quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Carta de Amor



Carta de Amor, de Karl Valentin (1882-1948); contemporâneo de Bertolt Brecht e Samuel Beckett.

Interpretação: Carlos Alves
no trabalho final do Curso Permanente de Teatro - módulo sobre Bertolt Brecht (Teatro Ibérico)
2009

carlosalvesoficial.blogspot.com

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

D. Maria II já tem programação até julho

Foi hoje apresentada a programação do Teatro Nacional D. Maria II para o primeiro semestre do ano. Apenas uma peça será produção própria do teatro agora dirigido por João Mota. Trata-se de "Onde Estavas Quando Criei o Mundo?" de Artur Ribeiro. Contando com este, serão levados a cena oito espectáculos até Julho, para além de outras criações inseridas no âmbito de festivais como o de Marionetas, de Almada e Alkantara.

A primeira produção será "Frei Luís de Sousa" de Almeida Garrett, uma;coprodução da Among Others Associação e Teatro da Garagem. Estreia a 9 de fevereiro.

Do delineado pela direção anterior, de Diogo Infante, mantém-se a produção de "A Morte de Danton" de Georg Büchner, encenação de Jorge Silva Melo. Já o "Rei Lear", que também estava nos planos de Diogo Infante, não será levado avante.

A programação ficará completa com as produções seguintes:
"As Aventuras de João sem Medo", de José Gomes Ferreira e encenação de João Mota;
"João Torto", uma criação da Magnólia Teatro e direção artística de Rafaela Santos;
"O Comboio da Madrugada", de Tennessee Williams.

O jornalismo não comprova teses

Começamos com um facto: o IVA na restauração aumentou no início do ano. Resultado esperado: os preços nos restaurantes vão subir. Hipótese empírica daí decorrente: as pessoas vão deixar de ir aos restaurantes.
Era esta a hipótese que interessava provar (notem que não digo testar, era mesmo para provar) no início deste ano. Na primeira oportunidade, fizeram-se diretos a partir de restaurantes, onde estavam pessoas a fazer uma coisa que se faz muito em restaurantes, que é comer. Já estavam a estragar tudo! Seria bom que o restaurante estivesse vazio para comprovar a tese do jornalista de que, com o aumento do IVA, as pessoas já não iam aos restaurantes... Mas estavam lá aqueles indivíduos a provar embirrantemente que não era bem assim. Vamos falar com eles, ainda assim.
- Então já sabe que isto está mais carote...
- É.
- Então e já pensou nisso?
- Já. Mas tenho de comer.
- Mas vai deixar de vir tantas vezes ao restaurante, não vai?
- Não, tenho de vir... comer!
(Este diálogo é fictício, mas retrata eficazmente a realidade)

E é assim que se destrói a tese de um jornalista, ainda que a sua insistência em prová-la tenha ficado bem demonstrada.

Vamos a mais um caso (dramático)- Reportagem da RTP - verão de 2011:
Tese a demonstrar: o Algarve é do best e "coitadinhos dos que cá não estão..."
Jornalistas na praia atrás das pessoas que descansadamente gozam férias. Segue-se mais um diálogo ficcionado mas tão próximo da realidade que até dá pena.

- Como é que se está aqui no Algarve?
- Está-se bem. (Pudera, as pessoas foram para lá é porque se sentem lá bem...)
- E não preferia estar noutro sítio?
- Não. (Pudera, se eles escolheram ir para ali passar férias, foi porque não quiseram ir para outro lado, e estou em crer que, mesmo que tivessem querido, agora não iam dizer)
- E sente pena de quem não pôde vir para o Algarve?
- Sim. (Neste momento, a pergunta é tão parva, que eu estou em crer que o entrevistado nem a leva a sério. Ainda que leve, a resposta só pode ser positiva, pois...)

Foi mais um exemplo de como transformar verdades nossas em verdades de todos.

Levar os outros a dizer o que queremos que digam não é fácil e exige perícia. No fundo, não é para todos. Tal como o jornalismo não é para todos. Ainda assim, o exercício do jornalismo exige mais de nós do que a arte de levar os outros a repetir o que nos vai na mente. Este, tenho a certeza, é um truque que se aprende facilmente, nem é preciso ler muito. Já o outro... às vezes também parece que não, mas depois sai asneira. E vemos tanta diariamente...!

O vox populi, essa forma nobre do jornalismo televisivo, usado todos os dias até à náusea, tem a sua beleza democrática - assumindo que fazer perguntas inócuas para obter respostas ocas é democrático -, porém em sobredosagem leva à depressão e à agonia. Há momentos de telejornal que são piores do que alguns comprimidos que conheço. Tentem acabar com essa parvoíce, não nos encaminhem para a overdose!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Programas distinguidos pela Associação de Telespectadores

Como telespectador devo concordar ou discordar da associação de telespectadores.

Concordo em absoluto com o "melhor programa do ano". Concordo com as menções de mérito, sobretudo a de "Portugueses pelo Mundo", e com as menções de demérito, sobretudo para "Preço Certo".

