sábado, 16 de dezembro de 2017

Uma lista de 2017: "Menina sem Estrela" de Nelson Rodrigues

Estamos em período de listas. São as listas dos melhores do ano. Os melhores filmes, as melhores séries, os mais vistos, os mais gostados, os mais gozados, os mais bem vestidos e os mais queridos, os mais cómicos e os mais dramáticos, os mais ricos e os outros, listas, listas, listas... Os melhores de 2017. Gosto de listas, ainda que as ache perfeitamente inúteis. Na lista de coisas inúteis incluo as listas. Mas, no final do ano, fazem-se listas. Também de livros. Os mais vendidos, os mais lidos (que é diferente de mais vendidos) e os melhores. Gosto de listas, acho-as inúteis, quero fazer uma lista!

De livros. Não vou selecionar os melhores. Li poucos o suficiente para não saber escolher os melhores e talvez não tenha lido nenhum dos melhores. Mas li alguns de que gostei. Nos próximos dias selecionarei algumas leituras que fiz em 2017 para falar delas e recordá-las. É uma lista o que vou fazer nos próximos dias.

Não seguindo qualquer ordem nesta lista que vou fazer - também não aguento listas ordenadas -, hoje menciono uma obra de caráter autobiográfica de um dos meus autores de eleição, Nelson Rodrigues. A Menina Sem Estrela reúne as memórias do dramaturgo brasileiro, numa escrita fluída, crua e apaixonante.
Nestas memórias estão a morte, a sexualidade, a violência, o sarcasmo, o êxito e a rejeição. Uma extensão das peças de Rodrigues ou a causa delas, não sei e não interessa porque tudo isso existe, tudo isso é forte, tudo isso trágico e as memórias não têm de ser belas, têm de ser memórias.

Edição Tinta da China - Novembro de 2016



"O grande ator nada tem de truculento nem berra. É inteligente demais, técnico demais; e tem uma lucidez crítica, que o exaure. O canastrão, não. Está em cena como um búfalo da ilha de Marujó. É capaz de tudo. Sobe pelas paredes, pendura-se no lustre e, se duvidarem, é capaz de comer o cenário. Por isso mesmo, chega mais depressa ao coração do povo, deslumbra e fanatiza a plateia"

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