Sobre a tal música denominada de "pimba" - enfim, ainda bem que não lhe chamaram música "bimba" porque isso ia valorizar muito as pessoas que colam autocolantes no vidro de trás do carro -, muita coisa se diz, se canta e se dança. O povo alegra-se e isso é que é preciso, porque para tristezas já basta a separação da Luciana e do Djaló.
Ainda assim, apraz-me referir a riqueza vocabular que tenho encontrado em canções de música de baile.
Desde o ratatá-tá-tá-tá-tá de José Malhoa, passando pelo eu quero tchu, eu quero tcha de... isso, até ao tchererê-tê-tê-tê de Gustavo Lima. "Nossa"!, assim vocês matam-me!
Já ouvi adeptos de futebol dizer coisas quase tão inteligentes depois de um jogo. Esta é, na realidade, uma forma primitiva de expressão que está a ser retomada, desenvolvida e aplicada em muitos estúdios que gravam música deste calibre por esses Portugal e Brasil fora. Somos povos irmãos, sobretudo na desgraça. Sempre tive uma atração pelo mongloidismo lírico-musical e 2012 marca o momento em que se atingiu o pico do dito.
Vou terminar com uma ou duas frases que não ficam nada atrás da beleza literária que os nossos cançonetistas vão produzindo.
Raca-caraca mula-mulaca, já agora deixavam de fazer canções que envolvessem uma barraca;
Tchum-carabum dança e balança, e há mais coisas do que saber do pai da criança.
Bom agosto para todos! Isto ainda só vai a meio...!