quarta-feira, 21 de março de 2012

Pessoas Que Não Me Servem

Pessoas que dizem "Vamos indo"
Pessoas para quem tudo é ruim
A chuva, a seca, o Benfica
Tudo é desgosto e nada está bem assim.
Pessoas que sabem quem fica
Que dizem que o autocarro não vem
Que veem sorte em toda a gente
Só a elas nada corre bem.
Que têm um ar doente
O leite está frio, o café quente
Sabem sempre quem saiu
E não lhes escapa alguém que entre.

São pessoas que não me servem
E a culpa não é minha
Mas de facto não me servem
Nem que lhes façam bainha.

Aturar estas pessoas
É penitência cristã.
São pessoas que veem o mundo
Pelo Correio da Manhã
Ou pessoas que ofendem, insultam
E coisas que tais
Tratam-te abaixo de cão
Por não gostares de animais.
Se na honestidade cais e vens a ser menos sensato
Vais meter-te em sarilhos
Elas vivem para o gato!
Mas jamais teriam filhos.

São pessoas como estas
Que não me servem para nada
Mas que me fizeram escrever
Esta coisa apalermada.

21-03-2012

4 comentários:

  1. Que nunca te doam os dedos a teclar!!!
    Pois que gostei muito, sim senhor!

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    1. Muito obrigado! Em breve publico a versão audio do poema.

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  2. Esta "coisa" de "apalermada" não tem nada! Poética, sim; realista, com certeza; certeira, sem dúvida!!! A propósito, o autocarro já veio? ;)

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  3. Obrigado António Mendes! O autocarro, se não veio, ainda vem. Eu não sou dos que dizem que não vem. Saudações!

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