Eu não sei quanto vale uma vida. Mário Amorim Lopes acha que"vale todo o nosso esforço". Já não é mau. Para alguém que aparenta
caminhar em raízes quadradas, achar que vale todo o nosso esforço (e não todo o
nosso esforço a dividir pelo número de betinhas que somos capazes de comer numa
noite no Urban) já é uma vitória humanística. Mário Amorim Lopes perdeu tempo -
atenção, Mário, tempo é dinheiro! fizeste bem as contas sobre a rentabilidade
de escrever esta prosa mal amanhada? - a explicar que os recursos são escassos.
Pois, Mário, não é preciso estudar na Universidade do Porto para saber isso. Em
qualquer universidade se aprende e na escola primária também. E os recursos
serem escassos é uma inevitabilidade do mundo. E temos de viver com isso. Se
não fosse isso, gajos como tu, Mário, não serviam para nada. Assim, servem.
Ainda que, na maior parte das vezes, para dizer banalidades como as tuas.
Aquilo que já não é uma banalidade é a tentativa quase
criminosa de transferir a responsabilidade da falta de dinheiro na Saúde para o
Teatro. Acredito que o dinheiro que o Estado dedica à Universidade do Porto te
dê muito mais jeito, mas se calhar salvava mais vidas.
Mário Amorim Lopes diz que quando financiamos uma peça (de
Brecht) estamos a "reduzir os recursos disponíveis para mais um tratamento
que possa salvar mais uma vida. E sacrificar a vida de uma criança é um preço
demasiado elevado a pagar". Mas quando se faz uma peça neste país há
pessoas a pagar bilhete (com IVA), profissionais a pagar IRS e mais uma série
de contribuições, licenças de representação, direitos de autor e impostos sobre
os direitos de autor e... não tenho a tua profissão, Mário, investiga tu o
resto. Já quando se paga a um professor, é isso que se faz, paga-se a um
professor. E crianças a precisar desse dinheiro para se salvarem...
Terminando, eu não sei quantificar quanto vale uma vida. Mas
sei que um energúmeno sai-nos muito caro!
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