Discordo em absoluto da distinção de pior do ano para o programa de fim de ano da RTP1. Discordo ainda mais da justificação dada. Na verdade, esse programa teve momentos que foram mais do que "pretenso humor".

Sobre as "revelações do ano" para os pivôs João Adelino Faria e Cristina Esteves na RTP1, subscrevo sem reservas.








O melhor e o pior, ambos na RTP



João Adelino Faria
Cristina Esteves






As revelações do ano para a Associação de Telespectadores
Estado de Graça Fim de Ano:
Mais do que "pretenso humor"

sábado, 10 de dezembro de 2011

Consumo de Rádio cresce na última década

De acordo com os últimos dados da Marktest, o consumo de rádio em Portugal tem vindo sempre a aumentar desde pelo menos 2003. E, no primeiro trimestre deste ano, registavam-se quatro milhões e 700 mil ouvintes diários, um acréscimo de 100 mil em relação ao ano passado.
O aumento de consumo, desde 2000, verifica-se sobretudo entre a população das classes alta e média e das faixas etárias compreendidas entre os 25 e os 54 anos.
O estudo indica também que a maioria dos ouvintes fazem-no no carro (58%), quando, por exemplo, em 2000, o faziam mais em casa (61%). 13% dos portugueses ouvem rádio através do telemóvel e 7% em leitores digitais.
Em 2003, a percentagem de ouvintes de rádio pela Internet ficava-se pelos 4,1%, alcançando os 20,6% em 2011.

Estes números relativos à última década, em que se massificaram largamente outros suportes de media, desde o aumento da oferta televisiva, a explosão das redes sociais e o fortalecimento da Internet em geral, mostram que a rádio continua a impor-se fortemente no dia-a-dia das pessoas e soube adaptar-se às novas formas e potencialidades, superando-se a si própria, mantendo-se essencial para os ouvintes que tinha e para os que foi captando.
De resto, as principais estações do país e aquelas que mais têm crescido nos últimos anos são exactamente as que cobrem a faixa de população que mais tem ouvido rádio. As camadas etárias mais velhas e igualmente as mais jovens são as que mais se têm afastado deste meio, a par das classes sociais mais baixas. Não espanta, por isso, que seja para as outras e não para estes que as rádios que têm (maior) sucesso falem. Ou vice-versa. Será pelo facto de haver um público definido para quem falar que o outro acaba por se desinteressar? Fica a questão.
Acima de tudo, a rádio não perdeu a força.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

RTP em Estado de Graça

A evolução das audiências do "Estado de Graça" mostra que foi uma excelente decisão a passagem para exibição ao domingo, em vez de sexta-feira. No primeiro episódio transmitido ao domingo quase triplicou a audiência e duplicou o share. E, desde aí, tem mantido uns resultados regulares. Uma boa opção da direcção da RTP sobre este que é um dos melhores programas da televisão generalista. Eu ia dizer o melhor programa de humor, mas é o único (mais coisa menos coisa).


Fonte: Marktest.com

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O FRIO QUE FAZ NA CAMA - Últimas representações

Esta é a última semana de cartaz de "O Frio que Faz na Cama" no Auditório Carlos Paredes. As últimas representações acontecerão entre quinta-feira e domingo, nos horários habituais (quinta a sábado, 21h30 e domingo, às 17 horas). Há, portanto, ainda quatro oportunidades para conhecerem esta peça.
Estou à vossa espera por lá.

Carlos Alves


O Teatro segundo Vasco Pulido Valente

Considero exageradas as reacções à crónica que Vasco Pulido Valente achou por bem escrever sobre Teatro. Elas não fazem mais do que dar valor a um texto e uma reflexão que absolutamente o não têm.
Não se pode dizer que um homem que só se lembra do "Frei Luís de Sousa" tenha lido muito teatro. E, depois de o próprio afirmar que já não entra no Teatro Nacional há vários anos, é claro que se queremos falar sobre Teatro com alguém, Vasco Pulido Valente não é a pessoa a escolher.
Eu, por exemplo, nunca assisti a nenhum combate de boxe e, seguramente por isso, nunca escrevi sobre boxe. E se alguma vez, por profunda falta de assunto ou loucura momentânea, eu escrever uma crónica sobre esse desporto, peço-vos que não lhe presteis atenção. Neste caso, peço que façais o mesmo à crónica de Pulido Valente.
Ele manifestamente não entende muito de Teatro mas também não queiramos instruí-lo. Aliás, nem sabemos se ele quer aprender. Deixem o homem!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Noite de Estreia!

Estreia esta noite, 17 de Novembro, em Lisboa, a peça "O Frio que Faz na Cama". Com Carlos Alves, Joana Lourenço, Onivaldo Dutra e Célia Figueira. Encenação de Marco Mascarenhas. O texto é de António Manuel Revez. A partir das 21h30, no Auditório Carlos Paredes. Estaremos em cena até 27 de Novembro.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O FRIO QUE FAZ NA CAMA - ESTREIA A 17 DE NOVEMBRO

Estreamos esta semana, no Auditório Carlos Paredes. Já é possível reservar bilhetes através do site do Auditório, bastando para tal seguir este link. É muito fácil e prático.



