Marcelo Rebelo de Sousa disse, logo depois de o Papa ter ido
embora, que os portugueses receberam muito bem Francisco e que houve um
respeito muito grande, nomeadamente por parte dos não crentes. Pois, isso é
porque Marcelo não tem facebook, como tinha Cavaco Silva, por exemplo, porque,
se tivesse, saberia que não foi bem assim.
Os chamados não crentes comportaram-se com um histerismo que
só encontra paralelo no seu comportamento habitual. Se há coisa com a qual os
não crentes convivem mal é com a crença dos outros. Desconhecendo até ao
momento em que é que a visita de um líder religioso os possa afetar tanto, a
verdade é que o ódio, o escárnio e o ranger de dentes foi muito. Isso até pode
fazer mal! Os católicos aparentemente vivem bem com a sua fé, os não crentes
notoriamente não vivem bem com a falta dela.
Os peregrinos fizeram quilómetros e quilómetros a pé mas os
não crentes é que apanharam grande canseira nestes dias que passaram. O
desprezo por uma religião fê-los estar atentamente críticos à presença de um
homem dessa religião. Que estranho desprezo esse! Pior do que atirar que a
minha ex-mulher não me interessa para nada mas atrever-me a descascar no
vestido que ela levava ontem quando a vi passar na rua. Os não crentes têm esta
coisa de marido trocado.
E, no entanto, a semana que passou ficou marcada por um
Salvador e uma multidão de não crentes. Muitos também não acreditavam que
Portugal ganhasse alguma coisa com aquela musiqueta. O problema é que a
musiqueta era boa e ganhou. É assim, os não crentes falam sempre antes do
tempo. E alto, para toda a gente ouvir.
Gosto da lucidez com que sempre abordas as questões, Carlos. Bem verdade o que dizes.1 abraço
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