segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Lançamento do livro PALCO INTERIOR

No passado dia 30 de Setembro, na Sala Peripécia, em Benagouro (Vila Real), juntamente com a estreia do documentário Palco Interior, foi lançado o livro com o mesmo nome. As duas obras são complementares enquanto resultado deste processo de pesquisa, experimentação, filmagens, escrita e edição.

Por se complementarem, elas estão agora unidas: o livro traz consigo um QR code que permite aceder ao documentário online.

O livro inclui ainda a versão integral do texto para cena "Regresso a Casa", escrito durante e a partir desta pesquisa, iniciada em Julho de 2022 e terminada em Agosto de 2023.

Livro e documentário apresentam um retrato da realidade teatral na região de Vila Real, reflectindo sobre as questões da interioridade geográfica no nosso país, o trabalho artístico que ali se promove e concretiza, as principais companhias de teatro profissional a actuar no território, os seus desejos, ânsias e projectos.

No sábado passado, dia 30, tivemos oportunidade de assistir e conversar sobre tudo isto, numa plateia lotada e muito atenta a este olhar sobre a sua própria realidade.

Quanto ao livro, ele está disponível. Pode ser encomendado aqui.






sábado, 16 de setembro de 2023

Estreia do documentário PALCO INTERIOR em Vila Real

 

PALCO INTERIOR fala da realidade artística e teatral da cidade e região de Vila Real. Realizado por Carlos Alves (dramaturgo, encenador e actor) e apoiado pela Direção-Geral das Artes, conta com a participação de actores, actrizes, encenadores/as e directores artísticos das principais companhias de teatro de Vila Real e também do Teatro de Vila Real. É um retrato das vivências artísticas no interior norte português.

PALCO INTERIOR é o resultado de um processo de investigação que durou um ano e resultou num documento único até ao momento sobre o período actual e a história recente do teatro em Vila Real.

Envolve actrizes, actores, encenadores, directores artísticos, todos têm em comum viverem e trabalharem numa região do interior do país. Este documentário trilha os caminhos do teatro que é feito na região transmontana do distrito de Vila Real. É nos percursos da itinerância, na relação com os públicos, na ligação entre a região e o resto do país que as conversas se encontram. Esta é uma oportunidade para ouvir na primeira pessoa as histórias, as sensibilidades, os desejos, as lamentações, as alegrias, as concretizações e os sonhos e ambições de gentes que fazem de um território o seu palco e do teatro o seu modo de vida.

Este documentário também é sobre estar e regressar. Para o seu autor, foi um regresso a casa. Este lado autobiográfico impôs-se no processo e deixámo-lo entrar.


Pesquisa, Registo e Edição: Carlos Alves

Intervenientes: Bibiana Mota, Carlos Alves, David Carvalho, Débora Ribeiro, Fábio Timor, Glória de Sousa, Helena Vital Leitão, Noelia Domínguez, Rui A. Araújo, Sérgio Agostinho

Produção: Carlos Alves e Ver Imperfeito

Design gráfico cartaz: Alexandra Teixeira

Apoios: República Portuguesa – Cultura | Direção-Geral das Artes, Teatro Municipal de Vila Real, Filandorra – Teatro do Nordeste, Peripécia Teatro, Urze Teatro




quarta-feira, 19 de julho de 2023

PALCO INTERIOR - estreia em Setembro

 PALCO INTERIOR fala de teatro no interior do país e de teatro no resto do mundo; fala de sonhos e de beleza; de utopias e épocas magnânimes; fala de crises financeiras e épocas turbulentas; fala de prestígio e orgulho; fala de preconceito e de estreias; fala dos primeiros espectáculos e dos espectáculos que estão por acontecer; fala de uma cidade e do seu público; fala de uma região e de um país. Tem história, tem actualidade, tem memória, tem autobiografia, tem crítica, tem emoção e tem razão.

Este documentário de uma hora e meia que consegui realizar só funciona porque as pessoas que nele participam dizem realmente coisas interessantes. Se algum mérito tenho foi o de as querer ouvir.
Não me apetece lançar este trabalho para o meio de um mês de Agosto pleno de praia, festas e distrações. Então esperamos por Setembro para que se possa fazer uma apresentação cuidada e feliz.



terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

PALCO INTERIOR (teaser #2)

 


um documentário de Carlos Alves
Em Vila Real, um estudo sobre a nossa interioridade.
Produção: Ver Imperfeito
Apoios: República Portuguesa | Direção-Geral das Artes Filandorra - Teatro do Nordeste Teatro de Vila Real Urze Teatro

(No vídeo: Débora Ribeiro, Carlos Alves, Bibiana Mota, Helena Vital e David Carvalho - Director Artístico da Filandorra - Teatro do Nordeste)

PALCO INTERIOR - um documentário de Carlos Alves (teaser #1)

Esta é a primeira amostra do documentário PALCO INTERIOR.

