O Ídolos, como programa de talentos, não está mal. Acredito que os operadores de câmara do programa tenham muito talento para manobrar as máquinas. Quanto ao resto, a maior parte dos concorrentes são uma vergonha e meia dúzia até são capazes de afinar notas. Mas todos eles cantam melhor do que os elementos do júri, digo eu que nunca os ouvi cantar e isso já pode querer dizer alguma coisa.
O Ídolos, como programa de televisão, é o que é; como propósito para alguém ou alguma coisa é uma nulidade. Emoções fabricadas, sonhos que têm tudo para acabar desfeitos e uma produção inteira a brincar com aquilo tudo porque é impossível que levem aquilo a sério. Os jovens que se sujeitam à figura que têm de fazer naquele casting ou são de tal modo alucinados e não têm uma mãe com coragem para lhes dizer que até aproveita para bater a sopa quando eles estão a cantar no banho ou até podiam ser cantores mas estão a desperdiçar essa vontade num programa que está à procura de um Ídolo para Portugal, coisa de que Portugal não precisa.
Portugal não precisa de Ídolos, Portugal precisa de pessoas competentes em tudo o que saibam fazer. E quando dizem que estão à procura de um Ídolo, o que querem dizer é que procuram um rapaz ou uma rapariga para cantar letras que rimam “não” com “coração” e isso não é um Ídolo, isso é a resposta para pessoas que têm tanto vento na cabeça como os Alpes em pleno inverno. Ninguém, muito menos o júri, está à espera que daquele programa saia um cantor capaz de construir uma carreira duradoura e coerente porque, naqueles concorrentes, coerência é o último atributo que nos vem à cabeça e duradouros, só se for à base de comprimidos antidepressivos.
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