Celebramos também aqui hoje o Dia Mundial do Teatro, transcrevendo a Mensagem para o Dia Mundial do Teatro. Este ano, a mensagem foi escrita pela dramaturga e actriz Jessica Atwooki Kaahwa, do Uganda. Para além do trabalho no teatro, Kaahwa é reconhecida pela acção humanitária que defende e promove. Na sua mensagem para o dia de hoje, ela aponta exactamente o Teatro como um veículo de reconciliação, resolução de conflitos e instrumento para a construção de uma paz mundial. Exalta o Teatro como uma ferramenta de diálogo universal a ser melhor aproveitada pela Humanidade.
MENSAGEM DO DIA INTERNACIONAL DO TEATRO DE 2011
«Este é o momento exacto para uma reflexão sobre o imenso potencial que o Teatro tem para mobilizar as comunidades e criar pontes entre as suas diferenças. Já, alguma vez, imaginaram que o Teatro pode ser uma ferramenta poderosa para a reconciliação e para a paz mundial? Enquanto as nações consomem enormes quantidades de dinheiro em missões de paz nas mais diversas áreas de conflitos violentos no mundo, dá-se pouca atenção ao Teatro como alternativa para a mediação e transformação de conflitos. Como podem todos os cidadãos da Terra alcançar a paz universal quando os instrumentos que se deveriam usar para tal são, aparentemente, usados para adquirir poderes externos e repressores? O Teatro, subtilmente, permeia a alma do Homem dominado pelo medo e desconfiança, alterando a imagem que têm de si mesmos e abrindo um mundo de alternativas para o indivíduo e, por consequência, para a comunidade. Ele pode dar um sentido à realidade de hoje, evitando um futuro incerto. O Teatro pode intervir de forma simples e directa na política. Ao ser incluído, o Teatro pode conter experiências capazes de transcender conceitos falsos e pré-concebidos. Além disso, o Teatro é um meio, comprovado, para defender e apresentar ideias que sustentamos colectivamente e que, por elas, teremos de lutar quando são violadas. Na previsão de um futuro de paz, deveremos começar por usar meios pacíficos na procura de nos compreendermos melhor, de nos respeitarmos e de reconhecer as contribuições de cada ser humano no processo do caminho da paz. O Teatro é uma linguagem universal, através da qual podemos usar mensagens de paz e de reconciliação.Com o envolvimento activo de todos os participantes, o Teatro pode fazer com que muitas consciências reconstruam os seus conceitos pré-estabelecidos e, desta forma, dê ao indivíduo a oportunidade de renascer para fazer escolhas baseadas no conhecimento e nas realidades redescobertas. Para que o Teatro prospere entre as outras formas de arte, deveremos dar um passo firme no futuro, incorporando-o na vida quotidiana, através da abordagem de questões prementes de conflito e de paz. Na procura da transformação social e na reforma das comunidades, o Teatro já se manifesta em zonas devastadas pela guerra, entre comunidades que sofrem com a pobreza ou com a doença crónica. Existe um número crescente de casos de sucesso onde o Teatro conseguiu mobilizar públicos para promover a conscientização no apoio às vítimas de traumas pós-guerra. Faz sentido existirem plataformas culturais, como o [ITI] Instituto Internacional de Teatro, que visam consolidar a paz e a amizade entre as nações. Conhecendo o poder que o Teatro tem é, então, uma farsa manter o silêncio em tempos como este e deixar que sejam "guardiães" da paz no nosso mundo os que empunham armas e lançam bombas. Como podem os instrumentos de alienação serem, ao mesmo tempo instrumentos de paz e reconciliação? Exorto-vos, neste Dia Mundial do Teatro, a pensar nesta perspectiva e a divulgar o Teatro, como uma ferramenta universal de diálogo, para a transformação social e para a reforma das comunidades. Enquanto as Nações Unidas gastam somas colossais em missões de paz com o uso de armas por todo o mundo, o Teatro é uma alternativa espontânea e humana, menos dispendiosa e muito mais potente. Não será a única forma de conseguir a paz, mas o Teatro, certamente, deverá ser utilizado como uma ferramenta eficaz nas missões de paz.» Jessica Atwooki Kaahwa
domingo, 27 de março de 2011
sábado, 12 de março de 2011
Porque é que tenho de ir protestar hoje?
Muito simples. Porque faço parte da agora chamada mas há muito assumida Geração à Rasca. Porque nasci nos anos 80, sem culpa nenhuma disso. Porque a minha geração parece ser um problema para a geração que me antecedeu enquanto eu acho que não devia ser. Enquanto eu acho, aliás, que devia ser aproveitada como solução. Não se pode dizer que a geração que nasceu antes da minha e que agora dirige este país tenha sido um sucesso. Julgo que não têm assim tanto de que se orgulhar. Conquistaram muitos direitos para si, é verdade, foram bem sucedidos nesse aspecto, mas perderam-se neles. Contentaram-se em ganhá-los e em usufruir deles, com direito exclusivo de uso e propriedade. Recusam-se a passá-los aos outros ou então fazem-no a conta-gotas. Só isso explica que se ache normal pedir a um jovem que trabalhe e não lhe pagar por isso. Qualquer pessoa no mundo diria que isto é escravatura mas em Portugal não podemos dizer isso porque os mais velhos não gostam e, por respeito à idade, não o vou dizer.
