De acordo com os últimos dados da Marktest, o consumo de rádio em Portugal tem vindo sempre a aumentar desde pelo menos 2003. E, no primeiro trimestre deste ano, registavam-se quatro milhões e 700 mil ouvintes diários, um acréscimo de 100 mil em relação ao ano passado.
O aumento de consumo, desde 2000, verifica-se sobretudo entre a população das classes alta e média e das faixas etárias compreendidas entre os 25 e os 54 anos.
O estudo indica também que a maioria dos ouvintes fazem-no no carro (58%), quando, por exemplo, em 2000, o faziam mais em casa (61%). 13% dos portugueses ouvem rádio através do telemóvel e 7% em leitores digitais.
Em 2003, a percentagem de ouvintes de rádio pela Internet ficava-se pelos 4,1%, alcançando os 20,6% em 2011.
Estes números relativos à última década, em que se massificaram largamente outros suportes de media, desde o aumento da oferta televisiva, a explosão das redes sociais e o fortalecimento da Internet em geral, mostram que a rádio continua a impor-se fortemente no dia-a-dia das pessoas e soube adaptar-se às novas formas e potencialidades, superando-se a si própria, mantendo-se essencial para os ouvintes que tinha e para os que foi captando.
De resto, as principais estações do país e aquelas que mais têm crescido nos últimos anos são exactamente as que cobrem a faixa de população que mais tem ouvido rádio. As camadas etárias mais velhas e igualmente as mais jovens são as que mais se têm afastado deste meio, a par das classes sociais mais baixas. Não espanta, por isso, que seja para as outras e não para estes que as rádios que têm (maior) sucesso falem. Ou vice-versa. Será pelo facto de haver um público definido para quem falar que o outro acaba por se desinteressar? Fica a questão.
Acima de tudo, a rádio não perdeu a força.