sexta-feira, 6 de abril de 2018

Porque vamos estar na rua?

Os artistas vão estar na rua hoje, em Lisboa, no Porto, em Coimbra, Beja, Ponta Delgada e Funchal. Na última semana, os profissionais (de profissões não regulamentadas) moveram-se, protestaram, discutiram e fizeram o Governo e o Primeiro-Ministro parar para pensar. Ele pensou e tem vindo a atirar com dinheiro para cima. Aumentou a dotação orçamental, mais companhias vão ser apoiadas. Está bem.

Maiores do que os motivos que fizeram rebentar a contestação são os motivos que a devem sustentar. Termos de estar continuamente a explicar a importância da Cultura para um país é um exercício interessante mas torna-se cansativo. Preferíamos que se percebesse à primeira.

É por isso que vamos estar na rua. Para explicar, mais uma vez.

Pedir um por cento para a Cultura é apenas pedir um número - eles percebem melhor quando se fala em números.

É por isso que vamos estar na rua. Os bancos têm pedido números muito mais pesados e recebem logo. Vamos ver se resulta connsoco também.

Temos uma profissão, ela deve estar regulamentada e encarada como tal. O teatro, a dança, a luminotecnia, por exemplo, não são hobbies. Compreenderão que passar dias dentro de uma sala de ensaios seja muito fraca escolha como hobby.

É por isso que vamos estar na rua. Para dizer que profissões que pagam impostos (mais impostos do que outras até) podem e devem ser regulamentadas.

Acima de tudo, que se entenda a Cultura como início e fim de uma democracia.

É por isso que vamos estar na rua. Por uma democracia culta e informada.

(Carlos Alves)



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