Como espectador, não percebo o interesse da entrevista de ontem a Luís Filipe Vieira na SIC. E entendo ainda menos o destaque e a análise pormenorizada que as outras televisões, nomeadamente a RTP, lhe estão a dar. Não me chocaria se hoje ninguém falasse daquela entrevista, uma vez que ela de relevante nada teve. Choca-me, sim, que hoje ainda se perca um minuto que seja de noticiário com ela.
O facto de as televisões pegarem naquele assunto só comprova que estão a funcionar como um rebanho. Para onde uma vai, vão todas. Se a SIC entrevista Luís Filipe Vieira, por mais inconsequente que seja a entrevista, todas vão atrás e conseguem, por estranho que pareça, preencher dois minutos de telejornal com uma súmula da dita. É preciso imaginação!
Se a RTP ainda conservasse os "Contemporâneos" na sua grelha seria compreensível que Vieira ocupasse não dois mas pelo menos dez minutos. Mas o acto - absolutamente terceiro mundista e ridículo para o presidente de um clube que aspira a voltar a ter dimensão europeia - de levar camisolas para oferecer a um jornalista é só uma consequência de más escolhas editoriais.
Talk shows à parte, aquele era um programa de informação, e se é lamentável que se ocupe espaço de um telejornal com falta de actualidade e de assunto, ainda é mais deplorável que no dia seguinte se perca tempo a tentar gerar notícia. Objectivamente, não houve.
O embaraço que Rodrigo Guedes de Carvalho sentiu ao ver ser-lhe entregue uma camisola do Benfica em pleno Jornal da Noite é merecido. Ao convidar aquela personalidade não podia estar à espera de uma entrevista séria e oportuna. Assunto não havia, relevância também não, só podia sobrar folclore.
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