Também só uma interpretação senhorial dos direitos conquistados pode explicar que os jovens que têm trabalho, devidamente remunerado, estejam todos os dias na iminência de ficar sem ele e todos os dias saibam que, se isso acontecer, não vão ter qualquer cobertura. Não vão ter, no fundo, nenhuma segurança social, a mesma que quando lhes sente algum dinheiro no bolso, lhes leva um quarto dos rendimentos.
Não vou usar, para este protesto, o argumento de sermos a geração mais qualificada de sempre. A gabarolice não ajuda o país. Mas a qualificação ajudaria.
Não vou usar, para este protesto, a cantiga do coitadinho que não consegue arranjar emprego ou que passa a vida a ser despedido ou que trabalha mais e melhor que os outros e, não só não ganha quase nada por isso como ainda tem de contribuir para as garantias sociais dos outros.
Não vou usar, para este protesto, a ameaça de que a qualquer altura, nós jovens, poderemos ir embora para muitos sítios que não se importariam de nos receber e deixar um país, mal gerido e desqualificado, abandonado e a envelhecer cada vez mais triste e mais pobre.
Na verdade, nem sequer vou usar, para este protesto, o protesto.
Esta não é, para mim, uma manifestação contra ninguém em particular. Não é uma manifestação contra o Governo, não é uma manifestação contra os patrões, não é uma manifestação contra os sindicatos, que tanto bradam por direitos mas apenas para aqueles que já os têm, nem mesmo é uma manifestação contra as gerações que nos antecederam.
É uma manifestação de alerta. Queremos dizer aos portugueses que não estarão hoje connosco e até a alguns que nos olham com notório mal-estar e crítica afiada, que estão equivocados. Que estão a ver mal o futuro. Queremos dizer-lhes que o mundo como o conheceram mudou, que os estilos de vida que construíram acabaram, que os direitos que conseguiram têm de ser repartidos e adaptados aos novos tempos e que provavelmente todos vamos ficar com menos mas o país vai ganhar mais.
Queremos dizer, neste protesto, que acabou o tempo do carro melhor que o do vizinho e do emprego para toda a vida mas pode começar um tempo de coisas novas e, se quisermos, melhores. Basta que saibamos aproveitar a iniciativa, a criatividade, a inovação que as novas gerações têm para dar.
Queremos dizer que podem espernear e gritar à vontade mas vão ter que mudar de vida. Connosco ou sem nós, vão ter que mudar de vida. Uma crise é isso, uma oportunidade e uma ordem para mudar. E queremos assegurar que connosco vai ser mais fácil.
Queremos, hoje, afirmar que estamos aqui para ajudar, para criar, para desenvolver um país, para trabalhar por um futuro feliz.
Não contem comigo na Avenida da Liberdade para carpir lágrimas de amargura, para lamentar a sorte ou para cuspir raiva contra quem quer que seja. Só lá estarei para dizer que vou ficar cá, não vou para o estrangeiro, vou ficar e retribuir o meu país pelo que ele também já me deu. Mas também lá estarei para ratificar a ideia de toda a minha geração de que já não somos parvos, ainda que o tenhamos sido até aqui. Não estamos aqui para servir ninguém, estamos aqui para jogar as regras de todos e mudá-las, porque têm de ser mudadas. A alternativa é a desgraça.
Quero que o Protesto da Geração à Rasca marque o fim da "geração parva" que os Deolinda cantaram. A partir de hoje, contem com a minha geração para reerguer o país da lama de má gestão, de corrupção, de atraso cultural que sujou as últimas décadas, mas não contem com ela para abafar o futuro na alcofa dos direitos adquiridos e do comodismo. A partir de hoje, saibam todos que não estamos contentes com aquilo que nos fazem e que há formas de fazer diferente e vamos lutar por elas. Acreditem que pode doer um pouco ter que mudar algumas coisas na nossa vida mas também pode valer a pena.
Porque é que vou protestar hoje? Não é para pedir mais do que a sociedade pode dar. Afinal acho que a sociedade tem condições para respeitar os jovens, dar-lhes espaço para crescer e contribuir, estar aberta à sua energia. E acho também que a minha geração não merece ser explorada, subaproveitada e quase escorraçada em nome de falsas razões. Como vêem, não pedimos mais do que é possível fazer.
Mas basta de desprezo, basta de criar dificuldades, basta de viver como se os outros não precisassem de comer, basta de desvalorizar o mérito, basta de assumir como ponto assente que a minha geração é que está mal. É disso que basta!
Também só uma interpretação senhorial dos direitos conquistados pode explicar que os jovens que têm trabalho, devidamente remunerado, estejam todos os dias na iminência de ficar sem ele e todos os dias saibam que, se isso acontecer, não vão ter qualquer cobertura. Não vão ter, no fundo, nenhuma segurança social, a mesma que quando lhes sente algum dinheiro no bolso, lhes leva um quarto dos rendimentos.
Não vou usar, para este protesto, o argumento de sermos a geração mais qualificada de sempre. A gabarolice não ajuda o país. Mas a qualificação ajudaria.
Não vou usar, para este protesto, a cantiga do coitadinho que não consegue arranjar emprego ou que passa a vida a ser despedido ou que trabalha mais e melhor que os outros e, não só não ganha quase nada por isso como ainda tem de contribuir para as garantias sociais dos outros.
Não vou usar, para este protesto, a ameaça de que a qualquer altura, nós jovens, poderemos ir embora para muitos sítios que não se importariam de nos receber e deixar um país, mal gerido e desqualificado, abandonado e a envelhecer cada vez mais triste e mais pobre.
Na verdade, nem sequer vou usar, para este protesto, o protesto.