Resultado de um longo processo de investigação em artes performativas, a decorrer em Vila Real, promovido por Carlos Alves, com o apoio do Ministério da Cultura - Direção-Geral das Artes e de algumas instituições culturais daquela cidade, nomeadamente o Teatro Municipal de Vila Real e as companhias de teatro Filandorra e Urze, o documentário será apresentado nos próximos meses.

O processo de pesquisa e filmagens ainda decorre.


domingo, 5 de setembro de 2021

"13 de Maio" premiado na Galiza


O júri destacou, no texto 13 de Maio, "uma proposta que sugere, mais do que indica, uma analogia entre a festividade da Virgem de Fátima, a origem simbólica das personagens com nomes bíblicos e uma aproximação ao conflito de género a partir de uma posição original e poética" (tradução minha, que pode ser lida, no original, na notícia sobre a atribuição do III Prémio PLATTA).

O prémio é atribuído pela Erregueté - Revista Galega de Teatro. O texto será agora traduzido para galego e castelhano.

 

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Não se reinventa o que já está inventado

Também porque há um Ministério que não tem respostas nem as procura dar; também porque há uma ministra que desconhece o que tutela e trata-o com desdém e propaganda; também porque o desinteresse político pela Cultura em Portugal é sistémico; e ainda porque a relação da sociedade civil com a Cultura é deficiente; porque, por exemplo, as artes não fazem parte dos currículos escolares obrigatórios; porque os trabalhadores da Cultura são vistos com maus olhos por comentadores de sofá; porque ainda somos tratados como subsídio dependentes, quando, na verdade, contribuímos como os outros para a riqueza nacional, para as finanças públicas e para o sistema de Segurança Social (nunca me passaria pela cabeça achar que um professor ou um médico é um subsídio dependente mas quando toca aos profissionais da Cultura parece que há quem ache que temos de pedir desculpa por existir); porque quando passamos por dificuldades somos chamados de choramingas; porque, numa democracia, reivindicar alguma coisa nunca pode ser sinónimo de choramingar, ou então há qualquer coisa que está a falhar na percepção dessa democracia; porque nos pedem que nos reinventemos quando ainda temos tanto para fazer de coisas que já estão inventadas; a reinvenção que nos propõem é fazer directos no instagram?!, a sério que querem ver directos no instagram para o resto da vossa vida?! E os técnicos e os frentes de sala e as pessoas das bilheteiras e os produtores e os cenógrafos, figurinistas, directores de cena, sonoplastas, pintores, escultores, escritores, arqueólogos, bibliotecários, investigadores e tantos, tantos mais, vão todos fazer directos para o instagram?! É a isso que se chama reinvenção? Não, isso não é reinvenção. A reinvenção acontece todos os dias na vida de quem trabalha nas Artes e na Cultura, todos os dias em que escreve, pesquisa, ensaia, desanima e volta a tentar, ultrapassa obstáculos enormes para criar, a reinvenção acontece todos os dias e não é no instagram, é na vida. O texto já vai longo, achou eu, mas estou só a reinventar-me. A grande reinvenção era, de repente, acordar num país em que estas pessoas todas que referi tinham um espaço e que não precisassem, como estou, na prática, a fazer agora, de mendigar pela valorização do seu trabalho. Quando nos pedem reinvenção, não sabem o que estão a pedir porque passam a maior parte do tempo distraídos do que nós fazemos.

Por tudo isto e pela reinvenção de tudo isto, amanhã as trabalhadoras e os trabalhadores da Cultura e das Artes estão na rua! Não podemos estar todos, a protecção da saúde e o distanciamento social não favorecem a união, mas estamos unidos e unidas na mesma, entre os que vão à rua e os que darão suporte a partir das suas casas. Por todos os colegas que estão a passar graves necessidades mas também porque o futuro não pode ser mais igual ao que fomos até agora, o futuro da Cultura não pode ser desprezo, desespero e súplica. Portugal vale muito mais do que isso enquanto país e enquanto povo.

