segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Os Novos Dialetos da Música de Baile

Tenho refletido ultimamente sobre música popular e "pimba", por força de circunstâncias que têm muito a ver com o facto aleatório de eu estar em Portugal no mês de agosto. E também com o facto de ter uns ouvidos que funcionam. A coisa tem-se passado e, mal por mal, antes aqui do que na Síria...
Sobre a tal música denominada de "pimba" - enfim, ainda bem que não lhe chamaram música "bimba" porque isso ia valorizar muito as pessoas que colam autocolantes no vidro de trás do carro -, muita coisa se diz, se canta e se dança. O povo alegra-se e isso é que é preciso, porque para tristezas já basta a separação da Luciana e do Djaló.
Ainda assim, apraz-me referir a riqueza vocabular que tenho encontrado em canções de música de baile.
Desde o ratatá-tá-tá-tá-tá de José Malhoa, passando pelo eu quero tchu, eu quero tcha de... isso, até ao tchererê-tê-tê-tê de Gustavo Lima. "Nossa"!, assim vocês matam-me!
Já ouvi adeptos de futebol dizer coisas quase tão inteligentes depois de um jogo. Esta é, na realidade, uma forma primitiva de expressão que está a ser retomada, desenvolvida e aplicada em muitos estúdios que gravam música deste calibre por esses Portugal e Brasil fora. Somos povos irmãos, sobretudo na desgraça. Sempre tive uma atração pelo mongloidismo lírico-musical e 2012 marca o momento em que se atingiu o pico do dito.
Vou terminar com uma ou duas frases que não ficam nada atrás da beleza literária que os nossos cançonetistas vão produzindo.

Raca-caraca mula-mulaca, já agora deixavam de fazer canções que envolvessem uma barraca;
Tchum-carabum dança e balança, e há mais coisas do que saber do pai da criança.

Bom agosto para todos! Isto ainda só vai a meio...!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Agora Por Ser Agosto


Agora por ser agosto vou mudar a minha vida
Ver incêndios, fogo posto, enfrascar-me em bebida.
E vou registar em vídeo os meus dias sem trabalhar -
Antes tinha subsídio mas levou-mo o Gaspar -
Prometo fotografar tudo o que à vista me caia
Seja a obra de um artista ou a minha prima de minissaia.
De dia vou para a praia até ficar todo negro
À noite da discoteca só saio quando for ao grego.
Vejo os meus primos da França, dizem-me “comment ça va?
Nós casamos para a semana”. “Para a semana não estou cá”.

Agora por ser agosto já deixei de ser quem era
Ponho o carro na garagem e ando só de acelera.
Fico à espera de uma aragem, debaixo de uma pereira
Vou às procissões da Beira, a Lamego à Romaria
E engatar uma freira se não conseguir a Maria.
Descansar um bocadinho era tudo o que eu queria
Mas acabo por ouvir música pimba noite e dia.
Há muito tempo não via pessoas que encontro agora
Depois de as ver uma semana já só quero que vão embora.
Vêm de fora, da França, do Luxemburgo e da Alemanha
Com eles em Portugal gosto muito mais da Espanha.
Encontro amigos de infância e também ex-namoradas
Eram todas tão bonitas e agora estão tão engordadas.

Hoje por já ser agosto não quero dizer mais nada
Vou correr para Portimão e voltar só em Setembro
Ver gente da televisão bastante cocainada
Mas, quando me perguntarem, dizer que não me lembro.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Na Boca da Noite (2006)

Estas são fotografias da minha estreia no Teatro. Foi em 2006, no Auditório Carlos Paredes - Lisboa. A peça chamava-se "Na Boca da Noite". A que se deve esta nostalgia? Nada. Lembrei-me.



Crónicas de Carlos Alves - Resumo

sábado, 2 de junho de 2012

ESTREIA DE "DEITA O BABICO NO LIXO"

Ontem, Dia Mundial da Criança, estreámos a peça infantil "Deita o Babico no Lixo". Aqui ficam as imagens à entrada para o Salão da Junta de Freguesia de São João (Lisboa), local que a Ditirambus escolheu para apresentar pela primeira vez este novo espetáculo.



quinta-feira, 31 de maio de 2012

DEITA O BABICO NO LIXO

A Ditirambus estreia amanhã, Dia Mundial da Criança, um novo espetáculo infantil para 2012. A peça alemã "Deita o Babico no Lixo" de Volker Ludwig narra a história de um grupo de amigos, colegas de escola, filhos de operários de uma fábrica de brinquedos. Eles convivem também com o filho do dono da fábrica que produz Babico, um robô inútil mas que começa por agradar às crianças. Quando a mãe de um dos meninos é despedida pelo dono da fábrica dos brinquedos, eles tudo vão fazer para que ela volte a ser readmitida.

