segunda-feira, 10 de setembro de 2012

As Estrelas da Escola

As principais campanhas publicitárias sobre o Regresso às Aulas a circular nos vários veículos de comunicação propõem fazer dos alunos umas estrelas, por intermédio dos materiais para a escola. Transmitem a ideia de que com determinada mochila ou porta-lápis se pode ser o rei do primeiro dia de aulas. Não chegam nem perto de sugerir que esses mesmos materiais possam também proporcionar o mesmo brilho no último dia, depois de se conhecerem as notas.
Fico a pensar que os desejos veiculados por esses anúncios devem transformar este período num momento bem difícil para os pais. Os custos de um início de ano letivo são já por si elevados e, com as crianças empenhadas em ser o David Carreira ou o Boss AC lá do sítio, controlar o orçamento para esta altura deve ser tarefa pelo menos tão complicada como a de pôr a despesa do Estado português a vir por aí abaixo.
Para os anunciantes, vender uma ideia de brilho aos jovens é fácil e eficaz. É tocar no ponto fraco de pessoas que o que mais querem é distinguir-se entre os colegas, serem populares, estarem no centro das atenções do grupo. Porém é uma ideia que fica muito longe daquilo que os pais, que investem, os professores, que planeiam, o país, que também paga, pretendem. E fica, claro, muito longe do que os alunos deviam pretender. Mas eles vêem televisão e depois de as coisas entrarem nos olhos, é difícil tirá-las da cabeça.

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