Esta não é, para mim, uma manifestação contra ninguém em particular. Não é uma manifestação contra o Governo, não é uma manifestação contra os patrões, não é uma manifestação contra os sindicatos, que tanto bradam por direitos mas apenas para aqueles que já os têm, nem mesmo é uma manifestação contra as gerações que nos antecederam.
É uma manifestação de alerta. Queremos dizer aos portugueses que não estarão hoje connosco e até a alguns que nos olham com notório mal-estar e crítica afiada, que estão equivocados. Que estão a ver mal o futuro. Queremos dizer-lhes que o mundo como o conheceram mudou, que os estilos de vida que construíram acabaram, que os direitos que conseguiram têm de ser repartidos e adaptados aos novos tempos e que provavelmente todos vamos ficar com menos mas o país vai ganhar mais.
Queremos dizer, neste protesto, que acabou o tempo do carro melhor que o do vizinho e do emprego para toda a vida mas pode começar um tempo de coisas novas e, se quisermos, melhores. Basta que saibamos aproveitar a iniciativa, a criatividade, a inovação que as novas gerações têm para dar.
Queremos dizer que podem espernear e gritar à vontade mas vão ter que mudar de vida. Connosco ou sem nós, vão ter que mudar de vida. Uma crise é isso, uma oportunidade e uma ordem para mudar. E queremos assegurar que connosco vai ser mais fácil.
Queremos, hoje, afirmar que estamos aqui para ajudar, para criar, para desenvolver um país, para trabalhar por um futuro feliz.
Não contem comigo na Avenida da Liberdade para carpir lágrimas de amargura, para lamentar a sorte ou para cuspir raiva contra quem quer que seja. Só lá estarei para dizer que vou ficar cá, não vou para o estrangeiro, vou ficar e retribuir o meu país pelo que ele também já me deu. Mas também lá estarei para ratificar a ideia de toda a minha geração de que já não somos parvos, ainda que o tenhamos sido até aqui. Não estamos aqui para servir ninguém, estamos aqui para jogar as regras de todos e mudá-las, porque têm de ser mudadas. A alternativa é a desgraça.
Quero que o Protesto da Geração à Rasca marque o fim da "geração parva" que os Deolinda cantaram. A partir de hoje, contem com a minha geração para reerguer o país da lama de má gestão, de corrupção, de atraso cultural que sujou as últimas décadas, mas não contem com ela para abafar o futuro na alcofa dos direitos adquiridos e do comodismo. A partir de hoje, saibam todos que não estamos contentes com aquilo que nos fazem e que há formas de fazer diferente e vamos lutar por elas. Acreditem que pode doer um pouco ter que mudar algumas coisas na nossa vida mas também pode valer a pena.
Porque é que vou protestar hoje? Não é para pedir mais do que a sociedade pode dar. Afinal acho que a sociedade tem condições para respeitar os jovens, dar-lhes espaço para crescer e contribuir, estar aberta à sua energia. E acho também que a minha geração não merece ser explorada, subaproveitada e quase escorraçada em nome de falsas razões. Como vêem, não pedimos mais do que é possível fazer.
Mas basta de desprezo, basta de criar dificuldades, basta de viver como se os outros não precisassem de comer, basta de desvalorizar o mérito, basta de assumir como ponto assente que a minha geração é que está mal. É disso que basta!
sábado, 5 de março de 2011
O FRIO QUE FAZ NA CAMA
Depois de uma boa estreia nas Caldas da Rainha, a peça O FRIO QUE FAZ NA CAMA vai continuar o seu percurso e alguns dos espectáculos confirmados e agendados já foram anunciados. Estão todos na nossa página oficial no Facebook, mas adianto já que os próximos serão em Lisboa, no Auditório do IPJ (Instituto Português da Juventude), no Parque das Nações, nos dias 25 e 26 de Março.
Reservem já um destes dias na vossa agenda para não perderem a oportunidade de ver este espectáculo. Será às 21h30 em ambos os dias e também já e possível reservar bilhetes através dos contactos, telefone ou e-mail, disponíveis no site da Ditirambus - Associação de Pesquisa Teatral.
Façam-no porque só faremos dois espectáculos. Depois temos de ir para outro lado.
Bom Teatro!
Reservem já um destes dias na vossa agenda para não perderem a oportunidade de ver este espectáculo. Será às 21h30 em ambos os dias e também já e possível reservar bilhetes através dos contactos, telefone ou e-mail, disponíveis no site da Ditirambus - Associação de Pesquisa Teatral.
Façam-no porque só faremos dois espectáculos. Depois temos de ir para outro lado.
Bom Teatro!
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Na Luta
Fui um pouco apanhado na Luta. Estava no hotel errado à hora errada, ou nem tanto. De qualquer forma, daqui em diante vou tentar não estar nos mesmos hotéis onde vai o primeiro-ministro.
domingo, 30 de janeiro de 2011
Portugueses pelo Mundo
O "Portugueses Pelo Mundo" é o melhor programa que a RTP tem em grelha neste momento. É bem produzido, tem dinamismo e tem conteúdo. No fundo, é um programa de viagens que se apega àquilo que os portugueses melhor do que ninguém podem dar, a sua diáspora. Se é verdade que há portugueses espalhados por todo o mundo, nada mais inteligente do que mostrar o mundo através dos portugueses. Além disso, é protagonizado por uma geração de jovens activos, aventureiros e abertos à multiculturalidade e à novidade. Afinal, os melhores protagonistas que se podem ter num bom programa de televisão.
