sábado, 7 de fevereiro de 2015

Um sorriso mente mais do que mil palavras

Ontem foi sexta-feira e saí à noite. Conheci uma rapariga. Ela achava que era linda mas não era tanto como achava. Sucedeu que estava muito frio para lhe dizer a verdade. Não gosto de ficar em casa numa sexta-feira à noite. Até os adolescentes saem numa sexta-feira à noite e, se eu ficar em casa, começo a pensar que tenho um pai que é diferente dos outros pais que deixam os filhos sair à noite. Eu não sou adolescente e o meu pai não está preocupado se eu saio à noite ou se fico a ver o "Havai - Força Especial" na Fox. Se eu ficasse a ver o "Havai - Força Especial", o meu pai duvidaria da minha heterossexualidade e aí talvez ficasse preocupado. Ou talvez nem assim, porque ele também sempre deixou passar em claro as tardes que eu e o meu primo passávamos no quarto fechado à chave.
A rapariga que era linda mas não tanto como achava falava muito e isso cansava-me. Se ela fosse tão linda como achava que era, eu ouviria e tudo me pareceriam pérolas, assim foi só chato. Assim fiquei ofendido por ser alvo de atenção de alguém medianamente bonito. Gostava de ter-lhe dito que não fui à procura dela nem à procura de ninguém. Fui só porque não me apetecia ver o "Havai - Força Especial" e porque o meu pai merece que eu olhe para ele como um bom pai, não pior do que um pai dos adolescentes que têm autorização para sair e vomitar numa sexta-feira à noite. Gostava de ter-lhe dito que era linda mas não tanto como ela achava, só que estava muito frio para lhe dizer a verdade e um sorriso mente mais do que mil palavras.

Hoje de manhã deixei-lhe um bilhete a dizer: "és lindíssima"... Espero que ela não acredite em alguém que sai sem se despedir.

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