Este é um espetáculo que leva à reflexão sobre injustiças sociais dos nossos tempos, numa linguagem divertida e acessível para as crianças.
Com Carlos Catarino; Carlos Alves; Íris Lopes; Maureth António; Cláudia Vieira; Catarina Monteiro; Carlos Pires.
Encenação de Marco Mascarenhas.
Direção Musical de Rita Almeida.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Só lendo sem dó nem piedade

Alberto Gonçalves dedicou uma parte da sua crónica na última edição da revista Sábado ao filme "Aquele Querido Mês de Agosto", do Miguel Gomes.
Eu gosto dos textos do Alberto Gonçalves. Gosto do radicalismo assumido, do exagero mordaz, do humor refinado, do politicamente incorreto e do reacionarismo (não necessariamente negativo) da abordagem aos temas e alvos escolhidos. Leio essas crónicas com prazer - a escrita é boa - mas sempre com a convicção de que não podem ser demasiadamente levadas a sério. Digo "a sério" no sentido de uma análise rigorosa dos temas. Essa Alberto Gonçalves não faz e, porventura, nem quer fazer. Aquilo que o autor escolhe para criticar, apontar e maldizer é criticado, apontado e maldito com toda a força que a semântica pode ter. E, pelo caminho, não olha a pormenores nem possibilidades. Pelo contrário, exagera os defeitos para fortalecer o ataque. O resultado é, como disse, um texto bem feito, com piada e normalmente arrasador.
Foi o que fez com o filme do premiado realizador português. Reduziu o "Aquele Querido Mês de Agosto" a uma tentativa falhada de cinema e nem perdeu muito tempo a explicar porquê. Tudo para criticar os cineastas que, com Miguel Gomes à cabeça, se queixam dos cortes nos subsídios para o cinema português. Alberto Gonçalves arrasou uma obra para justificar o seu ponto de vista em relação aos apoios do Estado à Cultura.
Mais uma vez o texto está bem escrito, é divertido e "mortal". Porém, os fundamentos são maus. O autor conta que, enquanto via o filme, metade das pessoas que estavam com ele adormeceram, outras desejavam a morte (já que, diz ele, invejavam um porco que aparece a ser morto) e que acabou por cortar relações com o amigo que propôs o visionamento do DVD. Parece-me um relato exagerado do que se terá passado, mesmo que o filme fosse assim tão mau. Mas não é. É um dos melhores filmes portugueses das últimas décadas (e estou certo de que exagero menos do que Alberto Gonçalves). Já agora, meu caro Alberto, a protagonista não é bombeira. É estudante e vigia florestas no verão, o que é diferente de ser bombeira. Já que queremos entrar a matar, vamos também ser rigorosos. Mas percebo que o que interessava não era a profissão das personagens, era arrasar os clamores por apoios ao Cinema e "bombeira" sempre é um termo mais eficaz para efeitos humorísticos do que "vigilante de florestas". Afinal é isso que importa nas crónicas de Alberto Gonçalves, o efeito e não o substrato. Se o efeito arrasar o substrato melhor ainda.
Por tudo isto, digo que não podem ser levadas muito a sério. Mas eu vou continuar a lê-las. Gosto de as ler, mesmo quando discordo profundamente. Prefiro ler alguma coisa que me desconforte e que choque contra as minhas opiniões de forma até bárbara mas que esteja bem escrita do que olhar para reflexos das minhas opiniões numa prosa que mete medo.

Esta cena é para si, Alberto Gonçalves!

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Tempo de Mágoa

Em cena. Consultar datas aqui.


Stand Up Comedy com Carlos Alves no Qlub71

Os meus espetáculos de stand up comedy no Bar Qlub71, em Queluz, acontecem todas as primeiras quintas-feiras de cada mês. O de maio já lá vai (e foi bom, disseram-me). O próximo é dia 7 de junho (quinta-feira, lá está... a primeira de junho, lá está). A coisa começa pelas 22h30 e vai por aí fora.

Posso prometer coisas novas todos os meses e nada para baixo de surpreendente.

Caso queiram perguntar-me alguma coisa sobre este assunto, podem contactar-me no Facebook, que eu respondo, em http://facebook.com/carloalves. Também podem deixar mensagem/ comentário aqui na sede, que também será respondido.