As pessoas que conduzem o telespectador ao longo de cada emissão tornam-se anfitriãs nas cidades que as acolheram. Elas representam uma nova geração de emigrantes. A daqueles que saíram para estudar, para investigar ou para alargar as bases de uma carreira. Uma geração ambiciosa e aberta a novas possibilidades. Uma geração assim só pode fazer um bom programa. E o mérito é de quem se lembrou de os procurar, de quem foi ter com eles e de quem soube retratá-los e aos meios onde vivem.
O "Portugueses pelo Mundo" é um dois em um absolutamente bem conseguido. Se para haver produções destas é preciso um serviço público de televisão, então a televisão pública tem de continuar a existir. E é bom quando a RTP mostra que é necessária.
As pessoas que conduzem o telespectador ao longo de cada emissão tornam-se anfitriãs nas cidades que as acolheram. Elas representam uma nova geração de emigrantes. A daqueles que saíram para estudar, para investigar ou para alargar as bases de uma carreira. Uma geração ambiciosa e aberta a novas possibilidades. Uma geração assim só pode fazer um bom programa. E o mérito é de quem se lembrou de os procurar, de quem foi ter com eles e de quem soube retratá-los e aos meios onde vivem.
O "Portugueses pelo Mundo" é um dois em um absolutamente bem conseguido. Se para haver produções destas é preciso um serviço público de televisão, então a televisão pública tem de continuar a existir. E é bom quando a RTP mostra que é necessária.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
O FRIO QUE FAZ NA CAMA já está no Facebook
A partir de hoje, a peça O FRIO QUE FAZ NA CAMA tem uma página no Facebook. Vão até lá, tornem-se "fãs" e sigam todos os passos desta produção até à estreia, no dia 25 de Fevereiro, no Teatro "Os Pimpões", nas Caldas da Rainha e vão ficando a conhecer todas as actuações que vamos fazer, as datas, os locais e tudo o que precisam de saber sobre este novo espectáculo da Ditirambus - Associação Cultural de Pesquisa Teatral. O texto é da autoria de António Manuel Revez, a encenação de Marco Mascarenhas, com interpretações de Carlos Alves, Onivaldo Dutra, Célia Figueira e Joana Lourenço.
Cliquem aqui para conhecer a página de O FRIO QUE FAZ NA CAMA no Facebook.
Cliquem aqui para conhecer a página de O FRIO QUE FAZ NA CAMA no Facebook.
sábado, 22 de janeiro de 2011
Nova peça!
Já foi anunciada a data de estreia da peça O FRIO QUE FAZ NA CAMA. Remeto-vos para o site da Ditirambus, onde encontram toda a informação sobre este espectáculo. De qualquer forma, adianto que vamos começar nas Caldas da Rainha, no dia 25 de Fevereiro.
Por razões óbvias, o Teleponto vai estar sempre informado sobre os passos desta peça nos próximos meses e pode servir como uma banca de informações. Quando precisarem, estará cá sempre uma menina bonita e simpática para vos atender. Ou então estará o ecrã do vosso computador, que também é bonito.
Por razões óbvias, o Teleponto vai estar sempre informado sobre os passos desta peça nos próximos meses e pode servir como uma banca de informações. Quando precisarem, estará cá sempre uma menina bonita e simpática para vos atender. Ou então estará o ecrã do vosso computador, que também é bonito.
Sugestão
O grupo de Teatro EnsaiArte está hoje em cena, no Cine-Teatro S. João, em Palmela, com a peça "Nós Somos Aqueles de quem os Nossos Pais nos Haviam Prevenido". Com encenação de Célia Figueira.
"Quanto a nós...
Já sabem...Somos a geração do futuro...
Sentamo-nos...
À espera de crescer...
Se calhar...
Somos um bocado...
Incultos...
Analfabetos...
Desligados...
Ordinários...
É a nossa maneira de estarmos vivos...".
O espectáculo começa às 21h30.
"Quanto a nós...
Já sabem...Somos a geração do futuro...
Sentamo-nos...
À espera de crescer...
Se calhar...
Somos um bocado...
Incultos...
Analfabetos...
Desligados...
Ordinários...
É a nossa maneira de estarmos vivos...".
O espectáculo começa às 21h30.
A forma como nos tratamos
A presença dos media nas redes sociais está marcada por uma linguagem sempre mais informal e também mais próxima dos seus públicos. Houve uma adequação da comunicação ao ambiente em que ela se desenvolve. Nem todos fizeram isso mas muitos optaram por fazê-lo. Especialmente nos casos das rádios e das televisões. O discurso utilizado pelas estações em redes como o Facebook ou o Twitter é bem diferente do que é oficialmente utilizado nas respectivas emissões. E isto é claro sobretudo na forma de tratamento. As televisões e a maioria das rádios tratam os espectadores ou ouvintes por "você". É a forma de tratamento tradicional. Mas não nas redes sociais. Aqui, o tratamento generalizado é "vocês". Qual a diferença? É uma forma mais jovem de se relacionar com o público. Aliás, esta forma de tratamento é também utilizada em antena quando se tem um público-alvo mais jovem.
O que parece demonstrar que os media vêem o seu público nas redes sociais como um público mais jovem do que aquele que os segue nas emissões regulares. Mas nada impede que o público seja o mesmo. Então porquê a diferença de tratamento?
A questão essencial é: obrigará a comunicação online a uma forma diferente de tratamento entre emissor e receptor? Se sim, porquê?