quinta-feira, 30 de abril de 2020

Que as Vozes se Façam Ouvir


  • A existência de um sector cultural no país depois da pandemia é tão crucial como era a sua existência antes;
  • não precaver a manutenção desse sector agora é declarar-lhe uma morte anunciada;
  • assegurar a Cultura às populações é uma das funções do Estado, salvá-la em tempo de emergência é uma obrigação;
  • é importante preparar o futuro mas é urgente resolver o presente;
  • não há regime de teletrabalho para os artistas nem linhas de crédito os podem socorrer; linhas de crédito não se aplicam a uma actividade que não é, nem tem de ser, lucrativa; os seres humanos não têm todos de dar lucro ou nem só de pão vive o homem;
  • não peçam aos artistas que façam vídeos em casa para passar o tempo e criar conteúdo; eu também não vos peço que me façam bolos sem sequer vos oferecer um saco de farinha;
  • o presente precisa de medidas urgentes para manter a classe artística e os profissionais do espectáculo a salvo; só assim poderão dizer “presente” quando finalmente os deixarem entrar em cena, depois de todas as outras pessoas;
  • essas medidas podem ser profícuas, podem ajudar a definir um modelo novo, assim houvesse vontade de arriscar uma vida nova sem os mesmos formulários de sempre, os mesmos conceitos tecnocráticos de sempre, os mesmos de sempre;
  • preparar o depois é construir o que não havia antes;
  • se os artistas agora estão gravemente afectados é porque antes não estavam mais seguros;
  • a criação cultural é o que nos separa da barbárie, da ignorância e da submissão;
  • um país afirmativo é aquele que valoriza os seus artistas mais reconhecidos, dá lugar aos menos reconhecidos e deixa ouvir a voz dos novos criadores;
  • um país afirmativo não se afirma com meia dúzia, afirma-se com todos;
  • a Direcção Geral das Artes não pode ser só a direcção geral dos concursos;
  • a arte não é um concurso, na arte todos podem ir a jogo e ficar em jogo;
  • por estes dias, nós estamos a trabalhar, mesmo que vocês não vejam, e se não veem é porque não podemos mostrar.

Um país afirmativo não deixaria que, no futuro, tal como no passado, nas artes muitas vozes não se façam ouvir. E afinal os artistas só estão a pedir aquilo que qualquer cidadão pede, que lhes sejam atribuídos direitos. Porque os nossos deveres nós conhecemos e fazemos por cumpri-los. Assim nos deixem cumprir ainda mais.




domingo, 19 de abril de 2020

Há um problema com o 25 de Abril

A pouco menos de uma semana do 25 de Abril já o 25 de Abril parece que foi há uma semana. O ruído de intervenção é intenso e como em tudo o que é ruído e em tudo o que é de intervenção, a sensatez e a clarividência são quase inexistentes. No ruído, confunde-se o escuro com o claro, a luz com a sombra e a verdade com a verdadinha.
O 25 de Abril é daqui a uma semana, sensivelmente, e daqui a uma semana sabe-se lá como estaremos. A Páscoa foi há uma semana, exactamente, e há uma semana sabíamos como é que estávamos. Confundir comemorações oficiais de uma data oficial com as celebrações da Páscoa não é sério e só pode ser entendido como efeito do ruído, que normalmente não deixa pensar. Ao contrário do que titulava o Público, exageradamente, no dia 2 de Abril, a Páscoa não foi proibida. Não pôde realizar-se nas habituais celebrações que juntam muitos cristãos por todo o país mas os sacerdotes, os bispos e o Papa festejaram a Páscoa e fizeram as celebrações, através do online, das rádios e das televisões. Mais do que isso não era nem foi possível. Juntar à discussão sobre o 25 de Abril a impossibilidade de se realizarem funerais com muita gente é só desonesto. Trata-se de apelar a algo muito doloroso, que está a provocar muita dor em muitas pessoas hoje, para fazer um comparativo em que os membros da comparação não são comparáveis.
As chamadas comemorações do 25 de Abril são um acto oficial da Assembleia da República, a mesma que tem estado a funcionar sempre. Porque os órgãos de soberania não param em tempos de pandemia. Viktor Órban, da Hungria, discordará disto mas eu também discordo fortemente do que Viktor Órban faz. As chamadas comemorações do 25 de Abril não vão ser um arraial, uma sardinhada, um festival de música ou um beberete. Elas vão ser aquilo mesmo, um acto oficial, semelhante a muitas reuniões formais que o parlamento tem realizado por estes dias, com número reduzido de deputados, com menos pessoas do que habitual dentro da sala. É o mesmo parlamento que se reuniu duas vezes para aprovar estados de emergência, por exemplo. Pensemos que a Assembleia da República, no próximo dia 25 de Abril, vai estar a funcionar mas não é para aprovar um estado de emergência, é para fazer outra coisa. Parece-nos mal isso? Estaremos a ficar viciados em estados de emergência?
Se, de facto, a Assembleia tem estado a funcionar, dentro das limitações exigidas pelas normas de protecção contra o Covid-19, mas só no dia 25 de Abril é que se pretendia que ela não o fizesse, então o problema não é o Covid-19, o problema é o dia 25 de Abril. E esse é um problema que muitos terão de resolver consigo próprios. O que não parece honesto do ponto de vista intelectual é mascarar esse problema com uma preocupação sanitária.
A renovação da memória, o tornar presente tem um papel a desempenhar que é muito mais do que simbólico. Pensar sobre a democracia, olhar de novo e olhar novo para a democracia não é uma coisa de ontem. E não pode ficar suspensa porque há uma pandemia. A democracia e o valores a ela ligados vão ser muito necessários depois da pandemia. E, se não os tivermos presentes, facilmente nos deixaremos afundar no ruído. Facilmente ficamos viciados em estados de emergência.

