sexta-feira, 9 de março de 2012

RTP 55 Anos - Memória e Incerteza

A RTP está a comemorar os seus 55 anos, num período de incerteza quanto ao futuro. A história da televisão pública ainda é em grande parte a história da televisão em Portugal e a matriz do serviço público de audiovisual europeu. A falada e possível privatização de um canal público poderá representar uma transformação histórica na forma como Portugal vê o papel da televisão.
A RTP chega aos 55 anos com uma longa evolução e uma memória extensa. Uma evolução ao nível da tecnologia e da adaptação às novas plataformas e um passado cheia de boas referências e algumas inutilidades também.

No momento atual, a estação reage bem à incerteza do futuro. Continua a merecer a confiança do público, sofre com o novo sistema de audiências mas tem um selo de confiança e tem apostado em formatos e numa programação ao nível dos melhores momentos da sua história (e se também teve momentos maus...). Ao nível da informação, a Grande Entrevista e o novo Sexta às 9 são formatos muito positivos, do melhor que se faz na televisão em sinal aberto. No humor, mantém-se como a garantia de qualidade. O Último a Sair e Estado de Graça são referências muito positivas no portefólio recente do canal. No entretenimento, Herman José, Nicolau Breyner e a já anunciada transição de 5 para a Meia Noite para a RTP1 são exemplos de vitalidade e diversidade. No que toca à ficção, a produção é regrada mas com produtos que fazem a diferença. Liberdade XXI, Pai à Força e Velhos Amigos, bem como alguns telefilmes recentes, servem para o demonstrar.
No que toca ao cinema emitido, tem havido melhorias significativas desde o início deste ano.
É claro que há ainda coisas a estragar a fotografia. Chamar-lhe-ia emplastros neste retrato. Mas do Preço Certo e outros que tais já não tenho muito mais a dizer.

Sobra que estes 55 anos chegam com uma RTP viva, com qualidade, diferente dos privados e com os lucros a crescer (18,9 milhões de euros em 2011, mais 26% do que em 2010). O Serviço Público há-de ser sempre discutido e nunca se há-de chegar lá, embora não seja difícil perceber que televisão com qualidade é afinal o primeiro critério. O resto virá por acréscimo.
A continuar a fazer-se daqui para melhor, não vejo que a RTP devesse ser privatizada, mas não consta que eu perceba muito de finanças e tenho só uma pequena biblioteca.


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