A questão da juventude não explica tudo. A Internet já não é e será cada vez menos um espaço de jovens. A questão da proximidade é relevante. A forma de tratamento é um importante factor indicativo de distanciamento ou afinidade entre as pessoas. Mas será imperativo que, por estar mais próximo, também tenha de se aumentar a afinidade?
A alteração na forma de tratamento é uma opção que deve ter em conta o alvo, o receptor e não o ambiente, o canal da comunicação. E isto não é apenas relativo às redes sociais, até porque estas são um caso específico em que supostamente as pessoas estão ligadas entre si e também às marcas, empresas e órgãos de media numa lógica de afinidade, bem traduzida pelo termo "amigo" que é aí aplicado. Mas já se discute muitas vezes se sites de informação, por exemplo, devem tratar os seus visitantes por "tu". Neste caso, já estamos perante uma alteração radical da relação entre um meio de comunicação social e o seu público, alteração essa que só acontece pela presença no online e tendo esta como única justificação.
Mas pode acontecer que esta seja uma justificação muito forte. Se a Internet mudou a forma como nos relacionamos porque não poderá mudar a forma como nos tratamos?
O que parece demonstrar que os media vêem o seu público nas redes sociais como um público mais jovem do que aquele que os segue nas emissões regulares. Mas nada impede que o público seja o mesmo. Então porquê a diferença de tratamento?
A questão essencial é: obrigará a comunicação online a uma forma diferente de tratamento entre emissor e receptor? Se sim, porquê?
A questão da juventude não explica tudo. A Internet já não é e será cada vez menos um espaço de jovens. A questão da proximidade é relevante. A forma de tratamento é um importante factor indicativo de distanciamento ou afinidade entre as pessoas. Mas será imperativo que, por estar mais próximo, também tenha de se aumentar a afinidade?
A alteração na forma de tratamento é uma opção que deve ter em conta o alvo, o receptor e não o ambiente, o canal da comunicação. E isto não é apenas relativo às redes sociais, até porque estas são um caso específico em que supostamente as pessoas estão ligadas entre si e também às marcas, empresas e órgãos de media numa lógica de afinidade, bem traduzida pelo termo "amigo" que é aí aplicado. Mas já se discute muitas vezes se sites de informação, por exemplo, devem tratar os seus visitantes por "tu". Neste caso, já estamos perante uma alteração radical da relação entre um meio de comunicação social e o seu público, alteração essa que só acontece pela presença no online e tendo esta como única justificação.
Mas pode acontecer que esta seja uma justificação muito forte. Se a Internet mudou a forma como nos relacionamos porque não poderá mudar a forma como nos tratamos?
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Curso Permanente de Teatro
Arranca este mês mais uma fase do Curso Permanente de Teatro do Teatro Ibérico. O início é já dia 30. As inscrições vão manter-se abertas até ao dia 29.
Para mais informações, contactar o Teatro Ibérico:
E-mail: teatroibérico@sapo.pt
Telefone: 218682531 ou 913202005
sábado, 15 de janeiro de 2011
SOLIDARIEDADE FOI PALAVRA-CHAVE NA FESTA DE REIS EM VILA VERDE
“Os transmontanos e durienses sabem ser solidários quando é preciso”
O Presidente da Câmara Municipal de Alijó, Artur Cascarejo, afirmou, durante o almoço de Reis em Vila Verde, no passado dia 6 de Janeiro, que “a solidariedade é fundamental nos tempos que correm” e viu na concretização desta festa um exemplo disso.
“O povo português de uma maneira geral e os transmontanos e durienses em particular, quando é necessário, quando as dificuldades são maiores, sabem ser solidários, e Vila Verde está, uma vez mais, a dar o exemplo dessa solidariedade”, referiu Artur Cascarejo.
O autarca de Alijó falava de solidariedade para elogiar o empenho da população da aldeia na organização de um evento com a dimensão da tradicional Feira dos Reis.
Esta festa tem já uma longa história e tem sido mantida ano após ano, pela mão do Centro Social e Recreativo Cultural de Vila Verde e de um vasto número de patrocinadores e colaboradores.
Este ano, “o Centro não gastou qualquer verba para que esta festa e feira do Reis se fizesse”, explicou o seu presidente, António Duarte. A instituição atravessa grandes dificuldades e a prioridade é a manutenção da actividade social, pelo que a realização da festa só foi possível com os apoios de algumas empresas e particulares e também da Junta de Freguesia de Vila Verde.
Tradição, festa e chuva
Um dos pontos altos da Feira dos Reis foi o almoço no salão do Centro Social, que mais uma vez se encheu com a população da freguesia e alguns convidados. Estiveram presentes, ao lado do Presidente do Centro e do Presidente da Câmara de Alijó, os vereadores Miguel Rodrigues, Eduarda Sampaio e Goreti Dinis, o Presidente da Junta de Freguesia de Vila Verde, Domingos Henriques, o Padre Amílcar Sequeira, pároco de Vila Verde. Estiveram também representadas a Federação Distrital de Futebol de Vila Real e a Guarda Nacional Republicana. Os pratos foram os tradicionais, carne de porco, arroz de couve e o sarrabulho para a sobremesa.
Mas a ninguém foi permitido sair do salão sem primeiro ouvir as Janeiras cantadas por um grupo de funcionários do Centro Social.
Quando chegou a hora do almoço, já o dia tinha raiado há muito tempo. Desde cedo, os comerciantes começaram a encher a principal rua da aldeia com as tendas que fizeram a feira ao longo de todo o dia. O tempo não foi uma ajuda ao negócio, pelo contrário. A chuva foi uma constante ao longo do dia, contribuindo até para que os feirantes tivessem começado a preparar a retirada quando a tarde ainda ia a meio.
