segunda-feira, 19 de março de 2012

SIC 20 anos - Companheiros de Crescimento

"SIC 20 Anos - Crescemos Juntos" é o claim atual da estação de Carnaxide. Mas quem são estes que cresceram junto com a SIC? Na verdade, tendo esta 20 anos, só duas gerações o podem ter sido. Calculamos que sejam as gerações de 80, que rondavam os 10 anos aquando do nascimento do canal, e a geração de 70, que estaria, nessa altura, entre os 15 e os 20. Os mais velhos do que isso já estavam bem crescidos em 1992.
Não será, pois, abuso considerar que a mensagem da estação está agora dirigida às atuais faixas dos 24 - 39. Talvez seja. Abuso. Mas, dada a sub-representação da população mais idosa nos painéis da GFK, posso ver aqui uma já desistência desse público. Esses não vão ser contados, por isso vamos engraxar os mais novinhos.

Poderá ser uma explicação do tal claim mas não sabemos se é. Provavelmente não. Até porque a programação não indica o mesmo. O combate das manhãs e das tardes com os outros concorrentes mantém-se. A novela da Globo, agora com menos vigor nas audiências e remetida para mais tarde do que no tempo em que "crescíamos com a SIC"; mas a novela portuguesa a assumir a posição, com menos produções ainda do que a TVI mas com mais intensidade na violência e na depressão. Seguindo a tradição da premiada "Laços de Sangue", "Rosa Fogo" tem os seus vilões cuja propensão para a violência pode sempre ir mais longe, dependendo do número de episódios que ainda houver.
Para enfrentar o arrombo provocado pelo "A Tua Cara Não Me É Estranha", chega para semana o "Ídolos". Vamos ver como corre, porque "Ganha Num Minuto" não estava (nem podia) mesmo dar.
De resto, foi preciso esperar 20 anos para ter um programa como o "Gosto Disto"! Mentira. É dos formatos mais batidos em televisão. Vídeos caseiros e engraçados e... é só isso. É claro que este tem os Homens da Luta e o César Mourão. Ambos, à sua maneira, imprimem alguma mais valia a um formato que é terra queimada (mas tem sempre sucesso!) e isso é bom.


Isto agora é daqui para melhor e lamentamos que a teoria do primeiro parágrafo não seja verdadeira. Apesar de tudo, uma diversificação do público-alvo traria diversidade ao panorama audiovisual. Mas isso é estúpido, porque as televisões estão em concorrência direta, pelo que o público que querem é o mesmo. Só na cabeça do autor deste texto é que isto é passível de ser verbalizado. Não, vamos continuar a crescer juntos mas sem grandes alterações hormonais.

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