para fora cá dentro”. O lema económico da coligação
assemelha-se a um “Vai para fora, não é para comer cá dentro”. (Não quero com
isto dar ideias para novos cartazes, já basta o que basta). Ninguém questionará
o bom que é ter uma economia exportadora mas o discurso deste Governo sempre
foi o de uma cozinheira que prepara um banquete mas não deixa ninguém provar os
rissóis na cozinha. Já em relação a António Costa, estamos perante um risco
incalculável, de tal forma que nem o INE será capaz de prever a dimensão da
catástrofe. É tudo um risco e só a gravidez de Joana Amaral Dias, exposta na
revista de Cristina Ferreira, nos alerta para isso. Fiquei muito tempo atento a
esse risco até achar que estava há tempo demais a olhar para o corpo de uma
mulher grávida.
Eu não sei quanto vale
eleitoralmente uma capa sexy numa
revista. A julgar pela carreira política de Cavaco Silva, vale muito pouco. No
entanto, é bom lembrar que a coligação que Joana Amaral Dias representa nestas
eleições é o Agir. A menos que no boletim de voto apareça esta capa desenhada,
ninguém se vai lembrar de votar no Agir. Aliás, só há um motivo para votar no
Agir que é: depois de votar, tira-se uma fotografia ao boletim com o telemóvel
e depois mostra-se aos amigos. Vai dar muitas horas de gargalhadas e diversão!
Mas não alinho de forma nenhuma nas críticas ao facto de uma candidata a um
cargo político posar sem roupa para uma revista. Em todos os que se candidatam
a cargos políticos, a questão da roupa tem sido o menos.
Volto a escrever-vos depois do
dia 4 de outubro. Boa sorte! (Ou deixem lá isso da sorte, aceitem só…)
(Crónica publicada no semanário A Voz de Trás-os-Montes, edição de 10 de setembro de 2015)
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