Mas nada impediu que tudo tivesse seguido como planeado. Nomeadamente, o concurso de gado. Os prémios foram atribuídos aos melhores animais presentes na feira, de acordo com a apreciação de um júri. Ao longo da tarde, a feira continuou e a festa também. Quando a noite chegou, Vila Verde voltou à calma habitual com o sentimento de missão cumprida, porque contra todas as dificuldades, esta pequena aldeia conseguiu, mais uma vez, erguer e perpetuar este grande evento.
O Presidente da Câmara Municipal de Alijó, Artur Cascarejo, afirmou, durante o almoço de Reis em Vila Verde, no passado dia 6 de Janeiro, que “a solidariedade é fundamental nos tempos que correm” e viu na concretização desta festa um exemplo disso.
“O povo português de uma maneira geral e os transmontanos e durienses em particular, quando é necessário, quando as dificuldades são maiores, sabem ser solidários, e Vila Verde está, uma vez mais, a dar o exemplo dessa solidariedade”, referiu Artur Cascarejo.
O autarca de Alijó falava de solidariedade para elogiar o empenho da população da aldeia na organização de um evento com a dimensão da tradicional Feira dos Reis.
Esta festa tem já uma longa história e tem sido mantida ano após ano, pela mão do Centro Social e Recreativo Cultural de Vila Verde e de um vasto número de patrocinadores e colaboradores.
Este ano, “o Centro não gastou qualquer verba para que esta festa e feira do Reis se fizesse”, explicou o seu presidente, António Duarte. A instituição atravessa grandes dificuldades e a prioridade é a manutenção da actividade social, pelo que a realização da festa só foi possível com os apoios de algumas empresas e particulares e também da Junta de Freguesia de Vila Verde.
Tradição, festa e chuva
Um dos pontos altos da Feira dos Reis foi o almoço no salão do Centro Social, que mais uma vez se encheu com a população da freguesia e alguns convidados. Estiveram presentes, ao lado do Presidente do Centro e do Presidente da Câmara de Alijó, os vereadores Miguel Rodrigues, Eduarda Sampaio e Goreti Dinis, o Presidente da Junta de Freguesia de Vila Verde, Domingos Henriques, o Padre Amílcar Sequeira, pároco de Vila Verde. Estiveram também representadas a Federação Distrital de Futebol de Vila Real e a Guarda Nacional Republicana. Os pratos foram os tradicionais, carne de porco, arroz de couve e o sarrabulho para a sobremesa.
Mas a ninguém foi permitido sair do salão sem primeiro ouvir as Janeiras cantadas por um grupo de funcionários do Centro Social.
Quando chegou a hora do almoço, já o dia tinha raiado há muito tempo. Desde cedo, os comerciantes começaram a encher a principal rua da aldeia com as tendas que fizeram a feira ao longo de todo o dia. O tempo não foi uma ajuda ao negócio, pelo contrário. A chuva foi uma constante ao longo do dia, contribuindo até para que os feirantes tivessem começado a preparar a retirada quando a tarde ainda ia a meio.
Mas nada impediu que tudo tivesse seguido como planeado. Nomeadamente, o concurso de gado. Os prémios foram atribuídos aos melhores animais presentes na feira, de acordo com a apreciação de um júri. Ao longo da tarde, a feira continuou e a festa também. Quando a noite chegou, Vila Verde voltou à calma habitual com o sentimento de missão cumprida, porque contra todas as dificuldades, esta pequena aldeia conseguiu, mais uma vez, erguer e perpetuar este grande evento.
(Reportagem publicada no semanário A Voz de Trás-os-Montes, edição de 13 de Janeiro de 2010)
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Na época em que se mandavam toques para o telemóvel
Tenho saudades dos tempos em que mandávamos toques para o telemóvel uns dos outros. É algo que marca o início do século XXI, pelo pico de inutilidade que o ser humano é capaz de atingir. Para quem já não se lembra, mostrando assim ter um inconsciente bem afinado, falo de uma prática dos adolescentes da minha geração que, após terem recebido o seu primeiro telemóvel, descobriram que aquilo dava para chamar e desligar sem que os outros atendessem. Além disso, o telefone registava o número de onde tinha sido feita a chamada não atendida. Estavam reunidas as condições para um divertido entretenimento e uma bela confraternização. Aquilo era, no fundo, o Facebook e o Twitter da altura. Um jovem estava em casa sem nada para fazer ou estava nas aulas a não fazer nada, lembrava-se de um amigo ou de uma amiga e vai de pegar no Nokia biqueira larga e aí vai disto, deixa tocar uma vez e desliga. O outro, que recebia o desafio, respondia na mesma moeda. E, se calhasse, ficavam uma hora nisto.
Eu não me envergonho de dizer que também entrei nesta onda. Nunca tive um Nokia, preferi sempre marcas alternativas, mas o efeito era o mesmo. Tinha o meu telemóvel a tocar a toda a hora sem que falasse com alguém e a toda a hora ligava aos meus amigos sem que lhes desse hipóteses de eles me atenderem. Olhando para trás, hoje não sei porque o fazia, mas a verdade é que na altura também não.