sexta-feira, 27 de março de 2020

O Dia de não ir ao teatro


Há um simbolismo que não consigo decifrar em estarem os teatros fechados no Dia Mundial do Teatro. Sempre tive dificuldade em imaginar os teatros fechados e, quando já não preciso de imaginar, num dia em que necessariamente pensamos muito sobre Teatro, aquela ausência ganha um peso interpelador.
Independentemente da conhecida causa do nosso isolamento, as luzes desligadas de um teatro remetem para um vazio simbólico mas que é bem concreto na impossibilidade de estarmos juntos, numa arte em que estar junto é requisito primeiro.
Os artistas têm sido implacáveis na reacção a não estar junto. Multiplicaram-se as partilhas à distância, o teatro à distância (outra estranheza simbólica).
São as nossas possibilidades de olhar para este dia mas, com teatros fechados, este dia, este ano, é, como em nenhum dos recentes, um momento de querer o depois. A possibilidade de hoje ver alguns dos trabalhos de alguns dos nossos artistas é a satisfatória receita contra o isolamento. Mas o Teatro vive da pulsão constante em tudo criar e tudo destruir. Vive do texto que se está a escrever, das luzes que se estão a afinar, do figurino que se está a terminar, dos ensaios em que se está a tentar chegar a algo.
Quando os teatros voltarem a estar bem abertos, a experiência de os ter fechados tem de ressoar com uma intensidade criadora. Acho sempre inútil pretender pensar sobre o que é e o que será o Teatro português. O Teatro português é e será aquilo que dentro dele for permitido criar; ele é e será a possibilidade de a cada momento juntar novas vozes criativas às já existentes; ele é e será o que essas vozes trouxerem; ele é e será o mundo a entrar por ele adentro e a sair dele triturado; ele é e será um espaço de muitos homens e de muitas mulheres, dos mais jovens e também dos já menos jovens. O que ele não pode ser é um lugar de restrição, uma teia de regras limitadoras, uma misturada de ideias seguras, meia dúzia de formas de fazer que se repetem e que não (con)sentem chegar outras. Porque, se assim for, o Teatro português é o que é e nunca o que será.
O Dia Mundial do Teatro de 2020 ficará na memória como aquele em que se pediu às pessoas para que não fossem ao teatro. Não faz mal, é pela saúde e pela vida de todos. E se esta pausa nos proporcionar boa reflexão, então poderemos estar diferentes da próxima vez que os teatros abrirem.

domingo, 27 de outubro de 2019

A Cabeça do Fascista

Porque isto agora já chega
Isto assim não dá com nada
Ela veste-se como uma puta
Isto é uma palhaçada
Usamos termos brejeiros
Porque é assim que nós falamos
45 já lá vai
Mas nós ainda cá andamos
Não queremos cá imigrantes
Isto dantes é que era bom
Na escola à reguada
Que até fazia lindo som
Queremos do velho berçário
Essa contida alegria
O filho até pode ser Mário
A filha tem de ser Maria
Não queremos cá muçulmanos
Não queremos cá paneleiros
- Dissemos e reiteramos
que usamos termos brejeiros -
Porque temos a convicta
ideia de ser civilizado
Quando batemos num preto
Até ele ficar esticado
Parámos no século passado
Mas não é isso que nos define
Pois tirando o Mein Kampf
Não há leitura que nos anime
Somos da dura craveira
Somos rijos como o aço
Às vezes temos coceira
E então levantamos o braço
Para arejar o sovaco
Que é sempre zona de germes
E não somos como as gajas
Que se besuntam com cremes
"Queremes" o que não "temes"
Caluda e pouca folia
Sem abébias para os "ciganes"
Mas espaço para a islamofobia
Este pedaço é todo nosso
O que vêm para cá cheirar?
Roubar o trabalho à gente
A nós que queremos tanto trabalhar
A vontade é tanta, tanta
Que até nos dá comichão
E lá levantamos o braço
Virados para Santa Comba Dão
Tomba a verdade, Que importa?
Sujamos com falsas notícias
Cabecinhas menos boas
Que vão atrás de fascistas
Assoma a verdade saloia
Deseja bastões e polícia
E é só nisso que se apoia
A cabeça do fascista

