quinta-feira, 30 de outubro de 2014
Sem Título
Olhava-te assim
Para te avisar que antes de saíres
Já me estavas a fazer falta
Carlos Alves
28.10.2014
Para te avisar que antes de saíres
Já me estavas a fazer falta
Carlos Alves
28.10.2014
Sem Título
Seguramos a paisagem
Limpamos o cartão de memória
E decidimos
Fugimos hoje ou daqui a pouco?
Carlos Alves
28.10.2014
Limpamos o cartão de memória
E decidimos
Fugimos hoje ou daqui a pouco?
Carlos Alves
28.10.2014
terça-feira, 28 de outubro de 2014
Imagem de Ti
Criei-te para te moer com pensamentos
Para te celebrar com palavras
Para te fazer sentir que os artefactos
dos teus detratores
falsos mentores
das tuas amizades inventadas
Não eram os que te faziam abrir para ti
Eram os que te colocavam fora de ti
Longe dos rumos que definiste
A sul dos nortes que te prometeste
Criei-te para seres grande
Tão grande quanto eu
- maior eu não conseguia
Criei-te numa imagem
Que realçasse o traço
Que ninguém te valorizara
Criei-te nessa imagem
E não foste mais do que isso
Uma imagem do que supus
Aquela que o sol descolorou
E que não resistiu às chuvas das tuas ilusões.
Carlos Alves
26.10.2014
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
A Fórmula da Memória
Gostava de vos falar do tempo. Não do da meteorologia,
porque "só quem não tem nada na cabeça é que fala do tempo, para ocupar
tempo de antena", diz-se numa peça que eu bem conheço. Do outro tempo, o
tempo que passa por nós, o passado, o presente e o futuro. Esse tempo.
Eu não vivi ainda muito tempo mas já vivi muito dentro desse
pouco tempo que tive. Vivi sempre muito de olhos postos no futuro, é verdade,
mas muito também a saborear o presente, cada presente.
Isto não pretende ser uma reflexão filosófica sobre o tempo
- não sou filósofo e, se o fosse, escrevia um tratado, não um texto numa rede
social para consumo imediato. Pretende apenas ser uma conclusão simples sobre o
tempo que é preciso para perceber tudo. O tempo que levamos a assimilar, a
compreender, a querer ver o que não assimilámos, não compreendemos, não
quisemos ver no tempo em que estávamos lá, no tempo em que o tempo eram balas e
o nosso corpo estava desprotegido. Só muito mais tarde percebemos o tempo que
passou e raramente esse tempo foi o que, na altura, julgávamos que era. Para o
bem e para o mal é sempre assim. Vivemos durante um tempo para concluir algum
tempo depois que o que vivemos foi uma coisa diferente. E o que fica são as
memórias piores do que julgávamos que tinha sido muito bom e as melhores do que
na altura nos parecia insatisfatório. A memória são os reflexos do passado
depois de maturados pelo tempo de os compreender. Não está na nossa memória o
que vivemos mas sim o que sabemos hoje daquilo que vivemos. E, muitas vezes, o
que sabemos depois do tempo estraga-nos a memória. Ela fica pior mas é essa a
verdadeira. Foi isso que aconteceu.
E daqui a um tempo vou perceber que o que estou a viver
agora também é uma coisa diferente. E vocês também. Porque o tempo é o único
que não nos engana.
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
O Cansaço
há uma intensidade nos movimentos de quem chega cansado, não
importando o tempo, o esforço ou a viagem que o levou a cansar-se, há uma
intensidade mesmo no cansaço, é um cansaço intenso o de quem chega cansado. o
cansaço é um acumulado de histórias, um acumulado de minutos inspirados e
transpirados pelos poros da testa sob a forma de raios de vida. espalha vida
quem chega cansado. soube estar, soube sentir, soube voltar. cansado e
recheado. o cansaço é o recheio de um fim de dia, de um fim de noite.
Carlos Alves
Deixei-te um cigarro
Deixei-te um cigarro em cima da mesa.
O cachimbo da paz
Depois da última batalha na guerra de te resistir.
Carlos Alves
19.10.2014
19.10.2014
"Camarim" - uma comédia dentro da comédia
"Uma comédia dentro da comédia, construída em torno do género e dos seus protagonistas" - in jornal Público
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
A Noite
Não comentes quando é noite
Que a noite te traz a ti
A noite não te traz, ela devolve-te
A um ventre materno que nenhum homem escolheu abandonar.
Carlos Alves
16.10.2014
16.10.2014
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
Espetáculo "Camarim" apresentado em Ponte de Lima
Depois da estreia em Lisboa e da passagem por Setúbal, CAMARIM, a peça de Carlos Alves e Ana Campaniço chega agora ao Norte, sendo apresentada em Ponte de Lima, no dia 1 de novembro, no Teatro Diogo Bernardes.
Sinopse
A ideia de trazer o camarim para a vista do público foi o ponto de partida para a conceção deste espetáculo. Fruto do nosso envolvimento no mundo da comédia, pensámos criar um texto que refletisse algumas das preocupações, ânsias e relações entre os artistas. (Ler mais...)
Sinopse
A ideia de trazer o camarim para a vista do público foi o ponto de partida para a conceção deste espetáculo. Fruto do nosso envolvimento no mundo da comédia, pensámos criar um texto que refletisse algumas das preocupações, ânsias e relações entre os artistas. (Ler mais...)
terça-feira, 14 de outubro de 2014
À Dor do Quotidiano
Se encontras poesia nas páginas dos jornais
Encanto nos números que angustiam multidões
Fluidez nas palavras decididas à letra
Então estás imune!
Carlos Alves
14.10.2014
Encanto nos números que angustiam multidões
Fluidez nas palavras decididas à letra
Então estás imune!
Carlos Alves
14.10.2014
Erro de Cálculo
Elogiaste-lhe os atributos
Exageraste-lhe a inteligência
Subvalorizaste-lhe a animalidade.
Carlos Alves
13.10.2014
Exageraste-lhe a inteligência
Subvalorizaste-lhe a animalidade.
Carlos Alves
13.10.2014
A Mão Que Te Segura o Braço
A mão que te segura o braço
não é a mão que te acaricia o rosto
porque a mão que te segura o braço
não sabe o percurso até sorrires.
Sabe que um braço é posse
Mas um rosto é desejo.
Carlos Alves
13.10.2014
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
A Troca
Investiste tudo na espera
Poupaste recursos na entrega
...
Desvalorizaste a moeda de troca
Carlos Alves
11.10.2014
Poupaste recursos na entrega
...
Desvalorizaste a moeda de troca
Carlos Alves
11.10.2014
Senha do Incerto
Talvez depois
Os lábios, os sorrisos, as flores
Talvez depois
Os abraços, a brandura, a afeição
Talvez depois
Os livros, as memórias, as estradas
Talvez depois
O ciúme, os olhares, as direções acertadas
Talvez depois
O mar ao longe e o beijo perto
Talvez depois
Foi tarde demais
Depois talvez são a senha do incerto.
Carlos Alves
11.10.2014
11.10.2014
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