Todavia era como se, sem dizer nada, dissessemos tudo através do nosso nome a aparecer no visor do telemóvel da outra pessoa. E isto é tão real, que nós interpretávamos o toque que recebíamos e a nossa reacção era diferente, dependendo de quem ligava. Tal e qual acontece quando alguém fala connosco. Aquilo era comunicação! Quando o telefone tocava uma vez e parava, a nossa reacção podia assumir várias formas de expressão: "eh pá, este chato outra vez!" ou "esta gaja não me larga!" ou ainda "olha este palhaço!". O que é certo é que independentemente do que nos viesse à cabeça, de imediato procedíamos à nossa ligação, colocando todo o nosso estado de espírito na tecla verde do telemóvel.
Agora imaginem o que era receber um toque da pessoa por quem estávamos apaixonados, a mulher da nossa vida, a nossa motivação para ir à escola todos os dias (não estou a falar de nenhuma professora)! Bom, receber um toque dessa pessoa era praticamente um pedido de casamento. Era razão para ficarmos eufóricos, razão para já não dormir ou quando muito dormir com o telemóvel na almofada. Aquele telemóvel era, a partir desse momento, o objecto mais valioso do mundo. Não tinha acontecido nada, não tínhamos falado, mas algures a nossa amada tinha-se lembrado de nós e tinha olhado para o nosso nome na lista telefónica!
As novas tecnologias, as redes sociais e os SMS gratuitos vieram acabar com esta dinâmica comunicacional tão incompreensível quanto arcaica. Pois era verdade que nós tínhamos uns aparelhos modernos nas mãos mas aquilo que fazíamos com eles era em tudo idêntico à comunicação por sinais de fumo dos tempos antigos.
Mas agora, olhando para a juventude actual, é pena que eles não tenham adoptado isto e prefiram as mensagens escritas. Porque com a comunicação por toques, evitavam-se os erros ortográficos, uma das maiores pragas dos tempos modernos, que não há acordo que resolva.
Pela minha parte, estou em condições de garantir que hoje em dia seria incapaz de ligar para alguém e desligar sem deixar atender. E se hoje em dia alguém me fizer isso, vou à polícia dizer que ando a ser perseguido.
Eu não me envergonho de dizer que também entrei nesta onda. Nunca tive um Nokia, preferi sempre marcas alternativas, mas o efeito era o mesmo. Tinha o meu telemóvel a tocar a toda a hora sem que falasse com alguém e a toda a hora ligava aos meus amigos sem que lhes desse hipóteses de eles me atenderem. Olhando para trás, hoje não sei porque o fazia, mas a verdade é que na altura também não.
Todavia era como se, sem dizer nada, dissessemos tudo através do nosso nome a aparecer no visor do telemóvel da outra pessoa. E isto é tão real, que nós interpretávamos o toque que recebíamos e a nossa reacção era diferente, dependendo de quem ligava. Tal e qual acontece quando alguém fala connosco. Aquilo era comunicação! Quando o telefone tocava uma vez e parava, a nossa reacção podia assumir várias formas de expressão: "eh pá, este chato outra vez!" ou "esta gaja não me larga!" ou ainda "olha este palhaço!". O que é certo é que independentemente do que nos viesse à cabeça, de imediato procedíamos à nossa ligação, colocando todo o nosso estado de espírito na tecla verde do telemóvel.
Agora imaginem o que era receber um toque da pessoa por quem estávamos apaixonados, a mulher da nossa vida, a nossa motivação para ir à escola todos os dias (não estou a falar de nenhuma professora)! Bom, receber um toque dessa pessoa era praticamente um pedido de casamento. Era razão para ficarmos eufóricos, razão para já não dormir ou quando muito dormir com o telemóvel na almofada. Aquele telemóvel era, a partir desse momento, o objecto mais valioso do mundo. Não tinha acontecido nada, não tínhamos falado, mas algures a nossa amada tinha-se lembrado de nós e tinha olhado para o nosso nome na lista telefónica!
As novas tecnologias, as redes sociais e os SMS gratuitos vieram acabar com esta dinâmica comunicacional tão incompreensível quanto arcaica. Pois era verdade que nós tínhamos uns aparelhos modernos nas mãos mas aquilo que fazíamos com eles era em tudo idêntico à comunicação por sinais de fumo dos tempos antigos.
Mas agora, olhando para a juventude actual, é pena que eles não tenham adoptado isto e prefiram as mensagens escritas. Porque com a comunicação por toques, evitavam-se os erros ortográficos, uma das maiores pragas dos tempos modernos, que não há acordo que resolva.
Pela minha parte, estou em condições de garantir que hoje em dia seria incapaz de ligar para alguém e desligar sem deixar atender. E se hoje em dia alguém me fizer isso, vou à polícia dizer que ando a ser perseguido.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
OS TEÓRICOS DO PORTUGAL PENSADO
“Portugal” foi a terceira palavra mais procurada no Google, ao longo de 2010, em Portugal. Isto pode ser revelador de um povo que anda à procura de perceber onde está metido. Mas é mais revelador do interesse que o país passou a ter de forma crescente entre os seus cidadãos.