sexta-feira, 3 de maio de 2019

SURIYA - Vídeo Promocional

Estreia nacional 23, 24 e 25 de Maio
quinta e sexta, 21h30; sábado, 19 horas
Auditório da Biblioteca de Marvila

Actrizes intervenientes no promocional (pela ordem em que aparecem): Manuela Gomes, Joana Lourenço, Isadora Lima
Montagem e edição: Carlos Catarino



Mais sobre SURIYA

sábado, 20 de abril de 2019

Nova criação traz violência da Síria a Lisboa



SURIYA é inspirado em factos ocorridos durante o conflito na Síria. Este é um espectáculo sobre violência ou da violência tornada espectáculo. Um espectáculo de instintos, num lugar de incompreensão, medo e intolerância. Nesse lugar, os instintos são um perigo, colocam o Ser Humano à beira do descontrolo total. Os instintos são uma arma.
Uma guerra, destroços e desejos de reconstruir. No meio da guerra, a festa, a alucinação, a loucura. A festa descontrolada, de instintos irracionais. São momentos em que a descompressão estimula o apetite sexual e o desejo de ferir. Há mulheres que são utilizadas como instrumento de diversão, de exercício de poder e um inimigo de guerra; mulheres que satisfazem os anseios de dominação, vingança, satisfação sexual e demonstração de força.
SURIYA é sobre objectificação, sexualização, instrumentalização, violência física e psicológica sobre mulheres. Não só sobre as que estão presentes mas também sobre outras, que se encontram num outro lado do mundo. As outras que, estando ausentes, são lembradas e referidas pelas possibilidades sexuais com que são tidas em conta; essas que, na ausência, são violentadas pelos termos de comparação a que são sujeitas.
Aqui, a guerra exponencia a violência. Por outro lado, esta subsiste para além da guerra e existe antes dela. Esta guerra é, afinal, um espelho do mundo.
E do outro lado do mundo, assiste-se, pelos ecrãs, a imagens que perturbam, que se querem evitar mas não travar. Há uma ponte entre esse lugar chamado “Suriya” e o outro lado, que assiste, que acolhe e que recusa. No entanto, os dois lados estão sempre a olhar um para o outro como quem se vê ao espelho.

 “MARYAM

(...)
Afinal
Foi assim
Uma guerra
Como outra qualquer
Uma guerra
E na guerra é assim mesmo
Acontece tudo
Perdemos tudo
ROSANA
Até mesmo a honra
Sobretudo a honra”
(excerto do texto do espectáculo)

FICHA TÉCNICA:

Autoria e Encenação: Carlos Alves
Elenco: Carlos Alves, Carlos Catarino, Isadora Lima, Joana Lourenço, Manuela Gomes
Assistência à criação e Figuração: Andreia Pinto e Soraia Fernandes
Cenografia: Carlos Alves e Joana Lourenço
Desenho de Luz: Carlos Alves
Sonoplastia: Carlos Alves
Figurinos: Carlos Alves, Carlos Catarino, Isadora Lima, Joana Lourenço, Manuela Gomes
Operação de Iluminação: Rúben Silva
Grafismo e Edição Vídeo: Carlos Catarino
Fotografias de Ensaio e de Cena: Ana Ferreira
Produção Executiva: Carlos Alves e Joana Lourenço
Produção: Ditirambus
Apoio: Rede de Bibliotecas da Câmara Municipal de Lisboa
Apoio de Media: RTP


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23 a 25 de Maio

quinta e sexta, 21h30
sábado, 19h
Auditório da Biblioteca de Marvila

quarta-feira, 27 de março de 2019

Mensagem para o Dia Mundial do Teatro 2019

A mensagem de Carlos Celdrán para hoje, Dia Mundial do Teatro, fala do efémero desta "tradição apaixonada e única de viver o presente sem outra expectativa que a de alcançar a transparência de um momento irrepetível".

A mensagem completa pode ser lida aqui.

Carlos Alves em entrevista ao jornal Mundo Universitário


Mundo Universitário, Março 2019