Também podem entrar em contacto com a nossa produção através da nossa página oficial no Facebook ou visitando o site da Ditirambus.


O FRIO QUE FAZ NA CAMA tem estado em digressão desde Fevereiro e agora assenta em Lisboa para uma temporada de duas semanas, em Benfica. A peça propõe uma reflexão sobre as relações afectivas, num retrato duro, actual e sem tabus da busca pela satisfação sexual e amorosa.

De 17 a 27 de Novembro, de quinta a sábado às 21h30 e aos domingos às 17 horas, estaremos no Auditório Carlos Paredes. Venham ao Teatro e aproveitem para conhecer uma peça já vista por muitas centenas de espectadores!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O FRIO QUE FAZ NA CAMA no Auditório Carlos Paredes - Benfica

A Ditirambus apresenta de 17 a 27 de Novembro a peça O FRIO QUE FAZ NA CAMA, de António Manuel Revez, no Auditório Carlos Paredes, em Benfica - Lisboa.

Os espectáculos, que acontecerão de quinta a sábado às 21h30 e domingos às 17 horas, marcam o regresso desta peça a Lisboa após uma digressão que tem vindo a fazer desde o mês de Fevereiro e que vai continuar até ao final do ano, tendo já conquistado uma excelente aceitação pelo público e pela crítica.

O FRIO QUE FAZ NA CAMA leva-nos a acompanhar os encontros e desencontros destas personagens movidas pela procura do que os afectos lhes podem oferecer. Esta peça propõe uma reflexão sobre as relações afectivas, num retrato duro, actual e sem tabus da busca pela satisfação sexual e amorosa.

O texto é de António Manuel Revez, a encenação de Marco Mascarenhas. Interpretações de Onivaldo Dutra, Célia Figueira, Carlos Alves e Joana Lourenço.

A Ditirambus é uma associação de Pesquisa Teatral sedeada em Lisboa, em actividade desde 1994, com dezenas de espectáculos produzidos, sendo esta a mais recente produção. O espaço na Internet está situado em http://ditirambus-teatro.blogspot.com

A estreia nacional de O FRIO QUE FAZ NA CAMA aconteceu nas Caldas da Rainha, em Fevereiro passado.

Para mais informações:
ditirambus@gmail.com
916041447/ 919097077



Ficha técnica do espectáculo:

Autor: António Manuel Revez
Encenação: Marco Mascarenhas
Elenco: Onivaldo Dutra, Célia Figueira, Joana Lourenço, Carlos Alves
Locução - Jorge Évora
Técnico de Audio - José Lourenço
Iluminação - Tiago Fonseca
Sonoplastia - Ricardo Fernandes
Cenário - Marco Mascarenhas
Figurinos - Célia Figueira
Produção - Onivaldo Dutra/ Carlos Alves
Assistente de Produção - Leonor Leitão
Apoios:
Câmara Municipal de Lisboa
Gebalis

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O Buraco

O buraco ganhou estatuto de termo corrente nos meios de comunicação social. E não estou a falar só da Casa dos Segredos. Desde que a Grécia e Portugal se armaram em pedintes internacionais que o buraco anda na boca de jornalistas, analistas, economistas e outros mais ou menos especialistas.

Antes só se falava de buracos em círculos mais restritos e em contextos menos formais. Mas o buraco generalizou-se e já não é preciso esperar pelo Quim Barreiros para abordar a questão. Qualquer pivô de telejornal o faz com o ar mais sério e compenetrado.
Com a descoberta do buraco da Madeira, passámos ainda a ter mais buracos com que nos entreter. E colocar Alberto João Jardim a falar de buracos é sempre um risco de consequências imprevisíveis. Felizmente não é sempre Carnaval.

Associado ao buraco está sempre um conjunto de zeros que pecam por terem outros números atrás. São dívidas, contratos incríveis, fortunas luxuosamente esbanjadas, calotes que os portugueses terão de abater com o suor do trabalho e desapego da poupança. Já lá vão os tempos em que os impostos constituíam um verdadeiro assalto à mão armada. Agora, tendo em conta o número de buracos envolvidos e o sofrimento provocado, estaremos mais perante um cenário de violação. Sem lubrificante porque o tempo é de poupança.

Olhamos para os homens e poucas mulheres que nos governaram nas últimas décadas, e para Alberto João Jardim que os acompanhou a todos, e vemos o que deixaram à sua passagem. Na essência, deixaram buracos. Evidentemente, os políticos portugueses são já conhecidos como umas autênticas retroescavadoras da vida nacional.
Primeiros-ministros, ministros, secretários de Estado, autarcas e outros que tais permitiram-se esbanjar à grande e à portuguesa. Agora, se tivessem mais um buraco onde se meter deviam esconder-se lá dentro.