Hoje os portugueses não sabem para onde querem ir mas sabem que não querem ir por aí. É provável que nem percebam como chegaram aqui e o que lhes está a acontecer e, por isso, pesquisam e vão desculpando. Desculpando incompetências, irresponsabilidades, más políticas, corrupção, que nem chega a ser desculpada por nunca se chegar a quem tenha culpa. Até são capazes de desculpar que o país tenha mais uma vez, em poucas décadas de democracia, de ser intervencionado por um organismo estrangeiro para controlar as contas e não cair ao charco. Vão desculpando com complacência mas também com a ameaça de que os responsáveis pelo bonito estado a que chegaram, pelo menos os principais, não contem com novas oportunidades.Mas uma coisa esta crise e os seus “protagonistas” tiveram de bom. Conseguiram colocar toda a gente a pensar em Portugal. E não falo dos estrangeiros nem dos mercados financeiros, que estes nem devem pensar noutra coisa, tal é a obsessão. Falo mesmo dos próprios portugueses. Políticos, jornalistas, artistas e os inevitáveis economistas, todos passaram a ter Portugal a habitar-lhes o pensamento. Não sei se já chegaram a alguma conclusão mas pelo menos teoria e pensamento sobre o assunto não devem faltar.
Debates na televisão, artigos nos jornais, espectáculos, exposições, performances e bulas de medicamentos, tudo serve para pensar Portugal. É esta a expressão chave deste final de ano e é ela que explica a intensidade da pesquisa sobre o molestado país.
“Pensar Portugal no seu todo”, “traçar um novo rumo para Portugal” são duas frases que os “teóricos sobre Portugal” passaram a utilizar dia e noite, que de tão gastas já nem querem dizer nada.
De facto, chegamos a este fim de ano com Portugal no pensamento e isso é importante. Até porque acredito que da teoria à prática vai ser um pulinho. Não dá para ficar à espera dos políticos, governantes ou não governantes, para desenhar um caminho de sucesso, de empreendedorismo, de afirmação, de capacidade para descolar do limite mínimo, num país que não precisava de ser uma potência mundial mas que tem tudo para ser muito melhor do que o que é. Assim se acabasse com alguns vícios. Se aparecerem políticos e dirigentes para ajudar, será mais fácil. Mas se não aparecerem, os portugueses vão ser capazes de avançar sem eles. 2011 não tem que estar derrotado à partida!
(artigo publicado no semanário A Voz de Trás-os-Montes, de 30 de Dezembro de 2010)
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Mensagem de Ano Novo
O Teleponto deseja um bom ano para os vossos pais e avós, para os outros blogues e também para nós.
Que 2011 traga muita saúde a Portugal, se não houver muito dinheiro estamos habituados, não faz mal.
Só gostávamos de ter alegria, viver com classe e com bom look e, acima de tudo, que não nos faltem os vídeos do Carlos no Facebook.
Aproveitem com felicidade cada momento do ano novo, sejam adeptos do Porto, do Sporting ou do clube do povo.
Que 2011 seja um ano de mudança, uns podem mudar-se para Espanha, outros para França.
É hora de acabar com o pessimismo, com a descrença e com a crise; é hora de ouvir o James Blunt e também a Alicia Keys.
É hora de agradecer todos os dias a classe política que nos governa, lembrar-nos que era muito pior viver sem uma perna.
Ao longo de 2011 o Teleponto não te abandonará; quando te sentires em baixo, paga a net e vem até cá. Estamos aqui para todos, das aldeias e das cidades, sejam licenciados ou alunos das novas oportunidades.
Desfruta de todos os programas de televisão desde a Casa dos Segredos ao Portugal no Coração. Vive cada segundo com quem gosta de ti e partilha tudo com o FMI.
Agora a sério, que 2011 seja um 2010 mas em bom.
Que 2011 traga muita saúde a Portugal, se não houver muito dinheiro estamos habituados, não faz mal.
Só gostávamos de ter alegria, viver com classe e com bom look e, acima de tudo, que não nos faltem os vídeos do Carlos no Facebook.
Aproveitem com felicidade cada momento do ano novo, sejam adeptos do Porto, do Sporting ou do clube do povo.
Que 2011 seja um ano de mudança, uns podem mudar-se para Espanha, outros para França.
É hora de acabar com o pessimismo, com a descrença e com a crise; é hora de ouvir o James Blunt e também a Alicia Keys.
É hora de agradecer todos os dias a classe política que nos governa, lembrar-nos que era muito pior viver sem uma perna.
Ao longo de 2011 o Teleponto não te abandonará; quando te sentires em baixo, paga a net e vem até cá. Estamos aqui para todos, das aldeias e das cidades, sejam licenciados ou alunos das novas oportunidades.
Desfruta de todos os programas de televisão desde a Casa dos Segredos ao Portugal no Coração. Vive cada segundo com quem gosta de ti e partilha tudo com o FMI.
Agora a sério, que 2011 seja um 2010 mas em bom.
domingo, 19 de dezembro de 2010
Em quarto lugar na "luta" do humor
Na verdade, foi uma honra ter ficado entre os finalistas, todos eles com muita qualidade e talento e o quarto lugar não deixa de ser lisonjeiro.
Ficam destas três últimas semanas a alegria e o prazer de escrever textos, preparar as actuações e conviver com pessoas muito empenhadas e amantes do humor. É o grande prémio que eu levo deste festival.
Desejo sinceramente que haja mais edições destas. Estarei disponível para colaborar no que for preciso.
Deixo ainda os parabéns a todos os envolvidos, o Luís Oliveira, da organização, a Bang Produções, o Bar Qlub71, o pessoal da H2A.tv, os 12 comediantes em concurso, os elementos de todos os júris e também ao público que nos acompanhou nestas três noites, por gostarem e saberem gostar de comédia.
Agradeço também a forma como fui tratado e agradeço o apoio de toda a gente que esteve comigo, amigos e conhecidos. Um forte abraço para todos!
Prometo continuar a trabalhar. Ou, como gosto de dizer (mas só o digo a brincar), é melhor não prometer nada. Não prometi nada.
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